Fanfic Surprise. Vigésimo Quarto Capítulo: Impulsividade.

This pain is just too real

 Sinceramente, eu não sabia se olhava para o final do meu sanduíche ou as pessoas que passavam na rua lá fora. Mas, sem dúvidas, eu não olharia para aquele garoto na minha frente que ainda me fitava intensamente, o que já chegava à incomodar. Suspirei profundamente e tomei mais um pouco do que restava do meu Choco Chip Frappuccino.
 A questão é que eu estava confusa. Conheci Luke não faz nem um mês. Todo mundo odeia ele, principalmente o Logan porque algum tempo atrás eles eram amigos e o loiro traiu sua confiança quando se relacionou com sua ex-namorada. Tá legal. Estou tentando organizar as ideias.
 Luke me chamou essa tarde para sairmos e eu aceitei mais para fazer ciúmes no Henderson do que tudo, já que ele estava por perto quando isso aconteceu. Aí, uma verdade. Se não fosse isso talvez eu teria inventando uma desculpa para Hemmings e teria ido pra casa do Kends na festa da piscina. Mas como sempre, agi pensando no Logan.
 Mas agora meu amigo resolveu me dar um beijo e minha cabeça está um caos. Porque eu não podia dizer que aquele selinho, que foi só um selinho, eu sei, mas mesmo assim me fez sentir alguma coisa. Obviamente que não era algo tão intenso, porque nem se eu quisesse eu ia sentir algo muito grande com um simples selinho, né? Mas mesmo assim... Mas que droga! Eu nunca, nunca vou conseguir me entender!
- Miley... Eu já acabei, vou ir pagar. Mas pode terminar aí, calmamente... - Lukey disse sem jeito, coçando a nuca e se levantou assim que eu assenti com a cabeça. Assim que ele saiu, eu terminei meu sanduíche e minha bebida, respirando profundamente e me levantando também. Eu estou odiando esse clima tenso. Foi só um selinho, né? A gente só tocou nossos lábios, assim, normal. Eu tinha que parar de agir como se a gente tivesse feito mais alguma coisa! Aquilo nem foi um beijo direito! - Vamos? - Ele perguntou já na minha frente, e eu sorri, decidida que não ficaria agindo estranhamente, como foi.
- Vamos sim. Obrigada por ter pagado pra mim Lukey, não precisava. - Sorri amigavelmente e ele pareceu um pouco surpreso com a minha mudança de humor, mas logo tratou de voltar ao seu normal também, Graças a Deus.
- Dinheiro não é problema pra mim, querida. - Fez uma encenação como se fosse uma daquelas mulheres metidas e eu ri.
- Seu gay! - Exclamei, enquanto já tínhamos chegado na sua moto e ele me dava o mesmo capacete de antes. Mordi o lábio inferior quando ele gargalhou. E então uma ideia veio na minha cabeça. - Lukey, posso dirigir? - Eu sei, foi uma ideia suicida, mas deu vontade. Ele arregalou os olhos, como se eu tivesse descobrido a vacina contra o câncer.
- O que? Você quer matar nós dois? - Ele riu, incrédulo. Não pude deixar de rir também, me sufocando com aquele capacete calorento.
- Não, é sério. Deve ser tão bom dirigir uma moto... né? Deixa, vai? - Fiz biquinho, mas nitidamente não adiantou.
- Miley, eu gostaria muito de deixar você fazer isso mas, você provavelmente não faz ideia de como pilotar isso, certo? Desculpa, mas dessa vez não dá. Podemos até ser presos se eu deixar. - Luke falou em um tom sério. Ah é, tinha até me esquecido. Ele era do tipo responsável. Acho que nunca tive amigos assim, pra falar verdade.
- Ah, tá bom então. Eu me contento em ficar aqui atrás. - falei enquanto subia na moto e assim que terminei, olhei-o. O loiro sorria pra mim, ainda em pé do meu lado. - Vem logo, Lukey. Tá calor, entende?
- Tá, tá bom. - Subiu e finalmente ligou a moto vermelha.

[...]

