Fanfic Surprise. Trigésimo Sexto Capítulo: Meia-noite.




Anger and agony



Sentia o suor correr pela minha testa, meu coração estava acelerado e eu estava completamente ofegante. Mas não pararia de correr, ainda mais agora que finalmente havia conseguido alcançar Logan. Ele, diferente de mim, se mostrava determinado e nem um pouco cansado. Eu até podia ver um certo ódio em seus olhos castanhos.
- Por que você veio atrás de mim, porra?! - Henderson gritou quando percebeu a minha presença, diminuindo a ritmo de sua corrida, mostrando-se irritado.
- Por que você tá correndo atrás desse cara? - Gritei, mesmo já sabendo mais ou menos a resposta. Queria que ele me dissesse para confirmar.
- Ele estava nos vigiando. Preciso saber quem é esse otário. - E dizendo isso, ele se virou para mim, segurando minha mão com força. - Se você veio até aqui, corra depressa. Não podemos perdê-lo de vista. - Começamos a correr mais rápido ainda, com Logan praticamente me arrastando, porque sinceramente, correr demais cansa. O homem não desistia, olhava para trás de cinco em cinco segundos para ver se tínhamos desistido. Por mim, eu já teria feito isso, porque já estava quase morrendo... Mas Logan é insistente, e obviamente eu não iria deixa-lo sozinho.
 Para minha alegria ou tristeza, o homem de preto alcançou um carro cinza, parecia ser um Porsche, e cara, aquilo era caro. O cara é rico.
- PORRA! - Logan gritou e eu bufei, parando de correr imediatamente.
- Agora chega, né? Nós nunca vamos alcança-lo sem um carro.
- O meu carro tá ali. - Disse rapidamente, indo até seu Audi R8 branco. Ele abriu-o e entrou nunca rapidez impressionante, abrindo a porta da carona e me puxando. Eu dei um grito baixo. - Vamos. - Ligou o carro e seguiu o Porsche, que já estava bem longe, inclusive. Logan acelerou o carro de uma hora para outra, fazendo com que eu batesse a cabeça com tudo no banco. Gemi de dor.
- Cuidado Miley, cuidado. - Ele murmurou, concentrado em dirigir, acelerando cada vez mais. Os dois carros eram potentes, então aquilo me lembrava muito uma racha. Sorte seria se não pegássemos alguma muta.
 O homem adorava complicar. Ele virava para várias ruas, acelerava cada vez mais e tentava nos enganar, tentando parecer que ia para um caminho, mas ia para outro. Meu coração estava acelerado, tanto pelo medo de acontecer algum acidente, quanto pelo fato daquilo estar acontecendo. Aquele cara estava vigiando nós, ou seja, talvez fosse verdade que alguém estava me perseguindo. E eu pensando que isso tudo tinha dado uma trégua, mas pelo visto está bem longe de acontecer.
- Você ultrapassou um sinal vermelho, Logan. - Falei em um fiasco de voz, apertando fortemente o estofado macio do meu banco. Ele me olhou de relance, revirando os olhos.
- Você não esperava que eu esperasse o sinal abrir, né? Com certeza perderíamos ele.
- Você está correndo demais.
- Miley, presta atenção. - Disse pausadamente, indo ainda mais rápido, se isso fosse possível. - Nós não podemos perde-lo de vista. Esse cara tava nos vigiando, se não tivesse, por que estaria agora fugindo da gente? É um suspeito, um filho da puta que com certeza está por trás de tudo.
- Afinal, o que está acontecendo?! - Interrompi-o, gritando e bagunçando meus cabelos. Eu estava nervosa, com tudo. - É o telefonema, a ameaça, aquela maldita frase... Agora tem gente me vigiando, vigiando todos nós... Por que? Porra, por que tudo isso está acontecendo, desde quando alguém faria essas coisas?!
- Eu não sei te responder, Jones. Mas estou louco para descobrir também.
De repente, percebi que já estávamos quase saindo da cidade. Eu comecei a me apavorar internamente, pra onde esse cara iria? Não estava gostando nem um pouco disso, mas nem adiantava expor minha opinião, Logan não pararia aquele carro. Quase na saída, avistamos um trânsito enorme. Ah claro, era até um milagre não termos encontrado antes.
- Não tem como ele escapar. - Henderson sussurrou, entrando no trânsito. Podíamos avistar o carro só um pouco na nossa frente. Não tinha como ele passar também. Eu respirei aliviada, tentando me acalmar. Iríamos, finalmente, saber quem era essa pessoa.

