Fanfic Surprise. Trigésimo Sétimo Capítulo: Carta.

It's all a mystery...

- O QUE ACONTECEU? - Eu gritei, sem me lembrar que havia gente dormindo, mas isso pouco me importava. Eu só queria saber porque ele estava daquela jeito, todo acabado. Um aperto enorme surgiu em meu coração, como se alguém estivesse tentando me sufocar. Eu nunca imaginei que o veria naquele estado. Luke respirou profundamente, gemendo de dor e chegou ainda mais perto de mim.
- Miley... Desculpe estar vindo essa hora, eu... - Sua voz era fraca e sussurrante.
- Não, para de falar isso, você não deve desculpas. - Interrompi-o, abraçando com bastante cuidado. Meu namorado estava muito machucado. - Só me diga o que aconteceu.
- Eu...
- Espera, primeiro vamos entrar. - Coloquei seu braço por volta do meu ombro, para que ele se sustentasse em mim. Chegamos na sala e eu resolvi ajuda-lo a subir até meu quarto, tomando o devido cuidado para não machuca-lo e para não acordar ninguém, porque se isso acontecesse ia dar merda. O que eles pensariam de Luke chegar na minha casa naquele estado de madrugada?
 Chegamos e eu mandei ele sentar-se em minha cama, indo correndo até o banheiro pegar um kit de primeiros socorros que eu tinha desde aquela vez que tive que ficar de repouso, devido ao acidente.
- Sofri um acidente de carro. - Ele sussurrou, sem olhar em meus olhos. Eu franzi a testa, demorando um pouco para dizer alguma coisa.
- Acidente de carro? Como assim?
- É. Estava andando a pé sem rumo, daí atravessei a rua sem olhar para os lados e fui atropelado. Não deu para saber quem era nem nada, pois o carro foi embora na hora. Daí eu fiquei desacordado por um tempo, e acordei na calçada, ou seja, alguém havia me achado e me arrastado para lá.
- E não prestou socorro? Não te levou para nenhum hospital? - Perguntei, confusa. Que história mais estranha, não fazia sentido algum.
- Não... Só me tirou do meio da rua, senão eu seria morto por outro carro ou sei lá. - Ele parou para gemer de dor, enquanto eu fazia curativos em seu testa e supercílios. - Vim pra sua casa porque é mais perto, e como você pode perceber, estou com muita dificuldade de ficar andando... Me desculpe, de verdade, você não precisava ver isso...
- Luke, para com isso, é obvio que você fez o certo de ter vindo para cá. Não importa a hora, olha só seu estado... - Falei com a voz dolorida. - Mas, por que não me ligou quando acordou na calçada? Não precisava andar, eu ia te buscar.
- Não queria te dar trabalho, mas do que já estou dando.
- Tire a camisa. - Ignorei o que ele disse, e mandei. Luke fez isso, com um pouco de dificuldade. Pedi para que ele deita-se na minha cama, e comecei a fazer os curativos externos, com muito cuidado.
- Você precisa ir ao hospital, Lukey.
- Você já está cuidando de mim.
- Não é isso. É que você machucou internamente, pode ter quebrado alguma coisa... É melhor ir. - Suspirei. - Deixa que eu te levo.
- O que? Quando? - Franziu a testa, gemendo.
- Agora, ué.
- Claro que não. Amanhã você tem escola, não vai deixar de dormir por causa de mim...
- Luke, por bem ou por mal, eu vou te levar em um hospital agora. Você não pode ficar assim, e eu quero, entendeu?
- Você está se preocupando demais comigo. Eu estou bem. - Tentou fazer uma cara convincente, e eu apenas olhei-o com os olhos cerrados. Apertei sua costela e eu deu um grito abafado.
