Fanfic Surprise. Quarto Capítulo: Inacreditável.

"Só por hoje não quero mais te ver. Só por hoje não vou tomar minha dose de você."

Suicídio. Era isso que eu estava pensando em fazer nesse momento.

Ah, claro. Como eu sou exagerada.

Iria para a casa do Henderson às 13:00hrs e agora já era 12:30hrs. Acabei o banho e me enrolei na toalha, saindo do banheiro e entrando no meu quarto. Me enxuguei com a mesma e passei um hidratante corporal de frutas vermelhas, meu preferido por sinal. Passei desodorante antes de vestir toda a roupa e quando acabei, borrifei o meu perfume predileto. Me olhei no espelho e gostei do que vi.

Lembrei-me de que Ana pediu para que eu ligasse pra ela antes de ir. O relógio marcava 12:40hrs, em ponto. Tudo bem.

- Alô? Miley?

- Não, aqui é o Michael Jackson. 

- Eu sabia que você estava vivo, Jackson! - Ela riu e eu revirei os olhos. - Tudo bem contigo?

- Mas é claro que não. E com você?

- Na mesma. Então... Você está indo mesmo na casa do Logan agora, né?

- Tenho outra escolha?

- Não, não tem. Olhe pelo lado bom, My. - My é o apelido mais idiota que alguém poderia ter. Mas ok, Ana adora me chamar assim. Não só ela, como todo mundo. - Ele é lindo demais.

- Mas tem o dobro de chatice. Fala sério, Ana! Não fale como se a beleza dele compensasse tudo porque não compensa! - Bufei, sentando na minha cama.

- Miley, faz o seguinte: pergunte e responda as perguntas, anote no papel e saia daquela casa. Simples e objetivo, sim?

- É, você tem razão. Os pais deles vão estar lá, Logan não vai tentar fazer nenhuma gracinha. É só anotar a porcaria das respostas e nunca mais voltar naquela casa.

- Ou não. Lembra dos almoços que a sua mãe e a dele gostam de fazer juntas? Para o seu azar, minha amiga, aquelas duas são completamente grudadas.

- Obrigada por me lembrar desse fato tão desprezível.

- Ih, já começou a ficar nervosa novamente. Vamos parar de falar disso, se não você vai explodir. - Revirei os olhos, ouvindo-a dizer aquilo. - Só faça o trabalho e você estará livre, ok? 

- Tá bom. - Respirei fundo, assentindo.

- E hoje é sábado. Bora curtir a noite? Vamos para algum lugar?

- Mas é claro! - Empolguei-me.

- Só falta decidirmos pra onde. Falo com o Danny mais tarde e a gente combina. Que horas você vai embora da casa do Henderson?

- Não sei, o mais rápido possível. Talvez umas 14:30hrs, 15:00hrs...

- Tudo bem. Agora vá, falta cinco minutos para 13:00hrs.

- Ok, fazer o que...

- Boa sorte. - Ela riu.

- Obrigada. Tchau, beijos.

- Beijos. - Desliguei o celular e desci as escadas, encontrando minha mãe na sala andando de um lado para o outro, enquanto lia alguns papéis. Arquei a sobrancelha surpresa por ela estar ali e vi Carlos sentando no sofá, com a expressão séria e vazia.

- Mãe? - Cheguei mais perto e ela me olhou. Forçou um sorriso extremamente falso e voltou sua atenção para a papelada.

- Olá, Miley.

- O que faz aqui? - Franzi a testa, cruzando os braços e aguardando a resposta.

- Bom, eu moro aqui. - Ela deu um risinho, como se aquilo fosse obvio.

- Sério? Porque assim, nem parece. Afinal, você passa o seu tempo todo fora daqui. Até tinha me esquecido que a senhora faz parte da família.

Giselle, minha mãe, respirou fundo largando os papéis em cima da mesa central da imensa sala e passou suas mãos pelos cabelos loiros e ondulados. Olhou pra mim impaciente e começou uma fala qualquer.

- Você sabe que se não estou aqui com vocês, estou trabalhando. Se eu fico meu tempo todo no trabalho, é por vocês! Pra dar tudo do bom e do melhor para você e seus irmãos.

- Eu não me importo, mãe! - Aumentei meu tom de voz, assim como ela tinha feito anteriormente. - Não me importaria em morar debaixo da ponte e ficar sem comida todos os dias, desde que eu tivesse meus pais presentes na minha vida. - Engoli o choro que surgia. Não iria chorar por causa disso, não mesmo. Virei-me para Carlos que me fitava. - Los, estou indo para a casa do Logan fazer um trabalho. Chego antes de escurecer. 

- Por que você não avisa a mim que vai sair? Sou sua mãe, filha. - Giselle se intrometeu e antes de fechar a porta e ir embora, respondi-a.