Ou não.

Como naquelas cenas de filme de ação, vimos o Porsche entrar estrategicamente entre os carros, pelos lados, andando pelo mato que havia nas laterais. Ele fez isso até o final, desaparecendo de nossas vistas. Eu fiquei de boca aberta, escutando Logan dar murros fortes no volante, resmungando vários palavrões.
- Que desgraça que foi essa? Desde quando... Cara, desde quando tem como fazer isso? - Ele gritou, chocado. - Esse otário... Pior que não tem como sair dessa merda. - Olhamos para trás, estávamos presos ali no trânsito, entre os carros. Eu resmunguei também, abaixando a cabeça.
- Tanto esforço para nada?
- Não é bem assim. Pelo menos agora temos uma ideia do que está acontecendo. Mesmo que seja mínima.
- Mesmo assim...
- Eu sei. Também estou puto. - Respirou fundo, encarando o céu. Ficamos em silêncio, pensativos. Eu tentava entender alguma coisa, porque até agora estava boiando. Aquilo parecia aqueles filmes de mistério, eu diria até mesmo de terror. Desde quando esse problema havia entrado na minha vida? Eu não me lembrava. Só tinha medo de que rumo as coisas poderiam tomar.
 Ficamos cerca de uma hora naquele trânsito infernal, e quando finalmente conseguimos sair, Logan avisou que me levaria para casa. Liguei para Luke discretamente, para avisar que eu já tinha ido embora, dando a desculpa de que estava sentindo muita dor de cabeça. O loiro me avisou que passaria na minha casa mais tarde, para ver se estava tudo bem. Quando desliguei o celular, Henderson estava rígido, fingindo uma certa concentração na rua que eu sabia que não existia. Mas tentei não ligar para isso, fincando o caminho todo olhando pelo meu vidro, a rua passar rapidamente. E um silêncio impressionante também nos acompanhava.
- Pronto. - Ele disse parando na porta da minha casa. Eu respirei profundamente, pegando minha mochila no banco de trás e me virando para ele. Logan me olhava fixamente, sem mostrar qualquer tipo de expressão. Eu simplesmente não sabia o que ele estava sentindo, muito menos o que se passava pela sua cabeça. Mas senti uma vontade enorme dele fazer o que fazia nos velhos tempos... Quando cenas como essa aconteciam, terminávamos na cama. Sério mesmo. - Pode avisar pro seu namorado que você chegou bem em casa. - Ah claro. Os velhos tempos não voltariam mais.
- Obrigada por me deixar em casa... - Forcei um sorriso fraco, e ele assentiu, sem dizer uma palavra. Fiquei esperando para que ele se manisfestasse, mas como isso não aconteceu, abri a porta do carro para ir. Mas quando fiz menção de sair, ele me puxou pela braço. Engoli em seco. - Preciso te falar uma coisa?
- O que? - Perguntei, rapidamente, respirando com mais rapidez que o normal.
- Bom... Eu não acreditei em você no começo, foi mal. Mas agora eu vi que é sério, e sinceramente, é mais sério do que eu imaginava. - Ele murmurava, jamais desviando dos meus olhos. - Nós não sabemos quem é, e o que querem, então, por favor, tome bastante cuidado. Como te disse, também não é para viver igual uma neurótica, mas tenha consciência que você não pode, por exemplo, chegar em casa sozinha 4 da manhã. - Eu sabia que ele estava referindo ao que eu fazia quando ia em alguma festa, principalmente as de Kendall. Assenti.
- Tudo bem, Logan. Eu vou me lembrar disso.
- Se precisar de alguma coisa relacionada a isso, pode falar comigo. - Ele deu ênfase no "relacionada a isso", e aquilo me deixou triste. Logan queria deixar bem claro que eu podia falar com ele só quando fosse para falar dessas coisas. Caso contrário, não era para mim nem olhar para o seu lado. Aquilo me magoou, mas eu não deixei transparecer. Apenas assenti mais uma vez, abrindo a porta do carro novamente.