- Ah, estou vendo mesmo que você está bem. - Revirei os olhos, fechando a caixa e indo até meu closet. Coloquei uma calça jeans qualquer e uma camiseta de banda, calçando um coturno rapidamente. - Vamos. Deixa que eu te ajudo a se levantar. - Ajudei-o e nós descemos as escadas novamente. Antes de ir embora, eu decidi checar se todos estavam realmente dormindo, e estavam. Respirei aliviada e sai da minha casa, ajudando Luke a andar.
- Olha, vou leva-lo a um hospital, não conte nada desse episódio para os meus pais e meus irmãos, ok? Por favor, eles não podem saber que isso aconteceu. - Implorei para Kelvyn, quando estava saindo de casa.
- Mas... E se eles acordarem e perguntarem por você?
- Diga que eu estou bem. Peça para que eles liguem em meu celular, e eu cuido do resto.
- Tudo bem, senhorita Jones. - Assenti e entrei no meu carro, onde Hemmings já estava deitado no banco de trás.
 Não demorou muito para que chegássemos no hospital mais próximo, era de madrugada e as ruas estavam desertas, não havia trânsito como sempre. O hospital também estava praticamente vazio a sala de espera, apenas com um cara indo correndo vomitar de cinco em cinco segundos, e do outro lado do local, uma garotinha que aparentava ter cinco anos com a sua mãe, que cochilava. Sentamos nas cadeiras, depois que fui falar com as secretárias, e elas pediram para que eu esperava porque nessa hora havia apenas alguns médicos ali, e estavam todos ocupados. Era frustrante, mas não havia outra opção. Coloquei Luke deitado no meu colo, e comecei a acariciar seus cabelos loiros e macios, observando tudo ao nosso redor. Era o típico clima de hospital. Dava para escutar algumas pessoas chorando baixinho, tosses, macas correndo de um lado para o outro. Era um hospital relativamente pequeno, ou seja, da sala de espera dava para você escutar muita coisa que se passava por lá dentro.
As paredes eram brancas, as cadeiras e a simples decoração que havia era um verde musgo, bem cara de morte.
- Você acha que aguenta esperar um pouco? - Murmurei para o meu namorado, vendo-o contorcer o rosto de dor.
- Eu aguentei até aqui... Dá pra esperar. - Sua voz estava muito fraca e ele tinha dificuldade para falar. Dei-lhe um selinho e observei tudo ao redor, parando meus olhos na garotinha.
Ela me olhava fixamente, com os olhos cansados, olheiras profundas. Estava com cara de doente mesmo, aquelas pessoas que lutam para ficar sentada, porque a cabeça pesa. Estava enrolada em um cobertor, encostada na mãe que ainda dormia. Era loira, os cabelos extremamente lisos, e os olhos verdes esmeralda. Era uma gracinha, mas eu tive dó por estar naquele estado. A garota estava bem cansada, com sono, e obviamente, com dores. E não tirava, um segundo sequer, os olhos de mim. Ela chegou até a sorrir para mim. Um sorriso cansado, mas sincero. Fiquei me perguntando o porquê daquilo, mas sorri fraco de volta, franzindo um pouco o cenho. O loirinha então, desviou seus olhos para Luke, enquanto continuava sorrindo, e eu fiz o mesmo, vendo que meu namorado dormia, contrariando de vez em quando o cenho.
- Luke Hemmings? - Uma enfermeira chamou pelo nome, e eu desviei minha atenção para ela. Levantei a mão, ela me olhou, simpática. - É a vez dele. Podem entrar, por favor.
- Ok. - Acordei ele e ajudei-o a se levantar, indo até o interior do corredor, onde havia os quartos dos pacientes e salas dos médicos. Dei uma última olhada para a garotinha, que ainda me fitava, e sorri vendo ela fazer o mesmo, mas dessa vez, um sorriso feliz e grande.