- E por acaso saber pra onde eu iria, faria alguma diferença pra você? - Bati a porta e fui andando pelo jardim da frente, suspirando e passando as mãos pelo meu cabelo, na tentativa de me acalmar. Não estava pronta pra ter uma conversa com a minha mãe, ainda mais quando a nossa relação não é nada amigável.

Passei pelos seguranças com facilidade e entrei na minha BMW preta. Liguei-a e fui em direção a casa de Logan, que ficava uns vinte minutos da minha. Liguei o rádio e tocava Joan Jett. Sorri, e balancei a cabeça ao som da música conhecida.

[...]

Desliguei o carro e encontrei o portão central daquela casa enorme. Fiquei de frente com dois seguranças fortes que ficavam na entrada.

- Nome, por favor. 

- Miley Jones. - Respondi e eles pegaram um telefone, provavelmente para informar Logan da minha chegada. Depois de desligar, um dos seguranças sorriu pra mim.

- Pode entrar. Logan está a sua espera.

- Obrigada. - Passei por eles e fui andando pelo imenso jardim, onde tinha uma fonte maravilhosa no centro. A casa era branca e grande, totalmente magnífica. 

Pelo menos a casa dele era bonita.

A porta principal já estava aberta, então nem me preocupei em avisar que estava entrando na casa. Quando cheguei na sala, vi Logan sem camisa assistindo algum filme qualquer.

- Então você veio? - Ele riu, percebendo a minha presença. Fui chegando mais perto e percebi que havia algumas latinhas de cerveja vazias no chão. Que novidade.

- Não tinha outra escolha. - Sorri ironicamente, sentando no outro sofá, fingindo estar indiferente e despreocupada. Só fingindo mesmo.

- Se você está dizendo... Pega uma ai. - Logan esticou o braço, me oferecendo uma latinha.

- Você sabia que para responder as perguntas tem que estar consciente? Como vai fazer isso se está bêbado?

- Meu Deus, como você está preocupada, Miley. - Ele riu novamente. - Eu estou muito ciente do que estou fazendo.

- Ah, claro! - Ri, sarcástica. Só espero que ele não atrapalhe o trabalho. Ficamos um tempo em silêncio e eu lembrei-me. - Onde está seus pais?

- Saíram. Estamos só eu e você. - Deu de ombros. Espera um pouco. Acho que eu não ouvi direito. Claro que eu não escutei bem, não é possível. Estamos sozinhos? Não, isso não vai acabar bem. Droga.

- Mas você disse que eles estariam aqui! - Levantei-me em um pulo.

- Resolveram sair de última hora. - Logan disse naturalmente. - Mas qual o problema, Miley? Está com medo de ficar sozinha comigo? - Ele se levantou com um ar desafiador, foi se aproximando de mim. Quanto mais ele chegava perto, mais passos para trás eu dava, hipnotizada pelos seus olhos castanhos. Droga, eu ainda me sentida atraída por aquele merda. 

Logan matinha seu sorrisinho esperto e quando me dei conta, não havia mais como fugir. Esbarrei na parede e percebi que o espaço tinha acabado. Bufei e ele deu um risinho, quando puxou meu corpo pra mais perto do seu. Uma de suas mãos foram parar na minha cintura e a outra acariciava meu cabelo da nunca suavemente. Céus.

- Sai... de perto de mim. - Tudo não passou de um simples sussurro, quando a minha vontade maior é que aquilo fosse um grito raivoso. Fala sério, os meus sentidos se perdem quando estou com a boca de Logan Henderson a poucos centímetros da minha.

- Acho que não é exatamente isso que você quer, amorzinho. - Ele riu quando eu fechei os olhos, e colocou sua mão por baixo da minha camisa, explorando sem vergonha a região da minha barriga. Quando Logan fez menção de botar sua mão sobre os meus seios, por cima do sutiã preto de renda, eu abri os olhos e retirei suas mãos rapidamente, usando o pouco de consciência que ainda me restava.

- Já mandei você sair de perto de mim, idiota! - Resmunguei um tom mais alto do que o aconselhável e ele arqueou a sobrancelha, pegando uma latinha de cerveja que estava na mesa central.

- Relaxa, Jones. Temos a tarde toda, sim?

- Pra fazer o trabalho, fofinho, nada mais do que isso. - Sorri, tentando ser sínica. - E vamos começar isso logo para que acabe logo.

- Claro, como você quiser. - Ele sorriu ironicamente e se sentou desleixadamente no sofá. - Poderia fazer o favor de sair da frente da TV?

- Espera um pouco, Henderson. Você não vai pegar as coisas pra gente fazer a porra do trabalho não?

- Que coisas?

