Vou lhe fazer uma visita.
Logan. Luke. Carro. Acidente. Branco. Hospital. Dor de cabeça.
Essas palavras passavam respectivamente na minha cabeça enquanto eu abria os olhos. De cara, percebei que estava em um hospital, o que era até meio óbvio. As pessoas não sofrem acidente de trânsito e são levadas para uma lanchonete. Elas vão pra um hospital. Né?
Minha cabeça estava confusa. Muito, muito confusa e pra piorar ainda mais minha situação deplorável, ela doía pra caramba. Era uma dor de cabeça terrível, que eu tive que, lentamente, colocar minha mão sobre minha testa para ver se estava com febre. Pelo menos isso não.
Eu encarava o teto, com o barulhinho irritante daquela máquina que mostra os batimentos cardíacos. Finalmente olhei para os lados. Havia apenas eu ali e uma pequena televisão passando o filme Sorte no Amor em um volume bem baixinho. Oh meu Deus, eu havia lembrado do filme. O que era bom, porque depois de acordar e perceber que havia batido a cabeça no acidente, fiquei com um medo gigante de ter perdido a memória ou algo assim. Mas não me lembrava de ter esquecido nada. Nossa, que frase mais confusa. Vou tentar novamente: Eu me lembrava de tudo que havia acontecido.
Parei de pensar no quarto ainda confusa quando ouvi a porta abrir rapidamente, com certo desespero.
- Miley! Caralho, que susto, você quer me matar do coração?! - Era Carlos. Ele estava vermelho, com raiva e uma preocupação gigante, e eu apostaria que ele estava chorando pelos seus olhos vermelhos. Franzi a testa. - Espera... Você se lembra de mim, né? Deus amado, diz que você sabe quem eu sou...
- Carlos, que idiota, para com isso! - Eu gargalhei com a voz ainda meio fraca. - É óbvio que eu sei quem é você, não é como se eu tivesse perdido a memória.
- Pois saiba que corria risco de você ter perdido.
- Mas eu me lembro de tudo. Sem quem eu sou, quem você é, quem são meus amigos, qual meu doce preferido...
- E a tua infância, Tu lembra de tudo? Lembra do passado?
- Estou quase te dando um chute pra você calar essa boca. - Ri e ele mostrou a língua, sorrindo.
- Realmente, está é a verdadeira Miley. - Carlos brincou e eu rolei os olhos, rindo.
- Eu estou bem sim. Só com dor de cabeça mesmo...
- Vou chamar o médico. Espere aí.
- Como se tivesse jeito deu sair daqui. - Respondi com ironia e meu irmão rolou os olhos antes de sair e fechar a porta. Respirei profundamente, pegando impacto com os braços para me sentar naquela maca, que era até confortável. Assisti um pouco do filme, me lembrando de cor das falas - porque sim, já assisti trezentas vezes - até um cara de jaleco e óculos de grau abrir a porta com meu irmão atrás.
- Boa noite, mocinha. - Ele sorriu simpático e eu franzi a testa, olhando para a janela do outro lado do quarto.
- Já é de noite?
- Sim. Você dormiu todo esse tempo, mas acredite, é bem pouco comparado com outras pessoas que já sofreram acidentes parecidos com o seu. - Ele respondeu ainda sorrindo. - Prazer, senhorita Jones. Meu nome é Chris, sou o médico que está cuidando de você.
- Ah sim. - Forcei um sorriso. - Prazer. Mas pode me chamar só de Miley mesmo.
- Claro. Como se sente?
- Estou bem, exceto pela dor de cabeça. - Fiz uma careta e Chris enrugou a testa.
- Oh.
- O que foi, doutor? - Carlos perguntou de imediato.
- Bom, se uma pessoa descreve dor de cabeça ou tonturas, mostra sinais de problemas de equilíbrio, ou dificuldade para lembrar-se das coisas, é algo que deve avaliar. Mas já fizemos um raio-x, e aparentemente está tudo ok.