[...]

- Não precisa se preocupar, você não quebrou nada. - Paul, o médico, disse sorrindo observando o Raio-X. Luke suspirou aliviado, deitado na maca.
- Mesmo?
- Sim. Só está sentindo dores internas devido ao impacto, que foi forte. Mas não chegou a quebrar nenhum osso, nem nada.
- Ele terá que tomar remédio? - Perguntei, roendo as unhas, hábito que eu só colocava em prática quando estava muito ansiosa ou nervosa.
- Sim, para aliviar a dor. E o repouso é até quando as dores acabarem e você não precisar mais tomar nada. Mas é pouco tempo, no máximo mesmo, uns cinco dias.
- Ainda bem. - Meu namorando sussurrou, se levantando com cuidado. - Não posso faltar muitos dias da escola.
- Essa semana eu recomendo que você permaneça em casa, pelo menos. Mas tudo depende de até quando você sentirá alguma coisa. Se as dores continuarem, você terá que voltar para examinarmos.
- Ok, doutor. - Respondi por ele. Dr. Paul escreveu algo em um papel, me entregando. Era o nome do remédio que Lukey devia tomar. - Podemos ir embora?
- Sim. Não se esqueça Luke, você tem que ficar de repouso. E tome o remédio na mesma frequência que anotei no papel. Tenha uma boa noite de sono.
- Pode deixar, doutor. Eu vou me cuidar.
- Obrigada, doutor. - Sorri fraco, agora não precisando ajudar o loiro, que mesmo lento e mancando, conseguia andar sozinho. Despedimos do médico e saímos da sala. - Lukey, espera aí, vou beber água. Pode ficar me esperando lá na sala de espera.
- Tudo bem. - Ele sorriu e foi, então, comecei a procurar um bebedouro pelo corredores, ou qualquer coisa que me fornecesse água. Fiquei um bom tempo procurando, até sentir alguém puxando meu braço assim que passei perto da sala do médico que tínhamos ido.
- Desculpe, não queria te assustar. - Paul disse, meio envergonhado, se distanciando um pouco de mim. Ele era um médico com aparência bem nova, não devia passar dos 35 anos. Tinha olhos azuis e cabelos pretos.
- Tudo bem. - Sorri, tentando parecer simpática. - Você sabe na onde fica um bebedouro por aqui?
- Nesse próximo corredor, lá no final. - Apontou. - Mas antes, eu gostaria de falar rapidamente com a senhorita.
- Pode falar. - Fitei-o, um pouco confusa, mas não demonstrei que estava.
- O seu namorando estava com cortes nas laterais da boca, cortes no supercílios e dores perto da costela, certo? Bom... Eu posso estar extremamente errado, mas pode ser que isso não tenha sido causado por um acidente de carro.
- O que? Como assim? - Franzi a testa, cruzando os braços. Ele demorou um pouco para continuar, suspirando.
- Os locais onde ele está machucado são pontos estratégicos em brigas. Geralmente, quem machuca nesses lugares é porque levaram pancadas, socos, murros e chutes de alguém. Quando ele chegou aqui, eu pude jurar que esse era o motivo.
- Acontece, doutor, que ele sofreu um acidente de carro. É obvio que não houve briga, por que motivo teria uma? Não faz sentido nenhum o que o senhor está dizendo. - Bufei, rolando os olhos. Como um médico pode dizer uma coisa daquelas? Ele não pode sair inventando as coisas dessa forma, vê lá se ele vai saber como que meu namorando se machucou! Tudo bem, é um médico, mas ele simplesmente não sabe mais que o paciente, nessa questão. Cara idiota.
- Eu não estou inventando nada, Miley. É claro que pode ter sido um acidente, mas as lesões são mais semelhantes em caso de...
- Olha Dr. Paul, eu agradeço muito pelo seu diagnóstico e sua importância, mas por favor, não continue com esse assunto. Meu namorando sofreu um acidente de carro, e nem foi levado para o hospital na hora pela pessoa que fez isso. Ainda bem que ele não quebrou nada. E é isso. Não tente, por favor, com todo respeito que tenho pelo senhor, aumentar as coisas. Obrigada, passar bem. - Falei e dei meia volta, sem esperar que ele respondesse nada. Perdi até a vontade de beber água, já fui direito para a sala de espera, chamando Luke para irmos embora.

