Fanfic Surprise. Trigésimo Quarto Capítulo: Mother.




Mama, oh! 
Didn't mean to make you cry



 Sabe naqueles momentos que você simplesmente não sabia o que fazer? Então, eu estava passando por isso. Não sabia, principalmente, como me comportar. Eu deveria ser a durona de sempre, magoada por tudo ou tentar ser um pouco mais... gentil? Porque sério, nunca vi minha mãe chorar, e ter visto agora me deixou meio estranha. Goste ou não, mexeu comigo.
 Ela foi até meu quarto, pediu-me baixinho para que eu entrasse e assim fiz, sem dizer uma palavra. Sentamos na minha cama, uma de frente para a outra e eu esperei que ela falasse algo. Giselle suspirou.
- Eu... Primeiramente, você está bem? Psicologicamente, porque eu sei que isso te afetou.
- Estou sim. - Falei rapidamente, engolindo em seco. Nunca tive uma conversa assim com ela, sempre que minha mãe tentava conversa eu saia xingando e gritando.
- Vocês sabem quem foi?
- Sim. Já demiti o segurança que fez isso.
- Mas não acho seguro, mesmo assim.
- Está tudo bem.
- Olha Miley... - Ela respirou profundamente, chegando mais perto de mim. - Eu sei que você me odeia. Sente mágoa por tudo que fiz e das atitudes que eu tive que tomar, principalmente em relação à você e seus irmãos. Pelo fato deu nunca ter... Dado atenção suficiente para vocês três. - Algumas lágrimas escorria em seus rosto, e pela primeira vez eu senti que ela estava sendo sincera. - Eu reconheço o meu erro. Me lembro de todas as vezes que você pediu uma opinião minha ou até mesmo um conselho e eu nunca me importei tanto... - Giselle agora chorava, muito. - Fiquei pensando em tudo isso, e você não sabe o quão arrependida estou!
- Arrependimento não vai mudar o passado. - Rebati, um pouco baixo. Eu sei, minha mãe tá se demostrando sincera e eu tão fria. Mas acontece que eu sou extremamente magoada com tudo. Foram tantos momentos que precisei de alguém do meu lado e ela nem sequer se importou...
- Eu sei filha, eu sei. Tudo que estou falando não vai mudar o que aconteceu, mas eu juro que faria tudo completamente diferente se pudesse.
- Como você ficou sabendo do que aconteceu? - Mudei de assunto.
- Os seguranças me disseram. Eles tem obrigação de me informar se algo acontecer. Mas não me disseram com muitos detalhes, então desmarquei todos os compromissos e vim correndo para cá saber disso. Carlos me contou, e eu fiquei completamente desesperada. Nunca esperava que algo como isso acontecesse. Mas, isso me serviu para abrir um pouco os olhos, Miley. Me fez pensar em tudo, e finalmente acordar pra vida e perceber que eu tenho três filhos. Três pessoas maravilhosas que precisam da minha atenção, do meu amor e do meu apoio. Tudo que eu nunca dei para vocês. - Normalmente, eu reviraria os olhos e acharia aquela cena digna de novela mexicana. Mas dessa vez foi diferente. Ela soluçava em cada frase que dizia, e tudo isso fez meus olhos começar a marejar. Eu estava sentindo o seu arrependimento. - Sempre passei a minha vida inteira querendo um trabalho bom. Eu consegui, e tudo que se passou pela minha cabeça foi que eu deveria conseguir dinheiro para sustentar vocês.
- Dinheiro não é tudo. Eu já te disse isso tantas vezes, mas você sempre foi cega para conseguir cada vez mais. - falei, interrompendo-a e respirando fundo.
- Eu era cega Miley, não sou mais. Te juro, não penso mais como antes.
- Olha, Giselle. - Eu enxuguei uma lágrima teimosa que desceu pelo meu rosto rapidamente. Não podia chorar. Mas, eu estava afim de desabafar. E foi isso que eu fiz. - Você deve ter sua vida financeira, tem que viajar para trabalho e é ocupada, eu entendo isso. Nunca quis que você largasse tudo por causa de nós. Mas, você deveria saber que também tem uma vida fora disso.
- Me desculpa, filha. Por favor, me desculpa. - Ela segurou no meu rosto, olhando profundamente nos meus olhos. Eu senti meu olho se encher cada vez mais de água. - Eu vou mudar, eu te juro. E não é mais como antes, uma promessa que nunca foi cumprida. É sério. Tudo que aconteceu me fez acordar de uma forma inacreditável, e eu quero ser a mãe que você merece ter. Eu te amo. - Tá legal, eu não aguentei, Comecei a chorar na hora que Giselle disse isso, porque cara, fazia tanto, tanto tempo que eu não ouvia aquelas palavras vindo dela.
 Eu desabei à chorar igual uma criancinha, e ela me puxou para que chegasse mais perto. Me abraçou fortemente e eu retribui na mesma intensidade. Aquilo era tão... Meu Deus, nunca imaginei uma cena dessa. Eu chorando no colo da minha mãe? Isso nunca passou pela minha cabeça, e se passou, era considerado algo muito difícil de acontecer.
 Fiquei ali chorando sem parar por uns vinte minutos, mais ou menos. Separamos o abraço, mas Giselle continuou segurando minhas mãos, com o rosto completamente vermelho.
- Você não me respondeu... Me perdoa?
 Fechei os olhos. Aquela pergunta podia mudar muita coisa. Por incrível que pareça, eu não guardava rancor dela, era apenas mágoa. Eu tinha um pouco de medo disso ser apenas conversa fiada, dela dizer isso e amanhã voltar a ser a pessoa que era antes... Mas algo me dizia que não. Podia ser intuição, ou qualquer coisa, mas me dizia que aquilo era sincero. Era de verdade, vinha do coração.
- Sim, mãe. Eu te perdoo. - Respondi, firme, limpando o rosto. Ela me encarou com os olhos arregalados, voltando a chorar. Mas, sorria.
- Sério?
- Sim. Se você me prometer que realmente vai mudar, e ser uma mãe atenciosa.
- Eu te prometo, prometo, prometo... Vou ser a mãe que você nunca teve, meu amor. Até agora. - Abrimos um sorriso e eu só tratei de abraça-la bem forte. Isso estava mesmo acontecendo? Só podia ser um sonho.