- Tá bom, obrigada. - Foi tudo que eu disse, antes de sair do carro e bater a porta relativamente forte. Dei meia volta sem olha-lo e entrei na minha casa, respirando fundo. Não era nem uma hora da tarde e meu dia já havia sido mais do que cheio. Uma segunda-feira estranha, e horrível.
- Bom dia, minha filha. Como foi a escola? - Giselle preparava algo no fogão, que tinha um cheiro maravilhoso, usando um avental branco. Sorri com aquela cena, me sentando em uma das cadeiras. Reparei que meu pai, Tom e Carlos jogavam bola perto da piscina.
- Foi tudo normal.
- Eu me lembro que esse era uma de seus pratos preferidos. - Ela disse com um sorriso, colocando um prato de lasanha na minha frente. Eu respirei fundo.
- É sim, eu sou apaixonada por lasanha. Sério mesmo que você se lembra? - Perguntei surpresa, não esperando nem mais um minuto e atacando a comida na minha frente. Estava com uma cara ótima.
- Sim. Mas enfim My, mudando de assunto, eu tomei a liberdade de ligar para seu colégio para perguntar sobre você. - Ela disse meio baixo, com a cara de culpada. Parei de comer imediatamente, olhando-a sem expressar nenhuma reação. - Desculpe, eu precisava fazer isso.
- O que eles disseram?
- Que você está bem longe de ser uma aluna estudiosa, dorme o dia inteiro na sala e não presta atenção em nada. - Ah claro. Eles com certeza não diriam mais nada além disso. Bufei, perdendo um pouco da fome. - Eu fiquei meio triste filha, porque eu sei que você é extremamente inteligente. O que aconteceu que você ficou assim?
- Digamos que eu passei a não me interessar por mais... nada. - Respondi, simplesmente. Minha mãe ficou me encarando, confusa. - Eu só não tive incentivo de ninguém e deixei isso de lado, tipo, não tô nem aí.
- Pois agora você tem alguém pra te incentivar. Vamos estudar juntas e você não precisará mais pegar provão do final do ano.
- Não, mãe. Não inventa, deixa como está.
- Nada disso! Você tem que se esforçar para garantir seu futuro... - Ela ia dizendo sem parar, e eu não me segurei, acabei rolando os olhos e saindo lentamente da cozinha, indo para fora da casa. Eu sei, devia escutar ela, mas essas coisas dão sono. Ainda não me acostumei com sermões. Giselle gritou meu nome, rindo. - Você vai mesmo me deixar falando sozinha? Miley, você não tem jeito.
- Eu sei. - Ri junto, suspirando. - Quem falou com você pelo telefone? O diretor?
- Isso mesmo. Will, certo?
- Sim. Aquele lá me ama, mãe, você não faz ideia. Já mandou até eu fazer um trabalho de relacionamento com o Logan. - Sentei-me em uma das espreguiçadeiras, e ela fez o mesmo, rindo.
- O que? Como assim?
- Tínhamos que fazer um trabalho sobre o outro. Contar o que o outro gosta de comer, músicas preferidas, coisas em comum... Ele fez isso porque eu e o Henderson vivíamos brigando... Até hoje, ou seja, isso não adiantou em nada.
- Certamente não vai ser um trabalho que vai resolver todos os problemas. Mas, me contaram que ele que te trouxe agora de carro. - Giselle fez aquela típica cara de "me-conta-que-eu-sei-que-aí-tem-coisa". Se ela soubesse o verdadeiro motivo... Surtaria.
- É, eu estava sem carro, e como era caminho... Só pedi, nada demais. - Menti.
- Sei. Mas não direi mais nada, você sabe o que faz. - Respondeu, se virando para ver os meninos rirem, enquanto jogavam futebol em um lugar improvisado por eles mesmo. Eu respirei fundo, espreguiçando.
- Eu acho que sim. - Murmurei, mais para mim mesma.

