Fanfic Surprise. Terceiro Capítulo: Bêbados

   "Mas você me conhece faço tudo errado, tudo errado."

- Vamos lá, Jones. Abre essa porta logo.
- E por que eu abriria? - Provoquei. Logan soltou uma risada curta e cheia de esperteza.
- Miley, meu bem. Se não abrir essa droga agora, você terá menos uma porta na tua casa.
- Você não seria capaz de arromba-la. - Minha voz saiu um pouco baixa e eu já até sabia o motivo. Não duvidava nada que ele iria fazer aquilo, mas não ia dar o braço a torcer.
- Duvida?
- Duvido. - Respondi em um simples sussurro. Fechei meus olhos já preparando para o que viria, porém, minutos se passaram e nada aconteceu. Olhei para a direção da porta de madeira marrom e suspirei. Ele desistiu, resolveu me deixar em paz.
 Dei de ombros e tentei voltar a minha atenção para o notebook, que agora mostrava o clipe de uma música antiga no Youtube.

[...]

Dez minutos se passaram desde todo aquele episódio com o Henderson. Me aconcheguei nos lençóis da cama e deixei o notebook cair sobre elas assim que um estrondo quebrou o silêncio que fazia. Coloquei a mão no meu coração, enquanto observava a porta caída no chão, e senti que ele estava extremamente acelerado devido ao grande susto que eu havia levado.
Logan olhou pra mim com um sorrisinho irônico, assim que entrou no quarto. Os braços cruzados e a postura egocêntrica.
- Quando eu falo que vou fazer alguma coisa, eu realmente faço.
- Seu maluco! - Gritei indo até a porta e observando o estrago que ele havia feito.
- Não devia ter duvidado de mim. - Ele disse, chegando cada vez mais perto de mim. - Você não fez o que mandei...
- Mas que porra Logan, você não manda em nada aqui! - Rebati em um tom alto e nervoso, demostrando o quanto eu estava furiosa com a sua audácia . - Acha que pode sair quebrando tudo que vê pela frente só porque as pessoas não fazem o que você manda?
- Amorzinho, não precisa ficar nervosa. É só uma porta. - Ele me interrompeu despreocupadamente, enquanto se aproximava.
- O que foi isso? - Carlos perguntou, acompanhado de Tom, James, Kendall e Ana.
- O seu amiguinho arrombou minha porta. - Respondi bufando, enquanto ia sentar na minha cama e via Ana fazer o mesmo ao meu lado e sorrindo pra mim, em um tom apreensivo.
- Logan! Cara, não é a primeira vez que você faz isso. - James disse, sério.
- Digamos que o Henderson tem certa fascinação por coisas quebradas.
- Desde que fui eu que quebrei. - Logan completou a frase de Carlos e eu revirei os olhos.
- Meu deus, o quarto vai ficar assim? - Tom se manifestou, franzindo a testa.
- Eu pago o estrago que fiz. Mando colocar outra agora mesmo.
- Ótimo. Porque eu não vou ficar sem porta no meu quarto por culpa sua. - Me levantei, indo até a entrada do meu quarto, que agora estava sem nada para fechar. - Podem sair, por favor?
- Está nos expulsando? - Kendall perguntou com a testa franzida.
- Estou. Anda logo, não tenho o dia todo. - Respondi séria e hesitando um pouco no início, todos saíram do quarto, com exceção de Ana. - E enquanto a você, eu quero uma porta aqui, hoje e de preferência, agora. - Falei, enquanto Logan passava perto de mim.
- O que é isso, amorzinho? Na onde está os bons modos que os seus pais te deram? - Ele respondeu ironicamente. Logan estava implicando comigo muito além dos limites. Suspirei.
- Eu só quero que você pague essa droga e coloque no lugar certinho em que estava a outra que você fez o favor de arrombar.
- As coisas não funcionam assim comigo. Você tem que ser mais carinhosa ao fazer seu pedido. - Logan sorriu de canto.
- Vai sonhando. - Respondi tentando sorrir sarcasticamente, mas tudo que saiu foi mais uma demonstração da minha raiva.
- Você que sabe. - Ele piscou sorrindo e saiu andando, para o andar de baixo na onde estava os meninos. Bufei, querendo dar um soco na parede, mas me segurando um pouco porque eu sabia que era quase certeza que machucaria a minha mão. Grunhi alto.

Eu e meus surtos.