Carlos Pov On.

Olhei assustado para meu pai, que me encarou sem expressão.
- Que porra é essa? - Foi tudo que consegui dizer.
- Sua mãe veio correndo para cá quando soube do que aconteceu. Cancelou tudo.
- Você também?
- Eu não tinha tanto compromissos como ela, mas cancelei os que tinha e vim junto. - Ele cruzou os braços. - Sério mesmo que aconteceu isso?
- Não pai, eu que inventei tudo. Tô escrevendo um livro. - Revirei os olhos, sentando em uma cadeira. Kelly fez o mesmo.
- É insano. - Ele franziu a testa. - Vocês descobriram quem foi?
- Logan descobriu e eu demiti.
- Logan? Vocês ainda são amigos? - Gusttavo estava surpreso. Bufei.
- Você realmente não sabe de nada, pai. Claro que somos.
- Vocês são amigos há muito tempo, né? Eu me lembro. Jurava que na primeira semana vocês já não iam mais conversar.
- Por que achou isso? - Eu ri.
- Vocês as vezes tinham umas ideia tão contrárias. Achei que não ia dar certo e iam acabar se distanciando.
- É isso que nos mantém unidos, pai. - Gargalhei e ele me olhou com uma cara estranha. Chegou perto de mim e me deu um tapinha no ombro.
- Sabe de uma coisa que eu tenho saudade?
- O que?
- Ver você perdendo para mim no videogame. - Ele sorriu com um olhar desafiador e divertido, e sinceramente, meu pai sabia muito bem como me deixar irritado.
- Perder para você? Não estou lembrado disso não. - Abri um sorriso e olhei-o com o mesmo olhar.
- Como não? Eu me lembro perfeitamente. Duvido que você ganhe de mim.
- Isso foi um desafio?
- Exatamente. - Nós rimos e eu olhei para Kelly, que riu também e me deu um selinho.
- Vai lá jogar com o seu pai, amour. Posso fazer alguma coisa para vocês comerem!
- Não precisa...
- Claro que precisa, Carlos. Podem ir! - Ela não esperou que eu dissesse nada, apenas começou a pegar ingredientes e utensílios.
- Finalmente você arrumou uma companheira que sabe fazer alguma coisa. - Meu pai sorriu orgulhoso e eu rolei os olhos, dando de ombros e caminhando até a sala. - Vem, vamos jogar para mim ganhar de você.