NarradoraOn.

Era quase nove horas da noite, e um rapaz loiro andava pensativo pelas ruas. Estava um frio generoso naquela cidade, com suspeitas de chuvas, mas ele não se importava. Queria apenas andar sem rumo nenhum, pensar um pouco, respirar ar puro. O que era meio difícil, devido a fumaça de inúmeros cigarros das pessoas que passavam ao seu lado. Mas nada relevante.
Luke olhou as estrelas, se recordando de toda a sua vida. Ele não sabia o que sentir sobre tudo, desde a sua infância até os dias de hoje. Era complicado, confuso, ruim. Tinha orgulho de algumas coisas, mas outras simplesmente odiava o fato de existirem. O garoto tinha costume de fazer esses passeios a noite, a diferença é que geralmente era em algum final de semana, de madrugada. Mas, nem o final de semana ele aguentou esperar. Devia sair um pouco hoje, e talvez, até pararia em alguma bar para beber.

Se outras coisas não acontecessem.


Luke até deu um riso fria e curta, quando escutou passos atrás de si. Ele não precisava nem virar para saber quem era, só a voz do homem chamando-o já denunciava. Mas mesmo assim, o loiro se virou com um sorriso, em um misto de raiva e surpresa.
- Está fazendo o que aqui? Não cansa de me seguir? - Hemmings perguntou, respirando fundo. O homem tirou sua toca preta, com um sorriso sarcástico.
- E você não se cansa de fugir? É um covarde.
- Você é bem mais que eu. Não tem direito de dizer nada.
- Olha, não vim aqui para discutir coisa atoa. Eu vim lhe informar uma coisa. - Dizendo isso, ele começou a rodear o loiro, que já estava se cansando daquela cena.
- O que foi?
- Sabe aquela sua namoradinha... Miley o nome dela, né? - Riu, parando na sua frente. - Eu a vi hoje. Com o Logan.
- Logan? - Luke franziu a testa, cruzando os braços.
- Exatamente. Estavam conversando por um bom tempo na frente daquele colégio que vocês estudam. A merda é que eles perceberam que eu estava vigiando-os. Daí tive que correr, foi por pouco.
- Eles correram atrás de você? - Milhares de perguntas se passaram pela cabeça do garoto, que prestava atenção nas respostas de algumas delas.
- Sim... Até entrei no meu carro mas eles também pegaram um carro e me seguiram. Sorte a minha que consegui despistar. Senão eu tava fodido.
- Ainda bem que você tem plena consciência disso. - O maxilar de Hemmings travou, e sua raiva aumentou. Ele queria socar alguém, de preferência aquele idiota que ria ironicamente na sua frente.
- Você sabia que eles estavam de conversa, Luke? Que eles batiam papo enquanto você tava fazendo outras coisas? - O homem perguntava, rodeando o garoto, que fechava sua mão em punhos. Aquilo estava divertindo-o. - Eu te conheço com a palma da minha mão, e sei que você deve estar morrendo de raiva.
- Isso não lhe convém.
- Convém sim. Tudo relacionado a isso me convém, e você sabe muito bem disso.
- Isso deles estarem conversando... Foi depois da aula? - Mudou de assunto e o outro demorou um pouco para responder.
- Sim.
- Ah. - Luke olhou para o nada, pensativo. Miley havia lhe dito que estava com dor de cabeça e tinha ido embora correndo para casa...
- Pelo jeito você não tem nada para fazer, né? Venha comigo. Estou de carro, e precisamos conversar.
- Não precisamos. Eu só preciso ir para a casa. - Rebateu, andando rapidamente na direção da rua que se encontrava seu carro. Era uma área afastada de sua casa. O homem riu, seguindo-o à passos apressados.
- Nossa, como você adora se fazer de difícil. - Gargalhou. - Até parece que é assim, né? Eu sei que não é, todo mundo sabe.
- Me deixa em paz.
- Vamos logo. Preciso conversar seriamente com você.
- Não.
  Luke continuou andando sem olhar para trás, acreditando que com isso, o homem pararia de segui-lo e desistiria. Mas, boa parte de si acreditava que não. Porque, no fundo, Luke sabia que ele não desistia fácil. Nunca.
O homem de preto agarrou o braço do loiro, agora sem rir ou falar alguma ironia. Transbordava a raiva que sentia pelos olhos, apertando cada vez mais o braço do outro, dando-lhe um soco no maxilar com o punho esquerdo. Hemmings gemeu de dor, tentando se soltar. Em vão.
- Nós precisamos conversar, Luke. E você querendo ou não, nós vamos fazer isso. - Deu-lhe outro chute, arrastando-o até seu Porsche.