 Eu já podia ver a minha casa apontando em meu campo de visão, e obviamente não demorou mais do que poucos segundos para chegarmos em frente, considerando a velocidade que a moto estava. Eu logo tratei de tirar o capacete, vendo Luke fazer o mesmo e me levantei, ficando ao seu lado com um sorriso fraco nos lábios.
- Então... Tchau Lukey. Mais uma vez, muito obrigada pelo passeio, foi bom. - Já ia me virar para sair andando, mas ele agarrou meu braço e me impediu de fazer isso, e eu tive que me virar para ver o que ele queria. Luke suspirou.
- My, eu... Eu queria te pedir desculpa pelo o que aconteceu, sabe? Eu agi por impulso e não gostaria que isso atrapalhasse a nossa amizade.
- Não precisa se preocupar, Lukey. - Sorri, respondendo sinceramente. - Sinta-se lisonjeado por ter me dado um selinho. - Brinquei, repetindo sua frase de algumas horas mais cedo, quando ele se referia à moto.
- Meu Deus. - Ele riu animadamente. - Por isso que eu gosto de você... - Ficou subitamente sério, me encarando daquela mesma maneira profunda. Profunda demais.
- Ahn... Tchau. - Murmurei um pouquinho sem jeito, dando-lhe um selinho em sua bochecha que me fez lembrar de certas coisas. Mas eu simplesmente sorri e caminhei um pouco rápido demais até minha casa. Assim que abri a porta, depois de passar tranquilamente por aqueles seguranças, escutei o barulho da moto anunciando que ele havido embora. Oh Céus.
 Tudo que eu encontrei foi dois meninos jogando videogame distraidamente na sala. Era Tom e Henrique, seu melhor amigo nerd safado.
- Boa tarde, pirralhos. - Dei de ombros, caminhando até a cozinha para beber água. Havia uma mensagem na geladeira, mas eu não prestei muita atenção. Estava com sede demais para prestar atenção naquelas poucas palavras escritas com a caligrafia de Carlos.
- Oh, Miley! - Era o nerd, vindo em minha direção. Tom apenas resmungava da sala, bravo por ele ter pausado o jogo apenas para falar comigo. - Confesso que vim aqui para passar o tarde com seu irmão, mas também vim para te ver.
- Ai meu Deus, o que eu faço com essa criança? - Olhei para cima, suplicando enquanto segurava o riso.
- Para de falar como se alguém com 14 anos fosse uma criança. - Ele falou, calmo e sorrindo bem fraco.
- Alguns de 14 anos tem maturidade de gente mais velha. No seu caso, você esqueceu de crescer mentalmente e ainda está com 8 anos. - Respondi, colocando a garrafa de água no congelador.
- Mas o que? Eu sou muito maturo pra minha idade sim, tá legal? Quem você acha que ganhou a Olimpíadas de Matemática lá da escola, hein? Bom... Tom ficou em primeiro lugar mas eu fiquei em segundo. Já é alguma coisa!
- Ai, eu só estou brincando contigo, para com isso, moleque. - Eu ri, indo correndo até Henrique e lhe dando um abraço, em seguida, um beijo estalado na bochecha. Ele era safado, mas era um fofo. Por mais que isso não faça sentido.
 Assim que me separei dele, Henrique estava com os olhos arregalados.
- Você me beijou mesmo ou eu estou sonhando? - Ele murmurou e eu rolei os olhos, sorrindo.
- É, eu te dei um beijo. Na bochecha, obviamente.
- Você poderia me dar um beijo em mais alguns outros lugares? - Lembra da parte do safado? Então.
- O que? Depois você acha ruim deu te desprezar! - Dei um tapa em seu braço, e Tom chegou até nós. Ele já estava acostumado com isso, não era novidade.
- Você viu o bilhete do Carlos? - Meu irmão mais novo perguntou, e só então me lembrei. Peguei o papel e li.

"Miley, como você provavelmente já deve saber, eu estou na casa do Kendall. E vou ficar por um bom tempo, então se você não quiser ficar no tédio aí em casa, vem pra cá. 
XOXO, Carlos GOSTOSO"

O "GOSTOSO" estava escrito de cor diferente e não era a letra do meu irmão. Provavelmente foi o Kendall que escreveu, porque ele simplesmente adora isso. É, ele é gay, fim.
- Você vai pra lá? - Tom perguntou distraidamente, mordendo uma maça. Henrique ainda estava em estado de choque.
- Bom... Acho que sim. Está bem calor. Aliás, querem ir comigo?
- Mas é claro que sim! Vai ter muita mulher de biquíni lá, né? Você vai estar de biquíni! Por que nós não iríamos? - O nerd finalmente falou, todo animado. Garotos de 14 anos são sempre assim? Porque Tom não era dessa jeito. Pelo menos não perto de mim. Oh.
- Não, eu estou mesmo a fim de ficar aqui jogando videogame. - Meu irmão respondeu, a única pessoa sensata ali.
- O que? Mas...
- Para com isso, Henrique. Vamos continuar o jogo, vem cara. - Interrompeu-o e Henrique murmurou várias coisas, mas logo já estavam distraídos com o jogo. Eu aproveitei para subir para meu quarto e pegar tudo para o dia. Biquíni, toalha, protetor solar... Em questão de segundos, enfiei tudo na minha BMW e parti para a casa do Kendall, onde eu sabia exatamente o caminho.