Carlos Pov Off.

- Seu celular está tocando, filha. - Giselle murmurou e só então eu percebi isso. Desfiz o abraço e fui ver quem era. Era Luke. Oh, eu esqueci do cinema!
- Luke?
- Miley? Está tudo bem? Estou aqui na porta da sua casa e até agora você não apareceu.
- Ah, me desculpe. Lukey, eu acho que não vai ter como nós irmos.
- Por que? - Ele parecia desapontado.
- Bem, é meio difícil de explicar. - Eu olhei para minha mãe, que me encarava com um sorriso. - A minha mãe está aqui, e... Bem, nós tivemos uma conversa...
- Vocês brigaram de novo?
- Na verdade não. Nós fizemos as pazes. - Mordi o lábio inferior. O loiro demorou um pouco para responder.
- Sério?
- Sim.
- Meu Deus, isso é um milagre! - Ele riu. - Estou muito feliz por você, amor. Escuta, esquece o cinema hoje. A gente marca outro dia, tudo bem? Fica aí com sua mãe.
- Obrigada, Lukey. De verdade, obrigada por tudo.
- Não precisa agradecer, My.
- A gente marca outro dia sim... Depois eu te ligo, amor. - Trocamos mais algumas palavras e eu desliguei, sorrindo e respirando fundo.
- Quem é Luke? Você chamou ele de amor? - Giselle perguntou, sorrindo de orelha a orelha, mas com um olhar confuso. Ah é, ela não sabia de absolutamente nada. Sentei-me na cama, mas minha mãe me puxou para a sacada. Sentou-se em uma cadeira e eu sentei em outra. - Eu adoro esse lugar, vamos ficar aqui.
- Ok. - Ri baixinho. - Bom, Luke é o meu namorado.
- Você está namorando? - perguntou, surpresa. - Quanto tempo faz?
- Já faz um bom tempo, quase um mês, por aí... Na verdade, foi bem difícil de Carlos aceitar isso, até hoje ele tem um pé atrás.
- Ué, mas por que?
- Ele não vai muito com a cara do Luke. Ele e o Logan se odeiam, por umas coisas que aconteceram no passado e tudo mais...
- E por causa disso ele não apoia?
- Sim. Ele não confia no meu namorado.
- Eu quero conhecê-lo, filha. Você podia trazê-lo para um almoço, ou qualquer coisa, só para mim conversar um pouco com esse garoto.
- Sério? - Agora eu que estava surpresa.
- Claro. Não o conheço, quero conhecer. Mas já apoio vocês juntos. Só de ver esse sorriso no seu rosto dá para perceber que você gosta dele.
- É, verdade. - Sorri.
- Você tem alguma foto dele para eu vê-lo?
- Tenho uma dele no celular. - procurei pela foto que eu havia tirado de Hemmings um dia qualquer em que estávamos na sua casa. E ele fazendo suas gracinhas, claro.