- Eu não perdi a memória, doutor. Eu me lembro de tudo, estou ótima!
- Te darei um remédio de dor de cabeça. Caso a dor não passe, me avise imediatamente. - Ele falou, abrindo a porta e parando uma enfermeira que andava por lá, pedindo o remédio.
- E quando saio daqui?
- Bom Miley, você ficará aqui por pelo menos 24 horas. Ou seja, receberá alta na noite de amanhã. Isso, claro, se tudo sair bem e você não tiver algum tipo de reação.
- Reação?
- Sim. Você pode ter se esquecido de alguma coisa, sua dor de cabeça pode não parar... Ou você pode sentir algum outro sintoma.
- Mas... Enquanto as aulas? - Carlos perguntou. A última coisa que eu pensaria era escola, mas ele tava dando uma de responsável e perguntando sobre isso.
- Normalmente, leva de uma a duas semanas para os sintomas da concussão desaparecerem e para o cérebro voltar a funcionar a plena capacidade. - Chris respondeu. - Ou seja, duas semanas de repouso absoluto.
- O que?! - Eu quase gritei, incrédula. Eu nunca conseguiria ficar parada dentro de casa por duas semanas. Sem contar que semana que vem é a festa do Kendall, como vou perder?
- Não é só porque alguém afirma que tudo 'clareou' novamente que deve retomar suas atividades normais. Isso pode não ser seguro. Sinto muito, Miley, mas esse é o melhor pra você. - O médico respondeu com seu ar profissional e eu me segurei para não revirar os olhos. - Bom, vou deixa-los. Agora é o horário de visita e eu não quero atrapalha-los. Qualquer coisa, pode me chamar que estarei a disposição. - E dizendo isso com um sorriso simpático, Chris se retirou, ainda me deixando boquiaberta.
- A festa do Kendall...
- Nada disso. Você não vai My, tá doida? Ouviu o que o médico disse?
- Duas semanas é muito tempo. - Choraminguei.
- Ninguém morre porque ficou duas semanas em casa.
Resolvi não responder, apenas suspirei vendo uma enfermeira baixinha e loira me entregar o tal remédio. Tomei-o e então veio uma manada para o meu quarto. A porta abriu, revelando vários rostos conhecidos e muita gritaria.
- Meu Deus, ela tá viva! - James gritou com os braços abertos e o rosto surpreso, arrancando alguns risos.
- E você esperava que eu estivesse morta? - Perguntei incrédula, mas ainda sim, sorrindo.
- Não, claro que não. Mas só pra constatar, se você morresse, eu ficaria com seus posteres.
- Ah, mas eu não ficaria mesmo! Eu ia leva-los até no caixão comigo, Maslow! - Exclamei e ele riu, me abraçando de lado.
- My, tem certeza que está bem de memória? Lembra-se de tudo? - Ana apareceu em meu campo de visão, preocupada.
- Eu ia perguntar isso. - Kendall disse.
- Lembro de tudo, gente. Estou ótima.
- Nossos pais querem te ver a sós depois, My. -Tom disse e eu bufei.
- Não tem como escapar. Depois vejo eles.
Corri meus olhos pela sala, vendo meus amigos. Daniel me abraçou e eu ri. Depois de mais um pouco de diálogo e várias perguntas preocupadas, e porta foi se abrindo lentamente. Todos pararam de rir e falar, se virando para ver quem era. Inclusive eu. Então o vi.
Usava um boné vermelho para trás, regata preta, uma bermuda jeans e all star da mesma cor que a camisa. Ele entortou a boca, e quando seus olhos escuros se viraram para mim, eu senti uma faísca correndo pelo meu corpo, juntamente com uma espécie de djavu. Me lembrava muito bem que aquele exato par de olhos foi a última coisa que vi antes de apagar do acidente, horas antes.
- Ahn... Gente, acho melhor tomarmos café, né? Estamos aqui desde cedo e não comemos nada! - Ana disse e eu agradeci-a mentalmente por ter desconfiado. Todos ficaram um pouco confusos, mas logo entenderam o que ela queria e concordaram. Eu não disse nada, não fiz nada.