[...]

Quando estacionei meu carro em frente ao portão, que percebi estar aberto para quem quisesse entrar, percebi também que tocava uma música eletrônica em um volume muito alto. Arrisquei dizer que era Outside, da Ellie Goulding com o Calvin Harris. O negócio tava animada lá, pelo jeito.
 Entrei e já fui direto para os fundos, onde ficava a piscina que era maior do que a minha, e ali estava simplesmente lotado. Lotado de gente, algumas eu conhecia, outras nunca tinha visto na vida. Rapidamente identifiquei Ana, que estava em um lugar um pouco afastado, com seu biquíni rosa de antes e um copo na mão, conversando em meios a risos com um rapaz. Hum.
- Oi! - Cheguei nos dois, animada e Ana sorriu largamente, se levantando e me puxando em um abraço apertado.
- My! Eu pensei que você não ia vim! Ah, e depois me conta tudo sobre esse passeio com o Lukey. - Ela piscou e eu percebi que contaria tudo mesmo, porque com ela não tinha como fugir. - Ah, quase me esqueci. My, esse é o Dylan. Dy, essa é a Miley, aquela minha melhor amiga que eu te falei.
- Oh, estavam falando de mim? - Ri. - Prazer, Dylan.
- Prazer, Miley. - Ele sorriu simpático e eu logo deixei os dois sozinhos novamente, dando desculpas que tinha que falar com meu irmão.
 Desde tudo aquilo que aconteceu, o sequestro e o Logan que salvou eu e Ana, ninguém nunca mais viu Erick. E surpreendentemente, ele não falou mais com Ana, deixando-a finalmente me paz. E eu achava mais do que justo que ela esquecesse um pouco aquela vida amorosa conturbada que ela tinha e partisse para um novo amor. Talvez eles fossem apenas amigos, talvez ninguém ali tivesse estas intensões, mas por que não, né?
 Andando mais um pouco pelas pessoas, que dançavam e me molhavam completamente já, encontrei meu irmão com uma pessoa conhecida. A francesa. Kelly, a mesma que me jogou Coca e me fez ir até o banheiro daquela pizzaria, onde eu vergonhosamente perdi minha virgindade. Sim, eu me lembrava disso tudo ainda. Aliás, como esquecer?
- Achei que nem viria. Tom não veio com você? - Carlos perguntou, abraçando a garota por trás. Ela sorriu de orelha a orelha quando me viu. Sorri de volta, porém bem menos alegre.
- Não veio não, ele está lá com o Henrique.
- Oh Miley, quanto tempo não te vejo, cher! Como vai? - Seus cabelos agora estavam completamente negros, cortados até o ombro.
- Vou ótima Kelly, e você?
- Maravilhosamente bem. - Ela respondeu com seu típico sotaque francês e eu assenti. Procurei Kendall - que estava bebendo rodeado de meninas. Pois é - e falei que iria em algum banheiro trocar de roupa. Acho que ele nem escutou direito o que eu disse, então simplesmente subi as escadas de sua casa e procurei algum banheiro, já que eu não lembrava mais na onde ficava.
 Assim que entrei, suspirei me olhando no espelho. Peguei meu biquíni e vesti-o sem demoras.