- Meu deus, o que foi isso? - Ana perguntou depois de um tempo, enquanto eu deitava na cama ao lado dela, que estava sentada. - Quanto ódio!
- Ódio, raiva e uma vontade absurda de pegar uma tesoura e cortar o brinquedinho dele. E claro, depois vou arrumar uma arma calibre 38 e atirar bem no meio da testa daquele merda.
- Puta que pariu. - Ana começou com uma crise de riso, que como conhecia-a bem, sei que vai durar um bom tempo.
- Não ri dos meus surtos Ana. Você sabe que eu não me controlo quando estou nervosa. - Bufei.
- Na real, Jones. - Ana parava de rir aos poucos. - Vocês não podem viver assim. Se resolvem logo, de uma vez.
- Impossível.
- Nada é impossível. - Ela pegou o meu notebook e colocou em seu colo, enquanto deitava ao meu lado. - Amanhã, quando for fazer o tal do trabalho. Tenta fazer as pazes com o Loggie.
- Não mesmo. Ele não vai vim se desculpar por tudo que me fez e eu também não vou.
- Miley, você é muito orgulhosa! Sabe qual é o problema disso tudo?
- E qual seria o problema, Ana? - Revirei os olhos.
- Vocês têm personalidades diferentes, mas os dois são orgulhosos. E isso é chato pra caramba.
- Você que é chata pra caramba! Vem aqui em casa pra ficar me dando sermão. - Ela mostrou a língua e eu sorri. Estava mais calma. - Mudando de assunto, como está o Erick? - Ela suspirou.
- Ele está ótimo.
- E... vocês dois? - Perguntei, com cautela. A história de Ana com o Erick é meio, hm... complicada.
Ana namorava um homem seis anos mais velho que ela que se chamava John. Os dois eram tipo o casal perfeito de filme de romance. John era romântico, atencioso e sempre dedicava todo o seu tempo para ela. Eu achava-o um fofo.
Esse conto de fadas durou mais ou menos 8 meses e depois, descobrimos que John estava traficando drogas e se envolvendo com essas coisas. Como? Eu não sei. Só sei que ele mudou muito depois disso e começou a tratar Ana como se fosse um lixo. Era como se alguém tivesse feito uma lavagem cerebral em John, já que sua personalidade mudou drasticamente. A relação dos dois nunca mais foi a mesma. John agredia a minha amiga sempre que dava essa ideia na cabeça.

Ele definitivamente virou sua vida de cabeça pra baixo por causa das drogas.