NarradoraOff.

- Você é o pior jogador de dominó do mundo! - Tom gritou, fazendo meus pais rirem novamente. Eu gargalhei também, bagunçando os cabelos de Carlos, que fazia cara de poucos amigos.
- Vocês que estão jogando praga pro meu lado. Eu SEMPRE fui bom nesse jogo.
- Não perto de mim. - Minha mãe se gabou, empinando o nariz.
- Vamos jogar mais uma vez. - Sugeri e todos concordaram, preparando as peças para jogarmos mais uma rodada de dominó, que agora seria a quinta.
 Aquele momento de jogo em família era fofinho demais, mas eu estava gostando tanto. Desde quando nós cinco nos reunimos em uma mesa para ter um momento daquele? Nunca. Era a primeira vez, e por incrível que pareça, estava sendo divertido.
O que não estava sendo divertido era o fato da minha mãe ter ganhado quase todas as vezes. Ela era ótima em dominó, o que me deixava frustrada, porque sempre que eu jogava com meus amigos e meus irmãos, era eu quem sempre ganhava. Mas dessa vez ela não consegue.
- Carlos, não joga qualquer peça, você tem que montar uma estratégia de jogo, cara! - Tom bufou, inconformado, e eu ri.
- Não adianta nada você ficar insistindo, ele não vai fazer o que você tá falando.
- Esse é o motivo dele perder sempre.
- Carlos tem preguiça de pensar. - Meu pai implicou.
- Eu vou ganhar essa rodada só para calar a boca de vocês. - Los sorriu, e nós rimos.
- Vamos ficar esperando então. - Respondi, distribuindo as peças para cada.
- Espere e verá.
 Começamos a jogar mais uma partida, mas fomos interrompidos com alguém batendo na porta de entrada. Com certeza era um dos empregados ou alguém que conhecíamos, porque claro, só entrava na casa quem o nome estava na lista.
- Deixa que eu abro. - Olhei o relógio e marcavam 9 da noite. Fui a passos largos até a porta, abrindo-a e revelando um garoto alto, loiro e convencido. Era o Kendall, encostado no batente da porta e apoiando-se com uma perna só, correndo um grande risco de escorregar e cair no chão. Seria engraçado, só acho.
- Olá Miley, como que tá por aqui?
- Tá ótimo. O que faz na minha casa essa hora da noite? - Fui direta, como sempre.
- Está tão tarde assim? Desculpa, volto amanhã. - Ele disse dando meia volta, mas eu puxei-o, rindo.
- Larga de frescura, entra aí.
- Pensei que não ia convidar nunca. - Kendall passou por mim, indo até a cozinha onde todos estavam. Acompanhei-o. - E AÍ FAMÍLIA MAIS LINDO DESSE MUNDO! - Ele gritou com a voz super desafinada, o que me fez dar um tapa em suas costas. - O que que tá pegando?
- Ah, você é amigo do meu filho, certo? Eu me lembro brevemente de você. - Minha mãe disse simpática, dando-lhe um abraço.
- Sim. Meu nome é Kendall tia, e ai, como que está? Pelo visto vocês fizeram as pazes, né?
- Exatamente. - Sorriu. - Houve uma reconciliação.
- Finalmente! - Schmidt quase gritou, jogando as mãos para cima. - Eu não aguentava mais aquele clima de guerra e velório que ficava nessa casa quando tava todo mundo! Sem contar as reclamações do Carlos e principalmente da Miley. Agora posso viver em paz! - Ele disse, aliviado e eu rolei os olhos.
- Para de drama, também não é assim.