 Passei tanto protetor solar que ri de mim mesma quando percebi que estava toda branca. Espalhei tudo e vesti um short de lycra preto e fiquei descalço mesmo. Eu amo andar descalço.
 Cheguei novamente no meio do povo, e novamente tocava a mesma música de quando cheguei. Alguém ali amava aquela música, só pode. Procurei com os olhos por pessoas que eu conhecia. Carlos ainda estava de amasso com Kelly, Kendall conversando com várias meninas, algumas da escola. Ana com Dylan, Danny eu ainda não havia encontrado e... Logan. Eu não sabia na onde ele tava, e por mais horrível que isso soe, eu precisava saber na onde ele tava. É, eu simplesmente precisava.
 Encontrei James bebendo em um canto reservado, olhando as pessoas distraidamente e balançando a cabeça vez ou outra ao som da música. Corri até ele, na intenção mesmo de perguntar na onde tava o Henderson. Ele era irmão da Ana, provavelmente já sabia que eu tinha uma queda gigante pelo moreno. Todo mundo sabia, capaz.
- Jay! - Corri ate seus braços, e ele me deu um abraço apertado, rindo.
- Você quase derrubou minha cerveja! Por que esse desespero todo? - Perguntou, sorrindo aquele sorriso maravilhoso. Eu sentei-me do seu lado, enquanto ele acariciava meus cabelos.
- Não estou desesperada. Tá calor, né? E você viu o Henderson? - Perguntei, simplesmente e ele gargalhou. Será que isso soou desesperado demais?
- O Henderson, né? Bom... Ele já foi embora.
- Embora? – Eu não queria mostrar meu desapontamento através da voz, mas assim que Jay riu, eu conclui que ele havia percebido isso.
- Sim. A Victória veio chamá-lo para eles darem uma volta ou algo do tipo, eu não fiquei sabendo. Só sei que ele saiu daqui com ela.
 Tive que ficar alguns minutos apenas com cara de paisagem para entender. Primeiramente, Victória... Ah, eu sabia quem era.

#FlashBack On

- Ah, a Victória voltou. - Jack comentou com Logan e eu logo me lembrei daquela garota que eu tinha visto na foto ao lado de Logan, no Facebook. Prestei atenção na conversa, disfarçadamente. 
- Eu sei. Encontrei com ela em uma festa esses dias para trás. - Logan pareceu não muito interessado com isso e, eu fiquei um pouquinho feliz. 
- Ela é gata. Vai pegar ela de novo? -Os dois sorriram com malícia e eu revirei os olhos. Não ia ficar escutando aquelas merdas, não mesmo.

#FlashBack Off

 Então era ela. Fitei James que me olhava com a testa franzida, provavelmente confuso por eu estar nervosa. Não me importei, apenas sai dali às pressas e murmurando um "licença" nada educado, puxei Ana para um lado, que ficou um pouco assustada com meu comportamento.

Pra falar verdade, até eu estava assustada.

- Miley? O que aconteceu? O que deu em você? - Ana disparou as perguntas. Suspirei.
- Só me responda uma coisa. Logan saiu daqui com aquela tal de Victória? - Disparei. Eu sabia que mais tarde me arrependeria por estar tão nervosa com isso. Afinal, eu não devia. Logan faz o que ele quiser, sai com quem ele quiser, se envolve com quem quiser. Eu tinha que parar de esquecer que eu não tinha nada a ver com a vida dele.
- Ah, é isso. - Ela entortou a boca, como se estivesse receosa em falar sobre esse assunto. Mas no fim, cedeu. - Sim. Eles foram pra qualquer outro lugar que eu não sei. Eu vi os dois juntos, Victória parece uma garota bem... animada.
- Tudo bem. - Suspirei, tentando mostrar indiferença.
- Tá tudo bem?
- Tá. - Sem esperar mais perguntas, sai dali e fui correndo até a casa de Kendall, mas especificamente para o banheiro de antes. Vesti minhas roupas depressa e decidi que ia embora. O ciúmes estava me deixando sem animação para continuar naquele lugar. E eu odeio isso.

[...]

 A primeira coisa que veio na minha cabeça quando acordei, naquela quarta, foi uma frase. Uma frase que me fez estremecer, e ficar imaginando mil e uma coisas enquanto eu me arrumava, enquanto dirigia à caminho da escola, e enquanto eu esperava o sinal bater para o começo das aulas, já que surpreendentemente havia chegado mais cedo que o normal.
- Ôh mocinha, está tudo bem com você? Desde que chegou aqui não fala uma palavra. Estamos zoando do cabelo da Sabrina e você nem sequer abriu a boca. - Danny disse, beliscando a ponta do meu nariz e eu fiz uma careta, olhando-o.
- Estou ótima, só estou... pensativa. - Eu respondi, voltando a ficar em silêncio, a mesma frase maldita ecoando nos quatro cantos do meu cérebro.

A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos.