[...]

- Alô?
- Miley! Onde você está? O que aconteceu, por que não está em casa uma hora dessa? - Era minha mãe, berrando em meu ouvido com a voz extremamente preocupada. Estava no carro com Luke, levando-o até sua casa para depois ir embora.
- Então, mãe, é que...
- Você está bem? - Interrompeu-me. Respirei fundo.
- Estou sim.
- Meu Deus, eu quase morri quando fui no seu quarto e... Na onde você está?
- Bom, é... Luke sofreu um pequeno acidente.
- O QUE? - Ela gritou no meu ouvido, me fazendo resmungar. - O seu namorado?
- Sim.
- Oh, ele está bem? Como assim acidente? Onde vocês estão?
- Mãe, se acalma. - Bufei. Ela estava tão desesperada, e aquilo estava me deixando nervosa. Luke se ofereceu, ao meu lado, para dirigir o carro, mas eu recusei sua ajuda. - Primeiro, ele está bem. Lukey foi atropelado por alguém que nem prestou-lhe ajuda, e foi até lá em casa, então eu obviamente fui leva-lo a um hospital. Estamos saindo de lá agora.
- Eu não poderia ao menos ter me ligado para avisar sobre tudo?
- Desculpa, eu esqueci.
- Traga-o para dormir aqui. - Ela disse, firme. Não pude evitar franzir a testa.
- Sério? Você quer mesmo que eu leve Luke para dormir em casa?
- Sim, Miley. Ele, pelo jeito, deve estar mal e é seu namorado, acho mais que justo que ele venha. Claro, se os pais dele não se importarem...
- Ele mora sozinho, mãe. - Interrompi-a, suspirando. Havia me esquecido que ainda falta muita coisa para ela saber sobre o meu namorado.
- Sozinho? Onde estão os pais dele?
- Acho que agora não seria uma boa hora para conversar sobre isso.
- Claro. Então venham para cá. É bom que eu conheço-o.
- Tudo bem. Estamos indo, tchau.
- Tchau, filha. - Desliguei o celular e Hemmings me olhou com a maior cara de interrogação.
- O que?
- Ela quer que você durma lá em casa hoje.
- Por que?
- Bom, porque você está mal... E Giselle quer te conhecer.
- Mas, ela já me conhece.
- Conhece? - Franzi a testa, intercalando minha atenção para a estrada e para ele.
- Sim. Naquele almoço que você me convidou para ir uma vez com você... Eu a conheci.
- Ah sim. - Lembrei-me desse fato que nem se passava pela minha cabeça mais. - Mas vocês não foram devidamente apresentados.
- É, isso é verdade... - Luke suspirou, ficando um tempo em silêncio. - Precisamos passar na minha casa para pegar algumas coisas antes.
- Tudo bem. - Chegamos em pouco tempo até sua casa, já que não era assim tão longe. Não precisei ajudar muito Luke, que já estava bem melhor que algumas horas atrás. Apenas caminhamos devagar até sua casa, e na hora de subir as escadas, eu tinha que acompanha-lo até a metade dos degraus.
- Eu só vou pegar algumas roupas. Pode me esperar aí, é rapidinho. - Ele disse no topo da escada virando-se para mim. - Se quiser assistir alguma coisa...
- Não, tudo bem. Só vou me sentar ali. - Sorri e fui até a sala, sentando no sofá macio e respirando fundo. Observei aquele local, onde já fazia um tempinho que eu não visitava. Era uma sala bonita, agora com algumas coisas mudadas desde a primeira vez que tinha vindo. Luke havia pintado as paredes de uma nova cor, mais clara, e colocado mais alguns objetos de decoração pelas mesas, como porta retratos. Tipo de coisa que eu adorava ficar vendo.