- Mas era quase isso. - Sentei-me no sofá da sala e ele me acompanhou, sentando ao meu lado. Fiquei fitando-o, esperando que ele dissesse alguma coisa. - Bom, vim aqui falar com você.
- O que foi?
- Festinha. - Kendall começou a dançar enquanto pegava duas pulseirinhas do bolso da calça. - Lá na minha casa. Não preciso dizer muita coisa, você já sabe como funciona o esquema, né? Tu é a rainha da minha festa.
- Era. - Corrigi-o, pegando as pulseiras. - Que dia é?
- É daqui duas semanas, no sábado. Uma pulseirinha é pra você, e outra para... O seu namorado. - Ele mostrou a língua, mas não estava nervoso nem nada. - Se ele não fosse, tenho certeza que você não iria. O que é uma pena, porque você que animava tudo...
- Escolha outra pessoa para ocupar meu cargo, Schmidt. - Ri de sua cara, guardando as pulseiras no bolso da minha calça de moletom preta. - Eu saí dessa vida.
- Posso te dizer uma coisa? - Ele disse mais baixo, chegando mais perto de mim. Eu assenti. - Daqui a pouco você volta. - E levantou rapidamente, rindo.
- Volto? Você está querendo dizer que eu vou terminar com o Luke e ficar solteira pra pegar geral nas suas festas? - levantei-me também, seguindo o loiro que andava pela sala.
- Eu não insinuei nada. Você que está tirando suas próprias conclusões.
- Eu não vou terminar com o Lukey. Pode perder suas esperanças. - Disse rindo, mas confiante do que dizia.
- Uhum, eu sei. Você é bem difícil de se deixar levar por umas coisas né, mas para outras... - Olhou-me com uma cara de malícia. Eu franzi a testa, cruzando os braços.
- Kendall, o que você está sabendo que eu não sei?
- Tudo que eu sei você também sabe. - Rebateu, parando na minha frente e se divertindo com a minha expressão confusa.
- O que você quer dizer com se deixa levar... Explica, o que foi?
- Miley, eu tô falando do Logan. - Ele disse mais baixo, para outras pessoas não escutarem. - Eu não consigo te influenciar, já ele consegue. E muito.
- E por que estamos falando disso? - Perguntei, aumentando meu tom de voz. Kends gargalhou.
- Eu tô fazendo hora com sua cara, My. Só pra passar o tempo. - Ele bagunçou meus cabelos enquanto ria, e eu fechei a cara, bufando.
- Não tenho tempo para gastar com você.
- Nossa. - Parou de rir imediatamente, engolindo em seco. Assentiu. - Tá bom. Tô indo já, não vou gastar seu tempo precioso. - E dizendo isso, Schmidt saiu andando. Eu mordi os lábios mas não aguentei, fui correndo atrás dele e me joguei na suas costas.
- Tô brincando, loira! É brincadeira, vem cá!
- Eu sou um cara sensível Miley, não faça essas coisas. - Disse colocando a mão no coração, e depois nós dois rimos. - Agora é sério. Você vai né?
- Vou sim. Se o Luke quiser...
- Se ele não quiser você vai sozinha.
- Eu não vou numa festa sem o meu namorado, Kends.
- Ué, mas se ele não quiser você vai deixar de ir por causa dele?
- Exatamente. - Concordei. Kendall bufou, o que me fez rir.
- Você é teimosa. Mas tudo bem. Tomara que vá. Agora eu tenho que ir embora My, preciso entregar mais convites. Ah, e fala pro seu irmão que o dele e da francesa eu entrego amanhã. Beijão.
- Beijão, vai lá. - Kends deu um beijo na minha bochecha e foi embora, com aquela pose desengonçada e metida. Eu ri, voltando a cozinha para continuar o dominó.