- Oh, mas é claro! - Kendall exclamou, abrindo a porta. - Starbucks?
- Oh não, de novo? - Daniel choramingou, enquanto aos poucos, todos iam saindo para fora.
- É, de novo. Eu amo lá.
- Mas Ana, eu não posso ficar comendo essas coisas, eu tô de dieta! E odeio quando...
- Danny, eu já disse para você não mostrar seu lado gay perto dos outros! - Minha amiga exclamou quando todos já haviam saído, fechando a porta. Eles todos caíram na gargalhada do lado de fora, e eu sorri fraco.
- Miley. - Logan murmurou, se aproximando lentamente de mim, as mãos no bolso da bermuda. Já mencionei alguma vez que ele fica lindo de boné pra trás?
- Logan. - Sussurrei, engolindo em seco com sua aproximação. Em questão de segundos esqueci da dor de cabeça que, apesar de estar um pouco menos intensa, ainda me incomodava. Mas não até Logan se aproximar. Não até seu perfume amadeirado tomar conta do ar daquele quarto.
- Você está bem? - Ele enrugou a testa, e eu me segurei para não sorrir de orelha a orelha.
- Tirando a dor de cabeça, estou sim. - Sorri de lado e ele respirou profundamente, fechando os olhos e passando a mãos pelos cabelos. Estava frustrado. Não disse nada, apenas esperei que ele se aproximasse mais, agora do meu lado. Bem próximo.
- Olha, me desculpe. Eu sou um filho da puta, eu sei. Sempre faço as coias erradas...
- Mas a culpa não foi sua. - Interrompi-a com um sorriso tranquilo. - Eu que dei a louca e me esqueci que precisa olhar para os lados quando se quer atravessar uma rua.
- Você não teria se desesperado tanto se eu não tivesse quase matando aquele imbecil.
- Cadê Luke? - Perguntei do nada, me lembrando do loiro.
- Lá fora. Obviamente não entraríamos juntos, porque ainda não tirei da cabeça a ideia de matá-lo. E provavelmente nunca vou tirar.
- Ah, claro. - Rolei os olhos e ficamos um tempo em silêncio. Logan não tirava os olhos de mim e eu começava a ficar envergonhada. - Logan?
- O que foi?
- Quem me... Me... Socorreu? - Claro, gaguejei.
- Eu. - Loggie respondeu simplesmente, me lançando um olhar tão intenso que eu tinha certeza que fiquei vermelha. E até demorei um pouco para entender. Ele havia me salvado. Ele. - O idiota do Luke também ajudou mas, fui eu que chamei a ambulância. E é isso que conta. - Sorriu e eu ri, abaixando a cabeça.
- Obrigada.
- Não há de quê. Toda vez que você for atropelada por um carro enquanto corre desesperada pela rua sem nem olhar para os lados, eu certamente irei te salvar. - Eu gargalhei e mordi o lábio inferior, fitando-o.
- Você sempre me salva. - Sussurrei sem nem pensar direito no que falava e ele deu um sorriso torto. O meu sorriso.
Ficamos um tempo em completo silêncio, mas que não era desconfortável, não. Ficamos apenas nos olhando com intensidade.
- Miley! - Alguém disse enquanto abria a porta. Luke entrou e fez cara de desgosto quando viu quem estava comigo.
- Não sei se você percebeu, mas ela já tem visita. Te aconselho esperar lá fora. - Logan disse seco, sem virar para trás, ainda me encarando.
- Preciso falar com ela. - O loiro murmurou e me olhou. - Está bem, né? Ana disse que sim, fiquei mais aliviado depois de saber disso. - Logan deu uma risada quando ele acabou de falar.
- Obrigada pela preocupação, Luke. - Sorri.
- Miley, fala pra esse cara sair daqui. - Logan sussurrou do meu lado, entre os dentes.
- Luke... Espera só um pouquinho, tá? Você sabe...