Cinco meses após, Erick - outro traficante - matou John. Esse foi um dos momentos mais difíceis pra Ana, afinal ela sabia que no fundo amava ele. Amava os momentos bons que passaram e o que ele costumava ser antes de tudo. No começo, Erick ficou sabendo da garota e resolveu ir atrás dela. Sempre insistia em ter algo com a loira, mas encarava-a como uma diversão.
Com o tempo, ela se apaixonou por ele. E eu acho que Erick realmente começou a ter sentimentos por ela também. Apesar de que é difícil saber, já que ele costuma ser bem fechado.
E o que James acha disso? Pensa que a irmã está namorando um garoto de família que ela conheceu por acaso. Só eu mesmo que sabia da verdadeira história... Eu e Logan, na verdade. Erick é amigo de Logan.
- Bem... Não tentamos nos matar faz cinco dias, já é um novo recorde. - Ela riu, sem humor.
- Amiga... - Suspirei. - Por que você está com ele, afinal? Me responda com sinceridade.
- Porque eu estou amando ele, Miley. Eu acho que amo o Erick.
- Você está apaixonada pelo traficante que matou o amor da sua vida? - Sussurrei.
- Acho que sim e estou me odiando por isso.
- Você sabe que é arriscado continuar com ele, né?
- Eu sei. - Ela escondeu o rosto entre as mãos, talvez se sentindo culpada por tudo aquilo.
- Calma, Ana, calma. - Acariciei seu cabelo, numa tentativa frustada de melhorar a situação. - Não podemos escolher quem amar. Só... acontece. Não se sinta culpada por isso. As pessoas tem essas manias ridículas de se apaixonarem pela pessoa errada. - Suspirei, olhando para o nada. - Falo isso por experiência própria.
- Ah, claro. O Henderson. - Ana abaixou as mãos e me olhou com um pequeno sorriso no rosto. - Gosta dele até hoje?
- Mas é claro que não. - Respondi, tentando convencer a mim mesma que não.
 - Não sei não, Miley. Caso você não se lembre, sou sua amiga desde o jardim de infância. Te conheço muito bem.
- Mas você sabe que o desgosto que sinto por ele é maior.
- Tá, tudo bem. - Ana deu de ombros.
- Ah, eu sei que temos muitos outros assuntos mais importantes pra conversar, mas... amanhã vai ser o fim. - Disse e ela riu.
- Para com isso. Se eu não tivesse com o Erick, eu ficaria com o Logan. Não, espera... Eu não sou o tipo de pessoa que fura o olho da amiga.
- Ana! - Dei um tapa nela. - Para com isso, cara. Eu não quero aquele idiota, ele se tornou um garoto muito fútil, convencido...
- Completa ai: gostoso, sarado, musculoso, lindo e dono de um sorriso magnífico. - Ela suspirou.
- Ta gostando dele, é?
- Não, só acho ele lindo, o que não é novidade.
- Do que adianta ser bonito, e não ter uma boa personalidade? - Perguntei e não obtive resposta. - Tudo bem, vamos falar de outras coisas mais importantes.
 Ficamos até as 15:00hrs só conversando e colocando o papo em dia, o que eu sentia um pouco de falta. Sempre fomos muito grudadas e dividíamos tudo que acontecia uma para a outra. Ana Maslow é o meu porto seguro, definitivamente.
- Vamos ver o que os meninos estão fazendo lá em baixo? - Ana sugeriu, se levantando da cama. Revirei os olhos e depois de hesitar um pouco, assenti.
Descemos as escadas e eu abri a boca ao ver aquilo tudo. Cerca de seis mulheres com roupas curtíssimas estavam grudadas nos meninos e várias latinhas de cerveja estavam espalhadas pela sala. Não era a primeira vez que isso acontecia.
- De novo, Carlos? De novo?! - Gritei para o meu irmão mais velho, enquanto chegava mais perto daquela cena horrível. Logan engolia uma garota, enquanto a outra sussurrava algo em seu ouvido. James fazia o mesmo com duas garotas e Carlos com uma. Kendall e Tom estavam bebendo cerveja, assim como as outras putas.
- Junte-se a nós, Jones! - Kendall disse, sorrindo. Estavam todos completamente bêbados.
- Saiam daqui!
- Anda depressa. - Ana completou minha fase, nervosa. Algumas garotas foram rebolando até a porta e outras ficaram, me olhando com cara de deboche.
- Miley, não precisa disso. Pega uma cerveja ali e senta aqui do meu lado. - Logan disse rindo e beijando uma outra vadia, em seguida.
- Cala a boca, Henderson! - Gritei, tirando algumas roupas que estavam no chão e dando pra Ana. Ela rasgava as peças que eram das mulheres, morrendo de raiva dos meninos. - Quantas latinhas vocês beberam?
- Não sei. Eu já perdi a conta.
- Puta que pariu, James. - Ana reclamou, indo na direção do irmão e batendo no braço dele. - Na onde que você está com a cabeça?
- Eu já mandei vocês saírem daqui, suas putas! - Gritei para as cinco meninas que ainda estavam lá.
- Loggie, ela está nos expulsando daqui? - Uma garota fez uma voz afetada de choro, enquanto dava selinhos no Henderson. Ridícula.
- Estou! E já mandei você sair da minha casa! - Não me segurei e fui até a garota, dando-lhe um empurrão. A loira ficou indignada. - Anda, querida. Não tenho o dia todo. - Expulsei ela de casa e fiz isso com as outras que restava, com ajuda de Ana. Respirei fundo ao fechar a porta e olhei nervosa para os cinco idiotas espalhados pela sala.
- Imbecis! James vamos embora agora. Olha a sua situação! Seu babaca, te deixo sozinha por algumas horas e você faz essas merdas?! - Ana segurou Maslow pelo braço e olhou pra mim, sussurrando que me ligava mais tarde. Assenti e ela foi com o irmão pra fora da casa.
- Acho que... Acho que agora eu também vou embora. - Kendal disse se levantando e tentando ir em direção da porta, mas eu impedi.
- Nada disso. Vocês vão arrumar essa sala, organizar essa bagunça. Agora.
- A gente chama uma empregada, Miley.
- AGORA! - Gritei e eles me olharam assustados. Assentiram logo em seguida e começaram a arrumar a bagunça.
Inacreditável. Quando estão juntos só fazem besteira, só querem saber de bagunça e mulheres. Mulheres, cerveja, festas e mais mulheres. Eu não podia deixar de sentir muita raiva quando isso ocorria.

[...]

- Pronto, Miley... Desculpa, de verdade. - Kendall disse, tentando me abraçar. Sai de seus braços imediatamente quando senti o bafo de cerveja.
- Não, não desculpo.
- Tudo bem, eu te entendo. - Ele forçou um sorriso e saiu da minha casa. Logan chegou mais perto de mim e me olhou sério. Olhei novamente, sendo um pouco hipnotizada por aqueles olhos castanhos penetrantes, mas logo desviei o olhar.

Ele apenas suspirou e depois de se despedir dos meus irmãos, foi embora. Suspirei, fechando a porta principal.

- Miley... Eu estava fora de mim e tal... Me desculpe por...

- Carlos, cala a boca, por favor, tudo bem? - Respirei fundo. Eu estava exausta e nervosa com todos eles. - Só... me deixa descansar.

- Tudo bem. - Subi as escadas e entrei no meu quarto. Me joguei na cama e bufei. 

Continua.

* O trecho no início do capítulo é da música Só Por Uma Noite, da banda Charlie Brown Jr. (Que eu amo demaaaais).

Hey, people <3  Me desculpem pela demora pra postar, é que eu acabei de fazer esse capítulo, na verdade. Pois é, pode demorar um pouco pra postar o próximo, tudo vai depender da minha criatividade!

Obrigada pelos comentários amorosos e fodas, e continuem comentando! Obrigada, bando de gatas :)