- Olha só! Ele é um belo rapaz. Parabéns, My.
- Obrigada. - Conversamos sobre escola, namoro e ela perguntava tudo sobre a minha vida e de meus irmãos. Na boa, aquilo estava acontecendo mesmo? Eu tinha medo de tudo ser um sonho, que quando eu acordasse,  tudo voltaria ao normal. Minha mãe estava aqui na minha frente, escutando atentamente tudo que eu tinha pra falar, mostrando-se preocupada comigo. Eu nunca tive essa atenção dela. E, comecei a me sentir importante pra Giselle. Isso era... fantástico. Ela realmente havia mudado.
 Eu sabia que não era de uma hora para outra. Ela não soube da notícia e já decidiu que devia se importar com seus filhos. Tenho certeza que minha mãe pensou sobre isso por horas. Ela nunca havia ficado sabendo de nada sobre nós, capaz que sempre achou que nossa vida fosse perfeita, e quando soube que havia algo acontecido conosco, talvez seu lado maternal havia falado mais alto. Porque minha mãe não dava atenção e carinho, mas ela também não era uma bruxa que não tava nem aí pra nossa existência. Também não era assim. Ela só vivia ocupada, e priorizava o seu trabalho e colocava isso em primeiro lugar. Agora que percebi isso.

Luke Pov On.

 Entrei no meu carro depois de desligar o celular e decidi que iria para casa. Eu estava cansado. Mas decidi passar em um mercado ou lanchonete para comprar alguma coisa para comer na janta. Não tava nem um pouco afim de cozinhar hoje.
 Decidi ir em um daqueles mercadinhos pequenos que se encontrava em qualquer esquina. Saí do carro e entrei naquele lugar, avistando as várias prateleiras. Eu não sabia o que escolher. Mas com certeza seria besteira, nada saudável. Peguei um pacote de Doritos e outros salgadinhos, além de uma garrafa de Coca-Cola. Um saco de batata-frita congelada e cookies de chocolate, sem contar o pote de sorvete de flocos. Flocos me lembrava a Miley. Ela adorava.
 Quando estava indo até o caixa pagar tudo, eu senti uma sensação estranha, de repente. Franzi a testa e olhei ao meu redor várias vezes. Era sensação de estar sendo observado. Rodei mais uma vez entre as prateleiras para ver se tinha alguém de diferente por ali, mas estava tudo normal. Ok, era só impressão. Dei de ombros e fui até o homem do caixa, pagando tudo e saindo do mercado.
 A sensação voltou, o que era uma merda. Olhei novamente para todos os cantos, para dessa vez estava tudo escuro. Meu carro estava estacionado um pouco longe dali. Fui caminhando até ouvi passos. Olhei para trás. Nada. Bufei fortemente e comecei a andar de novo.
- Luke. - Parei imediatamente quando escutei alguém sussurrar o meu nome. Olhei para trás e finalmente eu vi um homem. Ele estava todo de preto, com o capuz de seu moletom cobrindo quase o rosto todo. Ele andou vagarosamente ao meu lado, até parar um pouco longe de mim, mas na minha frente. Ah, claro. Eu sabia quem era. Virei a cara e continuei andando, sem nem sequer me virar para olha-lo. Era como se não tivesse ninguém ali. - Luke. - Chamou de novo, mas eu fingi não escutar. Ele riu. Uma risada curta e nervosa. - Você é um idiota. Um completo idiota. - Ele falou pausadamente e eu rolei os olhos, entrando no carro. A última coisa que vi antes de dar partida, foi a cara extremamente irritada que ele lançava na minha direção.

Luke Pov off.