- As folhas, os lápis, as perguntas... Cadê?

- Sinceramente? Eu não sei. - Suspirou. - Deve estar em algum lugar do meu quarto. 

- Imbecil. - Sussurrei, enquanto pegava minha bolsa de tachas e tirava de dentro da mesma algumas folhas, dois lápis de escrever e a folha com todas as perguntas. Nesse exato momento, eu perguntei a mim mesma: será que vamos conseguir terminar essa trabalho normalmente? Sem nenhuma briga ou alguma tentativa idiota do Logan de me beijar? Acho difícil. Ainda mais do jeito que ele está agindo agora. - Desliga a porcaria da televisão agora, por favor. 

- Por que, Jones? Fala sério, esse filme está ótimo. 

- Acontece que eu não vim aqui assistir filmes, fofinho. Anda depressa.

- Espera ai, ok? - Logan voltou sua atenção à TV e minha raiva aumentou. Peguei o controle em cima do sofá e desliguei a televisão. Parei em frente da mesma, ainda com o controle na minha direita. - Você tá louca? - Logan se levantou nervoso e eu me encolhi involuntariamente, mas não perdi a postura.

- Vamos fazer o trabalho agora. Acho que eu tenho o dia todo?

- Falando assim até pareceu que você é extremamente ocupada. Além do mais, eu sei que no fundo você adorou a ideia de vim até aqui.

- O mundo não gira ao seu redor. - Disse e ele riu. - Egocêntrico.

- Acho que temos adjetivos melhores pra me descrever, sim? - Ele se aproximou e ficou na minha frente.

- Qual, por exemplo? Medíocre, mimado, idiota, metido, convencido? - Logan deu uma gargalhada alta.

- Eu sei que não é bem isso que você pensa sobre mim, Jones. Até comprovei minhas teorias hoje mais cedo quando você se arrepiou toda quando eu cheguei mais perto. - Caralho, ele percebeu? E agora, que argumentos eu vou usar?

- Eu te odeio tanto que você não faz ideia. 

- Hum, não foi isso que eu fiquei sabendo na quinta série. - Ele sussurrou, esperto e eu congelei. Ah lógico, ele tinha que falar sobre isso. Sem dúvidas alguma, a quinta série foi o período mais difícil de toda a minha vida. Comecei a ser humilhada na escola por todos, inclusive pelo Henderson, quando descobriram a minha paixão por ele. Eu era a estranha da escola, não tinha amigos, não me socializava e não conversava com ninguém. Meus pais nunca me ajudavam nisso e em nada, foi exatamente nessa época que eles começaram a trabalhar demais, esquecer que tinha filhos. Meus irmão pouco se lixava pra mim e a única pessoa que parecia se importar, me amar, gostar de ouvir as minhas histórias e aconselhar, morreu. Minha avó paterna. Eu era tão chegada nela, amava-a tanto que fiquei uma semana apenas no meu quarto, chorando pela sua morte. 

Sem perceber, meus olhos começaram a ficar marejados ao lembrar disso tudo e sem me conter, uma lágrima escorreu pela minha bochecha, na qual limpei rapidamente. 

Eu não podia chorar na frente dele.

- O que foi? Se lembrou de algo? - Logan parecia se divertir com o meu rosto molhado e a minha tristeza momentânea. Ele desfez o sorriso e chegou mais perto de mim, acariciando minha bochecha e pescoço, limpando algumas lágrimas vez ou outra. - A fase mais difícil da sua vida... Eu sei disso. Quer me ajudar a relembrar como era quando você se tornou a garota mais estranha da escola?

- EU TE ODEIO! - Gritei, tirando suas mãos de mim na maior grosseria. Juntei todas as minhas coisas, enquanto chorava feito uma criancinha que acabou de levar um bronca do pai. Ele ficou me observando sério e mais lágrimas escorreram pelo meu rosto. - Me escute bem, Henderson. Nunca mais ouse falar da minha vida desse jeito. VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FAZER ISSO! CANALHA! - Dei um tapa em seu rosto e sai correndo daquela casa, passando pelo jardim e pelos seguranças.

Não dá pra acreditar que ele fez isso. Não dá. Logan me magoou severamente e eu só tive a conclusão de que ele é frio a ponto de botar o passado em jogo e mexer nas minhas feridas mais profundas.

Continua.

* O trecho no início do capítulo é da maravilhosa música Na sua Estante, da diva Pitty. 

Finalmente saiu esse capítulo! Como eu disse, vai demorar pra postar o outro, tomara que surge algo foda na minha mente. #Rezamos.

(Aceito Sugestões).

Comeeeentem, por favor! Falem o que estão achando, se joguem! E divulga pra mim ? É extremamente importante. 

Beijos, juízo ;)