Levantei-me e fui até uma mesa de vidro que havia perto da poltrona, e observei as fotos que Luke havia colocado recentemente. Fotos dele na infância, com o cabelo bem clarinho e  um sorriso relativamente feliz estampado no rosto. Foto com algumas pessoas que ele me disse serem seus amigos de outra cidade, e claro, algumas fotos nossa, em diferentes lugares. Havia ali, por exemplo, a foto de quando fomos no Starbucks, onde ocorreu o nosso primeiro beijo, e realmente, era uma data que não deveria ser esquecida. Observei os retratos que estavam mais para trás. Luke em lugares diferentes, fazendo careta, e... Ele com uma pessoa que me fez estranhar. Peguei rapidamente aquele porta retrato e franzi o cenho quando vi aquela foto. Os sorrisos estavam felizes demais, eles estavam abraçados demais... A minha cabeça estava confusa demais.
- Eu peguei tudo já, até que não é muita coisa. É só uma noite, só preciso de um pijama e mais algumas coisas. - Luke dizia enquanto descia as escadas, mas eu simplesmente não conseguia sair do lugar ou pergunta-lo se precisava de ajuda. Apenas observava aquela foto. - Miley? Está me ouvindo?
- Você conhece ela? - Virei-me de uma vez, com a cara fechada, apontando para o porta retrato em minha mão. Ele abriu a boca para falar, mas não emitiu nenhum som por um tempo. Fiquei apenas esperando pacientemente.
- Kelly? Conheço. - Respondeu, simplesmente. Ele conhecia a namorado do meu irmão. Conhecia a francesa.
- Da onde? - Aproximei-me dele, apertando o objeto com força.
- Bom, ela é uma velha amiga minha... Nos conhecemos faz alguns anos. Eu acho que... Acho que já a vi na sua casa alguma vez...
- Ela é namorada do Carlos. - Assim que falei, percebi que Hemmings arregalou um pouco os olhos, sem conseguir responder nada. Eu bufei, passando a mão pelo rosto. - Como não me disse nada sobre isso?
- Eu não achei que fosse necessário, Miley. Ela é só uma amiga.
- Pelo visto, uma amiga que você considera muito, já que tem até um porta-retrato dela com você na sua sala. - dei uma risada irônica e curta, andando pela sala. É, talvez eu estivesse com ciúmes mesmo. Mas aquilo só mostrava como o mundo realmente era pequeno. Como nenhum dos dois haviam me falado nada? Talvez já era de se esperar. Logan era muito amigo de Kelly, e antigamente, ele e Luke eram bem amigos... Só que, realmente, nunca havia me passado pelo cabeça, e era estranho.
- Ah Miley, não é nada de importante, sabe? Não é algo que mereça uma conversa, pelo menos para mim. Desculpe por isso, pelo jeito você não gostou... Desculpe.
- Não, tudo bem, eu só... - Limpei a garganta. - Não esperava.
- Eu entendo.
- Vocês eram amigos... Na mesma época que você e Logan também eram?
- Sim. - Respondeu rapidamente, desviando o olhar. - Nós três éramos muito próximos. Mas enfim, vamos? Já peguei tudo.
- An... vamos. - Decidi deixar aquilo para lá, e coloquei o porta retrato na mesa novamente. Caminhei juntamente com Luke para fora de sua casa.
- Se quiser, posso tirar essa foto daí. Eu te entendo, não vou achar ruim nem nada. - Murmurou enquanto trancava a porta. Eu pensei um pouco antes de responder.
- Não, tudo bem. Eu não tenho que achar nada sobre isso.
- Tem sim. Você é minha namorada e Kelly é a namorada do seu irmão que me odeia. E amiga do Logan até hoje.
- Não, Luke. Vamos parar de falar sobre isso, por favor.
- Claro. - Ele agarrou em minha cintura e nos conduziu até meu carro.