- E o Logan? Como ele está? - Era tão óbvio que ela ia perguntar isso. Eu me segurei para não bufar, e engoli em seco.
- Está bem. - Respondi rapidamente, forçando um sorriso.
- Hm, já sei. Vocês não se acertaram até hoje, né? - Ela franziu o cenho, percebendo a cara forçada que eu fazia. Respirei fundo. Ela pelo menos sabia que eu e Logan não nos dávamos muito bem. Nos almoços da nossa família com a dele, eu o matava com os olhos, qualquer pessoa percebia.
- Bem longe disso, mãe. 
- Aconteceu alguma coisa?
- Você sabe que a gente nunca foi assim, né. Mas, ele não fala mais comigo, nem nada. Por causa do Luke.
- Pelo o que você me contou, já era de se esperar.
- É, eles nem se gostam... - Mostrei a língua, olhando as estrelas no céu. Estava uma noite linda.
- E você ainda gosta do Logan? - Se alguém vesse a cara que eu fiz, com certeza ia rir de mim. Arregalei completamente os meus olhos e escancarei a boca. Como. Assim.
- O que? - Fiz-me de desentendida, sentindo um frio na barriga. Giselle riu de leve.
- Você deve pensar que eu nunca reparei, né? - Ela riu novamente. - Eu reparei sim, Miley. Não era totalmente desligada e desinteressada, eu percebia a sua relação de "amor e ódio" com o Loggie. - Ela fez aspas com as mãos. 

C-a-r-a-l-h-o. 

A última pessoa do mundo que eu pensei que ia notar isso, notou. Estava realmente muito na cara. Eu estava perdida.
- Bom, então... - Eu virei-me para ela, engolindo em seco. - Então... É...
- Pode falar. 
- Mãe, eu gosto dele sim... Infelizmente. Não sei como isso surgiu, mas eu gosto, fazer o que.
- Eu sempre soube. - Sorriu - Isso é meio confuso. Você gosta do Logan mas está com Luke?
- Não é bem assim. Eu gosto sim do Luke como te disse, estou aprendendo a gostar cada vez mais. E eu tenho que esquecer o Logan, porque simplesmente não dá para ficar com ele. Ele é irritante, chato, metido, medíocre...
- Se ele é tudo isso, porque você se apaixonou? 
- Porque se ele não fosse tudo isso, eu não teria me apaixonado. - Bufei. -É exatamente tudo isso que me fez ficar assim por aquele idiota.
- My, isso é tão fofo! Mas, por favor, tenha consciência das atitudes que você está tomando. Ou é um, ou é outro. Ou você fica com o Luke gostando dele, ou você se separa. Não o iluda.
- Eu sei mãe, eu sei... - Abaixei a cabeça. - Eu vou esquecer do Logan. Está mais do que na hora.
- Se é isso que você quer, eu apoio. - Giselle sorriu. - Faça aquilo que te faça feliz.

[...]

Já era cerca de meia-noite e nós estávamos na sacada ainda. Mas agora, com um cobertor e chocolate quente que minha mãe pediu para uma empregada recém contratada fazer.
- Já está tarde... Vou deixa-la dormir.
- Eu não durmo essa hora, mãe. - Sorri fraco. - Pra mim ainda está cedo.
- Jura? Porque pra mim já passou da hora. - Ela riu baixinho. - Estou morrendo de sono.
- Pode ir, então. Já conversamos muito.
- Eu vou ficar aqui em casa pelo menos uma semana. Cancelei tudo mesmo.
- Não se arrepende?
- Obvio que não. Foi a melhor decisão que eu tomei. - Ela sorriu se levantando e eu fiz o mesmo. - Bom, eu já vou indo. Amanhã acordarei cedo para fazer uma café caprichado.
- Você sabe cozinhar? Como assim? - brinquei, fingindo espanto. Ela rolou os olhos, rindo.
- Tá duvidando, né? Você vai ver só amanhã.
- É, quero só ver. - Nos despedimos com mais um abraço demorado, desejos de boa noite e sorrisos. Ela foi embora, e eu me joguei na cama, suspirando enquanto encarava o teto.
 Caralho. Eu não fazia ideia do que pensar desse dia. Com certeza foi um dos melhores de toda a minha vida. Tínhamos feito as pazes, finalmente. Pra mim isso tudo ainda era muito novo, claro, hoje eu acordei morrendo de raiva de tudo e agora irei dormir feliz. Uma boa parte dos meus problemas estavam resolvidos com essa reconciliação, mas obviamente não era todos eles.