Eu não tinha pensado muito nisso depois, já que veio o beijo com o Luke, a festa da piscina, o ciúmes vergonhoso do Henderson e tudo mais... Só que, podia parecer que não, mas eu estava bem preocupada com aquilo. Que merda era essa frase? O que ela tinha a ver com a minha vida? Por que sempre parecia que tudo que acontecia eu era a última a saber?! Aquela frase estava me deixando tão atordoada, tão maluca que eu seria capaz de tatua-la na minha testa.
- Não vai me dizer que isso tudo é por causa do Loggie, ontem? - Ana novamente me tirou dos meus pensamentos, e eu mostrei a língua quando entendi o que ela havia dito.
- Aquilo não me afetou em nada.
- Ah, claro. Acho que você se esqueceu que está falando com sua amiga de infância e que eu te conheço muitíssimo bem.
- O que? Que história é essa? - Daniel estava confuso.
- Miley morre de ciúmes do Loggie.
- Ana! - Repreendi-a.
- O que foi? Todo mundo sabe que você morre de ciúmes dele. Pelo menos quem te conhece como eu sabe disso. - Ela foi falando e a minha cara foi cada vez mais pro chão, morrendo de vergonha. Foi então que eu consegui avistar Luke andando em minha direção, mas ainda longe. Aquela era a deixa perfeita para sair dali e parar de escutar aqueles assuntos.
 Levantei-me enquanto a loira falava e corri até Luke, abraçando-o fortemente.
- Meu Deus, que recepção mais calorosa! - Ele gargalhou divertido e eu coloquei uma mecha do cabelo atrás da orelha.
 - Eu só estou... empolgada. - Respondi e ele me olhou com uma cara de deboche. - Tá legal, foi porque eu queria me livrar da Ana mesmo.
- Mas por que?
- Porque ela estava falando coisas que eu não gostaria de ouvir. - Respondi, tomando o devido cuidado para simplesmente não responder que ela estava falando do Henderson. Não é como se fosse legal conversar sobre isso com o Lukey.
- Tipo o que? - Perguntou, curioso e eu suspirei.
- Sobre... coisas. - Sussurrei e ele riu. - Vamos andar. - Falei qualquer coisa apenas para mudar de assunto.
 Começamos, então, a caminhar pelo gramado, Lukey com as mãos no bolso, observando seus pés. Eu mantinha minha pose de sempre, olhando debochadamente para as patricinhas que como sempre fofocavam sobre alguma coisa inútil. Chegamos finalmente perto da Diretoria, e eu me lembrei de algo que deveria fazer.
- Luke. Preciso ir perguntar o diretor um negócio, pode me esperar aqui?
- Ah, claro. - Ele sorriu e eu assenti. O loiro sentou-se em um banco que havia ali na frente e eu entrei na secretária, perguntando uma das moças se o Diretor Will estava na sala dele. Ela confirmou e eu fui até lá, batendo na porta e já entrando e sentando-me naquela cadeira que eu já conhecia muito bem.
- Senhorita Jones. A que devo a sua presença? - Will estava misteriosamente simpática hoje.
- Bom, eu queria saber sobre o trabalho que eu fiz com o Logan. Quanto tempo mas nós temos pra acabar essa ideia boba?
- Não foi uma ideia boba, foi uma solução para o que estava acontecendo com vocês dois. - Ele ficou subitamente sério. Claro, já estava demorando. - E eu realmente não estou acreditando que vocês ainda não acabaram. - Passou a mão pelos cabelos, claramente frustrado.
- Na verdade fala só aquela questão de levar o companheiro pra um lugar que goste e tal... Perda de tempo, claro. - Respondi e engoli em seco com a cara que ele fez. - Tá bom, me desculpe. No dia que fizemos o trabalho não deu muito tempo de fazer isso, e acabou que esquecemos.
- Vocês tem cerca de quinze dias pra terminar. Dei até um tempo de sobra. Mas caso não façam, vocês sabem... Tem noção de quantas pessoas estão lutando para uma vaga aqui?
- Desculpe, mas eu não vou ficar aqui ouvindo isso. - Levantei-me e quando já estava na porta, o diretor voltou a falar, chamando minha atenção.
- De qualquer forma, quinze dias é a última chance que dou. Não irei mais adiar o prazo, acho que estou sendo bom demais com vocês. - Não respondi, apenas sai dali suspirando. Agora quero só ver como vou convencer Logan de terminar isso.
 A primeira coisa que vi quando sai dali foi Luke, que fitava alguma coisa atrás de mim, sério. A princípio, eu não estava preocupada com isso, então sorri para ele e Lukey sorriu fraco pra mim. Mas todos olhavam para um canto específico e por puro impulso, virei-me para trás e encontrei uma cena nada agradável. Uma cena terrível, pra falar verdade. Era Logan. Mas ele não estava sozinho, não. Ele estava com ela. Victória.
Os dois se beijavam sem dó nem piedade, como se não tivessem no meio da escola. Todo mundo daquele lugar havia parado para assistir o beijo, como se fosse a filmagem do homem chegando na Lua. Mas isso não me importava. Porque, naquele momento, eu só conseguia enxergar Victória passando a mão pelo corpo dele, agarrando forte seus cabelos da nuca. Logan sorrindo entre o beijo, a mão sobre a cintura daquela garota. Aquele era o meu beijo. Era para eu estar ali, era para as mãos daquele idiota estarem agarrados na minha cintura! Eu não sei por quanto tempo fiquei observando aquilo, mas só sai do transe quando meus olhos se embaçaram devido as lágrimas. Eu não podia chorar por causa dele. Não, eu não podia.
 Eu também não iria ficar vendo mais daquela cena, então fui correndo entre as pessoas que se aproximavam e sentei-me em um banco de madeira que havia atrás da escola. Longe de tudo e de todos. Coloquei minhas mãos tampando meu rosto.
- Você não vai chorar Miley, você não vai... - Murmurava para mim mesma, na tentativa frustrada de fazer o que eu falava. Mas estava cada vez mais difícil e eu já sentia uma ou duas gotas caindo.
- Miley! Finalmente te achei. - Eu não precisei levantar o rosto para saber que era Luke. Ele sentou-se ao meu lado e me abraçou fortemente. - Não fica assim.
- Eu... - Tentei falar alguma coisa, mas simplesmente não consegui. Estava triste, magoada, nervosa, morrendo de raiva...
- Pare de chorar por causa dele, My. - Hemmings murmurou, me forçando a levantar a cabeça e olhar bem no fundo de seus olhos claros. - Ele não merece uma lágrima sua. - Ele falou me encarando e eu me senti mais leve. E só então percebi que Luke estava ali comigo, que Luke era um amigo. E sinceramente, não sei o que me deu depois de ter ouvido aquele consolo vindo da parte dele. Parece que tudo se misturou, meu ciúmes, minha carência, a raiva, ódio, sofrimento... Tudo se juntou e, juntamente com o meu defeito que é ser muito impulsa, eu não pensei duas vezes antes de fazer aquilo. Beija-lo. É, e não foi apenas um selinho, foi um beijo de verdade.
 De começo, Luke ficou intacto, confuso com minha atitude mas logo cedeu. Colocou sua mão na minha bochecha enquanto acariciava o local e eu puxava com força seus cabelos, o que parecia que ele gostava. Eu estava beijando intensamente o loiro, sem me preocupar com as consequências, eu só estava querendo tirar um certo moreno da minha cabeça. Tirar os pensamentos frustantes e esquecer que eu o amava. Eu já estava um pouco sem fôlego, e quando me dei conta, estava quase sentada no colo dele, enquanto nos beijávamos apressadamente. Eu tinha que confessar que ele beijava bem. É, ele beijava muito bem. E talvez a gente continuaria, se não tivéssemos ouvido uma voz.
- Miley? - Eu parei imediatamente de beija-lo, apenas para encarar uma Ana confusa, assustada e indignada na minha frente.