- Tudo bem. - Ele me interrompeu, entendendo o que queria dizer. - Espero. - O loiro saiu cabisbaixo, fechando a porta com fraqueza. Suspirei.
- Você tem noção do tamanho da minha raiva por causa dele? Ainda mais depois de hoje?!
- Logan, aqui não, por favor. - Pedi com a voz fraca, olhando piedosamente nos olhos dele, que suspirou e assentiu lentamente, depois de um tempo. Abri um sorriso pequeno de canto, observando-o.
- Quando você sai daqui?
- Amanhã de noite... Se não acontecer nada.
- Quer que eu venha te buscar? - Ele perguntou distraidamente, olhando ao meu redor, reparando no quarto branco. Ótimo, porque assim ele não viu quando arregalei os olhos, surpresa pela pergunta. Ele, logo ele, me perguntando isso?
- Mas... E a Victória? - Perguntei qualquer coisa que veio na minha mente. Ele me encarou, com a testa franzida.
- O que tem?
- Sei lá, vocês não estão juntos? Ela não acharia ruim de você vim me buscar não?
- Estamos juntos sim mas, ela não se importa. Aliás, a Vic gostou muito de você. - Ele entortou a boca e eu sorri bem fraquinho. Aquilo não tinha me agradado nem um pouco. - Eu acho que já vou, My.
- Já? - Quase engasguei, odiando aquela ideia dele ir.
- Sim. Vou deixar você descansar, só passei para saber se estava tudo bem.
- Mas... - Engoli em seco, suspirando derrotada. - Tudo bem. Obrigada por vim.
Loggie sorriso de lado e me deu um beijo relativamente demorado na bochecha, dando as costas e saindo do quarto. Eu respirei profundamente e deitei na maca mais uma vez, fechando os olhos. Logan estava... diferente. Talvez isso passasse, talvez não. Mas de qualquer forma, eu nunca esqueceria desse momento. Onde mais uma vez, percebi que de alguma forma, ele se preocupava comigo. Nem que fosse um pouquinho só, ele se preocupava.
[...]
- If I was your boyfriend, I'd never let you go. I can take you places you ain't never been before. Baby take a chance or you'll never ever know. I got money in my hands that I'd really like to blow... - A vozinha que me acordou do leve sono era bem fraca e baixa. Franzi a testa enquanto espreguiçava para poder abrir os olhos e ver quem era. - Swag swag swag, on you. Chillin by the fire while we eatin' fondue. I dunno about me but I know about you. So say hello to falsetto in three two... - A pessoa que cantava agora se empolgou, cantando mais alto e com mais emoção. Eu sorri, já tendo uma ideia de quem era. Bastou apenas abrir os olhos para que minhas suspeitas se confirmassem. - I'd like to be everything you want. Hey girl, let me talk to you! - Luke dançava de leve, de costas para mim, observando o quarto. Eu sentei-me na cama sem fazer muito barulho, sorrindo. - If I was your boyfriend, never let you go. Keep you on my arm girl, you'd never be alone...
- Da outra vez você tava cantando Ariana Grande, agora é Justin Bieber? O que vai ser da próxima vez? Lady Gaga? - Comentei, fazendo o loiro dar um pulinho de susto e virar-se para mim com um sorriso. Ele riu fraco, se aproximando.
- Talvez seja Beyoncé. - Ele respondeu, pegando minha mãe e eu ri. - Tá sentindo alguma coisa, My? Como você tá?
- Eu não tô sentindo nada... A dor de cabeça já passou, então, acho que estou bem.
- Fiquei sabendo que você vai ficar duas semanas de repouso.
- Exatamente. - Bufei. - Duas semanas sem fazer absolutamente nada.
- Veja pelo lado bom. Pelo menos não vai ter que ir na escola...
- Mas até isso não é o lado bom. Porque vou ficar sem ver vocês todos os dias. - Entortei a boca.