Claro. 

 Eu ainda tinha um medo. Um certo medo, que vinha bem do fundo do meu coração. Agora que ela diz que seria uma mãe presente, será que ela se tornaria uma pessoa super protetora? Que não deixaria eu fazer nada? Eu não queria aquilo, e do jeito que sou, mesmo que não quisesse não ia obedecê-la 100%, se fosse assim. Tudo bem não deixar eu fazer tudo o que eu quero, mas seria horrível se isso fosse tão grande a ponto de praticamente me "sufocar".
 Mas era apenas suposições, certamente eu não tiraria conclusões precipitadas. Saí do meu quarto e desci as escadas, encontrando uma cena um tanto que divertida na sala. Carlos e meu pai jogavam um jogo de futebol no videogame enquanto Kelly dormia sentada em uma poltrona enrolada em um edredom. Eles riam e se zoavam baixinho, percebendo que algumas pessoas já dormiam.
- Vocês não cansam? - Perguntei e eles se assustaram quando viram eu chegando na sala.
- Que susto, filha. Pensei que estivesse dormindo. - Gusttavo disse, largando o controle e Carlos resmungou.
- Pra mim ainda é cedo.
- E sua mãe? Onde está?
- Ela já está dormindo.
- Pelo visto vocês se resolveram mesmo, né? Ficaram horas lá em cima. 
- Sim. - Abri um sorriso. - Conversamos muito mesmo e acabamos fazendo as pazes. Só espero que isso dure.
- Eu conheço sua mãe com a palma da minha mão, e acredite, isso vai durar sim. O que aconteceu realmente tocou ela. - Ele disse, se aproximando e me dando um abraço. - E eu, você me desculpa?
- Pelo o que?
- Por tudo. Sei que você sempre teve uma mágoa maior de sua mãe, mas acredito que de mim também tem. E sinceramente Miley, eu também me assustei com o que aconteceu. Eu também não esperava e fiquei igualmente mal. Mas você me conhece, eu não sou do tipo que demonstra sentimentos facilmente... Você me puxou por esse lado. - Nós dois rimos baixinho. - Me desculpe?
- Tudo bem, pai. Relaxa. Hoje estou perdoando todos. - Mostrei a língua e ele riu, me abraçando mais uma vez.
- Bom, preciso falar com Tom. Ele está no quarto dele? Será que já está dormindo?
- Tenho certeza absoluta que ele está jogando alguma coisa lá. Não dorme essas horas, muitas vezes até vira a noite. - Carlos respondeu por mim, desligando o videogame e eu assenti.
- Oh, sério? Preciso repreende-lo por isso depois. Mas agora preciso matar a saudade dele. Boa noite, filhos. Até amanhã.
- Boa noite, pai. - Los e eu respondemos em coro, enquanto Gusttavo subia as escadas. Olhei para Kelly, que estava quase deitada já.
- Hey, manda a francesa ir pro seu quarto, Los. Vou assistir algum filme. - Murmurei enquanto ia para a cozinha.
- Vamos para o meu quarto, mas não vamos dormir. - Ele respondeu maliciosamente e eu arregalei os olhos, virando-me para ele. Meu irmão gargalhou. - Relaxa, My, é brincadeira. Você acha que eu irei fazer uma coisa dessas quando nossos pais estão aqui?
- Eu não duvido nada. - Fui até a geladeira e peguei um jarro com água. Peguei também alguns cookies de chocolate só para não ficar sem comer nada. Los levava a francesa para o quarto, quando meu celular tocou no bolso do short de meu pijama. Era Luke. Olhei o relógio na parede. Ué, por que ele me ligou às meia-noite e meia?
- Alô? Amor? 
- Miley? Tudo bem?
- Sim e com você? - Franzi a testa.
- Tudo sim.
- Por que me ligou essa hora? Assim, tudo bem ter me ligado, afinal eu já estava acordada, mas você não ia ligar atoa, né?
- Não. My, nós precisamos conversar.
- Aconteceu alguma coisa? - Tá legal, agora eu estava mais confusa que antes. Bem mais.
- Bom. eu... Na verdade, eu não sei...
- Como assim, Lukey? O que aconteceu? - Aumentei meu tom de voz. Pude escuta-lo suspirar, e ele demorou um pouco para me responder, agora com a voz bem baixa.
- Eu acho que alguém pode estar te vigiando. Toda hora, inclusive agora.