[...]

- Oh espere um pouco! - Minha mãe disse, surpresa, assim que nos viu sentados no sofá da minha casa. - Eu já vi você em algum lugar...
- Prazer, senhora Jones. Sou Luke Hemmings, namorado da Miley. - O loiro disse com um sorriso simpático, esticando a braço para Giselle. Ela apertou sua mão, sorrindo.
- Pode me chamar apenas de Giselle, Luke. Inclusive, já sei da onde te vi.
- Sim, mãe...
- Te vi no último jantar que fizemos com a família Henderson. Você foi junto com Miley nesse dia, né?
- Nossa, é sim. Pensei que você nem tinha reparado direito nele para reconhece-lo. - Falei, surpresa.
- Eu reparo em tudo, filha. - Ela piscou para mim, sentando-se ao lado do meu namorado. - Mas, não tivemos a oportunidade de conversar, ainda. Primeiro, fiquei sabendo do acidente... Está bem?
- Na medida do possível, sim.
- É realmente horrível a forma como as pessoas dirigem hoje em dia... Mas enfim, quero saber sobre você. Seus pais concordaram totalmente em você vim dormir aqui hoje?
- Bom... Na verdade, minha mãe morreu já faz um tempo, e meu pai está desaparecido. Eu moro sozinho, como a My disse. - Luke disse e minha mãe arregalou os olhos, ficando um bom tempo em silêncio.
- Oh... me perdoe, eu não sabia disso, eu....
- Tudo bem, senho... Quer dizer, Giselle. Está tudo bem.
- Você não tem irmãos?
- Não. - Respondeu rapidamente. Eles ficaram conversando por um tempo sobre a família de Lukey e essas coisas, e eu já estava quase dormindo naquele sofá. Já era cerca de 2 da manhã e eu tinha escola no próximo dia. Poderia faltar... Eu queria faltar.
- Mãe, desculpe mas, nós já temos que ir dormir.
- Vocês vão para a escola amanhã?
- Luke tem que ficar de repouso por pelo menos cinco dias. Então, ele não pode ir.
- Infelizmente... Tem prova amanhã, eu não queria ter que faltar.
- Temos prova amanhã? - Tá legal, eu não esperava por isso.
- Bom, Luke, você realmente tem que seguir o que o médico disse, mas fique tranquilo, eles com certeza repetirão a prova para você. Agora, para você não, Miley. Eu quero que suas notas melhoram, e faltar da escola amanhã não vai ajudar em nada.
- Ah não, mãe...
- Desculpe filha, mas você terá que ir amanhã. - Ela respondeu e eu bufei, feito uma criança frustrada.
- Bom, então nesse caso, eu já vou dormir.
- Eu também gostaria de ir já, se não se importar. - Luke disse.
- Claro, sem problemas.
- Ele vai dormir comigo. Vamos, Lukey. Boa noite, mãe.
- An.. Boa noite, Miley. Juízo. - Ela frizou a última palavra, e eu senti vontade de rir mas fiquei na minha. O que ela pensa que poderíamos fazer dormindo no mesmo quarto?

Tá legal, a gente podia sim, fazer realmente muita coisa.

Mas não agora, não nesse contexto. Puxei Luke para o meu quarto, e depois de cerca de meia-hora, nós caímos no sono, abraçados.

[...]