- Isso é mentira. Vou passar na sua casa todos os dias depois da aula, e pode deixar que puxo Ana e Daniel para virem comigo. - Luke piscou pra mim e eu abri um sorriso.
- Sério isso?
- Mas é claro! Você vai até se cansar de nos ver.
- Acho muito difícil. - Respondi e ele riu, me abraçando. Eu respirei fundo e senti seu perfume tomando conta de tudo. Era bom. Olhei pra cima e lembrei-me de Logan, então e Luke novamente... Então me lembrei do acidente. De Logan correndo atrás do loiro... Do telefonema. - Lukey...
- O que foi? - Olhou em meus olhos.
- Você já deve saber que antes Logan escutava sua conversa no telefone e tal... E eu sei que isso é muita intromissão e se você não quiser responder, não precisa. Mas, com quem falava o telefone?
- Por que você quer saber, My? - A maneira como ele falou não foi grosseira ou sem educação. Foi até calmo, quase angelical.
- Bom... Você falou de mim em um momento. Só queria saber quem é, claro, se puder.
- Tudo bem, eu falo. - Ele suspirou, abrindo um pequeno sorriso. - Era um amigo meu. Amigo de uma antiga escola. Ele te conhece, mas só de vista mesmo, até mesmo antes da gente virar... amigos. - "Amigos". Amizade colorida era o que definia nós dois. - E também conhece a Ana. E acho que tem até uma quedinha por ela. - Ele riu e eu gargalhei, surpresa.
- Sério? Como assim?
- Ele já viu ela com você e ficou falando dela o dia inteiro pra mim. Sério, foi um saco.
- Que gracinha! - Eu ri mais uma vez, empolgada. - Como ele chama?
- Adam. - Lukey respondeu rindo da minha animação e então, sue celular tocou. Ele pigarreou.
- Pode ir atender.
- Já volto. - Concordei com a cabeça e ele saiu do quarto. Continuei assistindo o filme que passava desde o começo de tudo, desde que acordei.
[...]
A primeira coisa que eu fiz foi bufar. Bufar de raiva, de tédio, de desgosto. Depois m lembrei que carregava uma mala gigante e pesada de roupas, o que me fez rir ao lembrar dela. Eu ficaria apenas um dia, 24 horas em um hospital e minha mãe resolve trazer uma mala enorme de viajem lotada de roupa. O que ela tem na cabeça? Mas claro, depois disso deu mil e uma desculpas e disse que precisava viajar porque não podia perder um cliente importante ou algo do tipo que não fiz muita questão de saber. Resumindo: Me deixou sobre os cuidados do meu irmão.
Eu estava olhando pra aquela sala com desprezo porque eu a veria todos os dias durante quatorze dias, o dia inteiro. Que maravilha. Ficarei enfurnada dentro de casa enquanto todos vão sair. Me joguei no sofá.
- Miley, eu falei pra você não pegar essa mala, ela tá pesada demais pra você. - Carlos resmungou, vindo em minha direção. Olhei-o com tédio.
- Não é porque bati a cabeça que eu não posso carregar uma mala.
- Não quero discutir com você. - Ele respondeu simplesmente, pegando a mala e subindo as escadas.
- Pois acho que vamos discutir muito nessas duas próximas semanas. - gritei. Carlos demorou um pouco até descer, vindo até mim.
- Não é culpa minha se você sofreu acidente e terá que ficar duas semanas de repouso absoluto.
- Ah claro, até porque eu escolhi bater minha cabeça! Eu escolhi atravessar a rua no mesmo momento que um carro idiota passava! Claro, foi tudo planejado! - gritei com ironia, me levantando e ficando de frente do meu irmão mais velho.
- Estou vendo que serão quatorze longos dias pela frente. - Tom disse enquanto chegava na sala, fechando a porta em seguida. - Só espero que pelo menos eu saia vivo dessa.
- Ninguém vai matar ninguém aqui, Tom. A Miley vai se comportar. - Carlos respondeu com um tom autoritário e a expressão de superioridade. Odiava quando ele pensava que era meu pai dessa forma.