Continua.

Tradução da frase no início do capítulo: "Mamãe, oh! Não foi minha intenção te fazer chorar". É da música (lindaaa ♥) Bohemian Rhapsody, do Queen (♥). 




Oooi! ♥

Bom, eu demorei por falta de criatividade. Sério, o capítulo já estava quase terminado desde semana passada, e hoje resolvi tentar escrever algo, demorou umas meia-hora pra mim pensar em alguma coisa heuehueh. E esse final surgiu do nada, nem tava planejado e tal, criei isso pro capítulo não ficar muito chato e entediante... Mas vocês gostaram? Esse foi o primeiro capítulo com POV do Lukeeee! Cês acreditam? Vai vim mais POV's dele agora, eu acho. Me digam o que acharam, por favor? Eu AMO ler o cometário de vocês, sério. Então por favor, me digam o que acharam e o que vocês acham que vai acontecer no próximo capítulo. 

Obrigadaaa a todas que comentaram no cap anterior ou em outros... Vocês fazem meu dia mais feliz ♥

Um beijooooo,

Gih.

(Grupo das minhas fanfics - posto spoilers e várias coisas lá -: https://www.facebook.com/groups/518360308295970/?ref=ts&fref=ts)

TWITTER: @GihFanfics








Comentários

  1. Você ainda pergunta se gostei,gostei muito até que em fim a Miley se reconciliou com a mãe acho que já tava na hora,gostei muito da parte da conversa delas e tudo mais.Agora eu fiquei super curiosa pra saber quem é a pessoa que tava seguindo o Luke no mercado e mais quem é que tá vigiando a My,eles tem algo haver um com o outro né algo me diz que sim só pode ter ?Nossa você tem que continuar Gih to louca pra saber as respostas dessas perguntas sério to muito curiosa.

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    1. Já estava mais do que na hora mesmo, né? Bom, isso já são coisas que eu não sei se posso revelar agora... Mas com o tempo você, descobre. Eu já continuei Iris, espero que goste! Um beijão ♥

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  2. Caaraca que capítulo maravilhoso !! Eu acho que a pessoa que seguiu o Luke e vigia a Miley são a mesma pessoa ! Não demora muito pra postar o próximo capítulo pfvr ? Passei esses últimos dias super anciosa por esse capítulo ♥♥♥♥

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    1. Você acha? haha, daqui a pouco descobre flor! Já continuei, espero muitooo que goste e comente, um beijãao ♥

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  3. Senhor,você é uma bixa destruidora!
    Que loco!Esse cara que chamou o Luke concerteza deve ser o Erick, pela vingança do sequestro da Ana e em um capítulo a própria já disse ter visto ele neeh?!
    Essa é a hipótese :)
    Enfim Gih, CONTINUA DIVA!
    ♥♥♥♥

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    1. hahaha, quem dera amor!
      Ah, gostei da sua hipótese u.u muito bem pensada hahaha. Vamos ver....
      Continuei linda, espero que goste, beijãao! ♥

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