- Cara, eu tô morto. - Ele grunhiu, se espreguiçando na cama assim que desliguei o despertador. Luke havia acordado junto comigo assim que o celular começou a tocar. Era seis horas em ponto, e eu estava horrível.
- Não é só você, amor. Eu tô morrendo de canseira. - Respondi enquanto levantava da cama, sem condição alguma de abrir os olhos, que pesavam.
- Desculpe por isso, a culpa é toda minha.
- Não é, Luke. Não foi você que escolheu ser atropelado por um imbecil. - Fui até o banheiro, passando água pelo rosto. Vi meu reflexo no espelho e faltou pouco para não cair para trás de susto. Havia olheiras grotescas na minha cara.
- Pois é...
- Nossa, nem olha na minha cara. Eu tô com olhares completamente profundas. - Murmurei, olhando meu reflexo com atenção.
- Ah, para. Eu não me importo com isso. - Luke apareceu do meu lado, sonolento.
- Mas eu me importo. Preciso dar um jeito nisso se eu quiser sair na rua. - Falei, indo até onde ficava minhas maquiagens, e o loiro riu, do banheiro. Fiz um maquiagem com corretivo, base, pó compacto e blush. Normalmente eu não fazia isso, mas hoje realmente devia ser uma exceção. Aproveitei para passar rímel pra tirar um pouco mais daquela cara de morta. Coloquei meu uniforme e acessórios como de costume e mandei Luke se deitar novamente, despedindo-se dele. Fui, então, descer para tomar café. Estava apenas minha mãe e Tom na cozinha. Não demorou muito para que ela me desejasse um belo bom dia.
- Você está com olheiras bem profundas hoje, Miley. - Tom disse, ajeitando seu oculos enquanto me observava.
- Eu passei maquiagem. Dá para perceber?
- Não muito, mas eu percebo já que sou seu irmão e te vejo todos os dias. - Deu de ombro. Eu bufei, tomando meu suco de laranja.
- Isso é uma droga. Mas eu não tô nem aí, é só por hoje. - Não demorou muito até que, eu e despedisse e finalmente fui para a escola, no meu carro.

[...]

- Pelo menos cheguei um pouco cedo hoje. - Falei, estacionando o carro e vendo que ainda não havia chegado muito gente. Luke havia me ligado para conversar comigo, dizendo que não estava conseguindo dormir. Eu achei aquilo fofo, porque ele queria ter vindo junto, mas não podia.
- Eu chego mais cedo ainda, normalmente.
- Sério? Fica fazendo o que? - Ri, saindo do carro.
- Estudando. Tirando alguma dúvida com algum professor...
- Ah é, esqueci que você é nerd. - Ouvi sua risada pelo celular.
- Sou apenas esforçado.
- Meu nerd.
- Miley... - Uma voz conhecida disse, e eu me virei para o lado.
- Oi Ana! - Sorri. Hemmings se despediu de mim e eu desliguei.
- An... Será que nós podíamos conversar? - A loira disse, e só então eu percebi que ela estava diferente. Parecia aflita, incomodada, preocupada. Aquilo me fez franzir a testa.
- Aconteceu alguma coisa? - Perguntei, me aproximando dela.
- Bom, eu não sei... Eu só... My, por favor, preciso conversar com você. - Pediu, quase desesperada. Me virei para Luke.
- Tudo bem. - Acompanhei Ana, que ia para o lugar discreto e longe de multidões que ficávamos as vezes. A loira respirou fundo, balançando as mãos freneticamente.
- O que foi, Ana? Sério, você já está me assustando.
- Miley... Olha. - Ela tirou um envelope branco do bolso de sua calça jeans. Eu fiquei encarando.
- O que é isso?
- Leia aqui, Miley. Está escrito "Para Ana Maslow". Mas não tem o remente. Não está escrito quem me enviou essa carta!
- Então quer dizer que...
- Eu recebi uma carta anônima.


Continua.

* Tradução da frase no início do capítulo: "Tudo é um mistério..."

Heeeey gente! Como vocês estão?

Aqui estou eu com mais um capítulo! Gostaram? A fic tá legal? Gostaram do cap, tem teorias? PORRR FAVORRR, DEIXEM SEUS COMENTÁRIOS AQUI, serve como um incentivo para continuar escrevendo, vocês estão carecas de saber, deve HEUHEUEH.  Mas é sério. Ou vocês acham que eu teria continuado com a fic se ninguém tivesse comentado? Isso tudo é graças a vocês ♥

Gente, tenho uma coisa pra falar. Minha última fic teve 70 capítulos (sdds TD) e tipo, eu achei muita coisa... Quero que essa seja menor. Então eu vou tentar (repito: tentar) fazer com que ela não passe de 50 capítulos. É só uma previsão mesmo, não sei se vou conseguir, mas acredito que essa é a média.

Acho que é isso, um beijão,

Gih.

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