- Para de falar assim comigo. - Murmurei antes de subir a escada e ir até meu quarto. Abri a porta. Ele, sem com certeza, seria o lugar que eu mais ficaria. Ia ficar dormindo, lendo, qualquer coisa... Só sei que no final acabaria em tédio. Eu não sou bem do tipo que sai todo dia, mas duas semanas sem nem ir na padaria... Era demais.
Peguei uma camisola qualquer e fui tomar banho. Demorou bastante. Queria tirar todo o cheiro e vestígios do hospital que restava em mim, sem contar os machucados que deveriam ser muto bem lavados e com os devidos curativos, como o médico disse pra mim um milhão de vezes. Terminei e coloquei a camisola fofa porém confortável.
Eu tenho vários pijamas e camisolas fofas assim. Obviamente que as pessoas ficam até surpresas quando vê, já que não condiz com a minha personalidade, mas eu não vejo nada demais... É normal.
Respirei fundo, observando a decoração do meu quarto. Era muito linda sim mas, fazia anos que estava daquele jeito, eu poderia mudar algumas coisas... É. Talvez mudar a decoração do meu quarto não me deixaria afundar no tédio. Mas aquilo ficaria pra outro dia, porque sinceramente, estou morrendo de sono e minha cabeça está começando a doer. O médico disse que se essas dores continuassem, eu teria que voltar ao hospital. E que também não era pra mim forçar muito, um dos motivos para não poder sair ou ir a escola. Apenas me joguei na cama e adormeci em segundos.
[...]
Eu realmente acho que as pessoas adora me acordar. Sério, sem brincadeira. E sabe qual foi a melhor maneira que elas acharam para fazer isso? Me ligando. Deixando aquele celular tocar uma música qualquer do Nirvana trezentas vezes seguidas.
Bufei e quase caí da cama ao pegar o celular, sem nem fazer questão de olhar quem era.- Jesus amado, quem é? O que foi? Eu tô tentando dormir e não consigo fazer isso com meu celular tocando quinhentas vezes...
- Não começa com as reclamações! Eu sei que você acorda de mau-humor, mas não desconta isso em mim! - Aquela voz era o inconfundível de Ana. Ela estava se divertindo com meu humor.
- O que você quer?
- Que delicada você está hoje, Miley. Eu só queria perguntar se você está bem.
- Eu estou ótima. - Respondi com a voz de sono, desejando muito que ela desligasse logo pra mim voltar ao sono. Além dela ter interrompido um sonho maravilhoso que eu tinha, acho que nunca senti tanta vontade de dormir. Era sobrenatural.
- Ótima você não está que eu sei.
- Estou bem, Ana...
- O médico ainda quer aquele repouso absoluto?
- Sim. Duas semanas sem nem sair na rua. - Rolei os olhos.
- Ah, mas passa rapidinho...
- Tenho certeza que pra mim não passará. Posso desligar agora?
- O que? Não! Espera Miley, estou falando com você! - Ela riu. - Vou aí te visitar sempre, ok? Tentar acabar com o tédio que eu tenho certeza que você ficará.
- Pode vim mesmo, não vou aguentar ficar parada aqui. - Respondi e ela não disse nada, e eu agradeci mentalmente por ela não ter nada pra dizer. Porém, na hora que ia desligar pra voltar a dormir, Ana começou.
- Logan ficou bem preocupado.
- Sério? Me conta o que aconteceu. - Falei interessada, esquecendo um pouco do sono.
- Sim. James falou que ele tinha ligado dizendo que estava te levando pra um hospital, e que estava desacordada. Segundo o Jay, Loggie tava bem desesperado. Daí nós dois fomos correndo até o hospital, e ele estava aflito.
- Qualquer pessoa ficaria aflita enquanto tivesse levando alguém pra um hospital. - Disse, depois de um tempo em silêncio, e até um pouquinho feliz em saber daquilo.