Continua.

* A tradução da frase no início do capítulo: Essa dor é muito real. É da música (maravilhosa) My Immortal - Evanescence.

P.S.: A Victória é a Victória Justice.

Primeiramente *suspiro*, não me matem. Eu não sei, na verdade, tem alguém aqui que gosta do Luke? Tem alguém que está gostando desse envolvimento dele com a Miley ou vocês estão odiando? Gatas, vocês tem que entender que a Miley não é de ferro, ainda mais com um gato, gostoso, dlç como o Luke Hemmings, né HUEHEUEHUEH Chega.

Eu acho que a maior pergunta não é nem da Ana e sim, por que Logan e Victória estavam se beijando? Eles estão ficando, namorando...? Qual vai ser a reação quando ele e My se encontrarem? O que vooooocês acham? QUERO SABER O QUE VOCÊS ACHAM DE TUDO! QUERO SABER QUAL A TEORIA DE VOCÊS, HEIN!!

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ATENÇÃO!

Galera, eu nunca fiz um trailer na vida, mas decidi fazer um para Surprise!!!! Está ruim, mas por favor, vão dar uma conferida, tá bom? Isso até ajuda na divulgação!!

LINK: https://www.youtube.com/watch?v=c3tGouE_tek

(Não coloquei o vídeo aqui porque não conta as visualizações lá no YouTube).

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