- Mas eu tenho certeza que ele não ficaria tão desesperado se fosse outro pessoa. Para de ficar arranjando desculpas Miley, o Logan gosta de você.
- Ele não gosta de mim não.
- Gosta sim.
- Se gostasse, não estaria namorando com a Victória nem jogando na minha cara que eu não posso tê-lo. - Ficamos um tempo em silêncio.
- Victória... Ela estava lá no hospital, mas era quando você ainda não tinha acordado. Me parece bem simpática.
- Simpática até demais, Ana. Isso chega a me irritar.
- Por que?
- Porque isso é falsidade. Não é possível que ela gosta de mim depois deu ter jogado suco nela e ter sido tão mal educada! - Bufei, frustrada.
- Você jogou suco nela, Miley? - A loira parecia horrorizada, como se fosse uma mãe repreendendo o filho.
- Joguei. - Dei de ombros. Ela bufou e demorou um pouco pra responder.
- Ela estava preocupada com você...
- É falsidade.
- Não me parecia nem um pouco falsidade.
- Ai meu Deus! Será que agora eu posso dormir? - Implorei, não gostando nem um pouco do rumo que a conversa estava tomando. Ana tinha gostado da Victória, aparentemente. E mais uma vez, eu não gostava.
- Tudo bem, você deve estar cansada... Agora ainda são sete da manhã! Desculpe o horário, eu precisava muito falar com você.
- Tudo bem.
- Estou quase chegando na escola. Estou atrasada. - Ela riu de leve. - Depois passo aí, My. Fica bem. Beijo.
- Beijo, Ana. - Desliguei o celular e fiquei pensando um pouco naquela conversa. O tempo foi passando e quando em dei conta, já dormia novamente.
[...]
Abri meus olhos e já olhei as horas. Meio-dia e dez. Suspirei, levantando da cama e começando minha higiene matinal. Por incrível que pareça, eu queria ter ido na escola, ter visto Ana, Danny e Luke. E Logan também. Mas não, hoje eu teria que ficar em casa, como todos os outros malditos dias que estão por vim. Vesti uma roupa qualquer.
Encontrei meus dois irmãos na cozinha, rindo e falazando sobre alguma coisa, enquanto almoçavam. E eu nem café havia tomado. Estava indo na direção deles, até que a campainha tocou.
- Miley, pode ir lá atender? - Carlos gritou e eu suspirei, assentindo. Dei meia volta, já esperando que fosse Ana ou Luke. Ou até mesmo minha mãe, porque não? Não duvido de mais nada.
Abri a porta com certo tédio e encontrei a última pessoa que viria ali, ainda mais com aquele sorriso torto e óculos escuros que estou cansada de citar que fica perfeito nele.
- Logan? - Perguntei quase em um sussurro, com o resto da voz que restava. Ele riu da minha reação, se aproximando.
- Fiquei sabendo que você está odiando isso de ter que ficar aqui de repouso. Daí eu pensei: Por que não ajudar ela a tornar as coisas mais divertidas? - E o sorriso malicioso estava lá.
Continua.
* A frase no início do capítulo é da música A Visita - SILVA.
Ooooi gente! xD
Primeiro: Eu não revisei o capítulo, então se tiver algum erro, me perdoa. Quando eu tiver tempo, reviso para corrigir.
Segundo: Era pra mim ter postado ontem, mas daí sai e quando cheguei já era tarde, então fui direto dormir. Só agora que arranjei um tempo mas mesmo assim, tenho que ir, porque já vou sair de novo daqui a pouco. Resumindo, me perdoem pela demora.
Geeeeente, o que acharam do capítulo? Por que Logan está diferente? O que vocês acham que vão acontecer no próximo cap? COMENTEM porque é MUITO importante saber o que VOCÊS estão achando!!!
Até a próxima, amores.
Gih.
Uia!Gente que capítulo!!!!!! Incrível como o Logan tá agindo com a Miley, soltando o amor dele aos poucos hehehe (aquela carinha )
ResponderExcluirEnfim,CONTINUAAAAAAAAAAAAAAA LOGO porque isso tá fodastico!
BEIJASSO ♡ ♥ ♡ ♥ ♡ ♥
:*
HAHAHAH, cê ta vendo que amor ele tá? Será que isso dura? Hm hm. Obrigaaaaada linda, já continuei!! Espero que goste ♥ Beijãao!
ExcluirAcho que o Logan ficou com medo de perder ela pra sempre kkkk Mas eu gostei pq ele ficou fofo ^~^
ResponderExcluirHAHAH, Logan fofo é raridade, vamos aproveitar xD Já continuei sua linda, espero que goste! ♥
ExcluirCuriosidade matando aqui, tá parecendo aquelas séries de suspense, que para bem na parte boa, e meio que tem um locutor dizendo " Oque será que vai acontecer no próximo capítulo?! " O pior é que nem tem como saber. Porque não tem comercial. Eu estou achando tão fofo a preocupação do Loggie. Gente se eu estivesse que ficar duas semanas em casa eu morria, - mas a Miley se deu bem, ao menos vai ter o Logan para tirar o tédio -. Está demais. Gih é sério eu acho que você devia logo fazer o livro, por mais que minhas amigas não comentem ela ama as suas Fics. Eu vivo brigando com elas, mas não adianta. Está ótimo, amei. Estou esperando o seu livro em. Beijos! E continue!
ResponderExcluirHAHAHAH, eu sofro com isso também viu em novela! mas vcs tem meio que um "comercial" também, que são os spoilers que eu dou de vez em quando lá no grupo!! xD Logan fofo é tão... fofo HAHAH, e raro. Eu também morria, duas semanas sem sair é difícil, mas exatamente, temos o Logan!!! Aaai obrigada linda, eu fico tão feliz quando leio isso ♥ Obrigada por tudo, quem sabe não surge uma ideia fodástica que mereça um livro, né? Mas ainda tenho muita coisa pra aprender. Agradece elas por mim, flor!! Obrigaaada por tudo,já continuei, espero que goste! Beijãaao ♥
ExcluirCuriosidade matando aqui, tá parecendo aquelas séries de suspense, que para bem na parte boa, e meio que tem um locutor dizendo " Oque será que vai acontecer no próximo capítulo?! " O pior é que nem tem como saber. Porque não tem comercial. Eu estou achando tão fofo a preocupação do Loggie. Gente se eu estivesse que ficar duas semanas em casa eu morria, - mas a Miley se deu bem, ao menos vai ter o Logan para tirar o tédio -. Está demais. Gih é sério eu acho que você devia logo fazer o livro, por mais que minhas amigas não comentem ela ama as suas Fics. Eu vivo brigando com elas, mas não adianta. Está ótimo, amei. Estou esperando o seu livro em. Beijos! E continue!
ResponderExcluirBem esse capitulo ficou demais como todos os outros,mas enfim eu gostei muito.Eu concordo com a Paloma,esse negocio de parar bem na melhor parte nos deixa mortas de curiosidade.Eu to aqui que ñ me aguento de curiosidade pra saber o que o Logan vai fazer na casa da Miley apesar de já ter minhas suspeitas em relação ao que pode acontecer. kkk e vou logo avisando que são boas.
ResponderExcluiriris, você por aqui! Apareça sempre HAHAHA. Obrigada por tudo, minha flor! Mas essa é a graça, parar na melhor parte pra vcs ficarem curiosas!! HAHAH. Já pode ver o que vai dar com ele lá, porque já postei o cap 28! Espero que goste e não esqueça de comentar! Beijãaao ♥
ExcluirEstou amando, muito bom mesmo, so acho que vc não deveria demorar tanto pra posta, bjs.
ResponderExcluirEu não demoro pra postar atoa, são problemas... :( Expliquei porque demorei pra postar nas notas finais do cap 28, que inclusive já postei!! Desculpe pela demora, e espero que goste!! Obrigaaada, flor ♥
ExcluirAh, desculpa não tinha visto :(
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