[...]

Era quase meia-noite, e eu estava sem um pingo de sono. Devia ir dormir, afinal, acordaria cedo no dia seguinte - que já era esse dia - para ir pra escola. Até suco de maracujá eu havia tomado, mas o sono realmente resolveu ir dar umas voltinhas.
Pensei em ligar para Luke, já que ele nem havia me ligado nem nada depois do que aconteceu hoje. Depois deu ter inventado aquela desculpa de que tinha ido embora porque estava com dor de cabeça. Será que aquilo tinha sido convincente? Será que ele não me ligou porque não acreditou na minha desculpa e talvez esteja com raiva de mim? Espero sinceramente que não. Porque não dá para dizer a verdade, ele pode ficar preocupado. Não gosto de ficar lhe escondendo as coisas, mas pelo menos por enquanto, não dá para conversar sobre aquilo com o meu namorado.
Deitei-me novamente, trocando de canal pois o filme já tinha acabado. Fui procurar alguma outra coisa legal pra assistir, até que o interfone tocou. Eu bufei, morrendo de preguiça de levantar do sofá pra ir atender, mas também estava preocupada. Por que alguém estava chamando?
- Alô? - Perguntei quando finalmente criei coragem para ir atender.
- Senhorita Jones, aqui é Kelvyn, sou um dos seguranças do portão principal. - Ele disse e eu assenti. Meus pais demitiram muitos seguranças e colocaram novos em seus lugares essa semana, por isso, não conhecia a maioria deles, inclusive esse Kelvyn. - Liguei para lhe informar que Luke Hemmings está aqui. Eu sei que o nome dele está na lista de pessoas que podem entrar, mas por se tratar de já estar tarde, achei melhor ligar para ver se alguém estava acordado para recepcioná-lo. - Ele finalizou, aguardando minha resposta. Mas tudo que consegui fazer foi franzi a testa, completamente confusa. Era meia-noite, porque ele viria essa hora para falar comigo? Luke podia me ligar, mas não, preferiu vim pessoalmente a essa hora, em um dia de semana. Ou ele tava de zoeira com a minha cara, ou alguma coisa séria aconteceu. Eu queria muito acreditar que era a primeira opção.
- Ah sim, mas tudo bem, pode deixa-lo entrar. Sem problemas.
- Tem certeza?
- Sim. - Respondi, confusa e ele demorou um pouco para responder, mas logo assentiu e disse que ele já estava a caminho. Agradeci e respirei fundo, ficando um pouco nervosa e ansiosa ao ter que esperar meu namorado chegar. Esperei alguns segundos e abri a porta principal.

Vendo uma cena horrível.

Luke andava com muita dificuldade, lentamente, enquanto segurava sua barriga e gemia de dor. Ele estava todo machucado, com cortes na testa, boca e supercílios, alguns hematomas em seu braço, e pelo visto, havia machucado internamente também, já que custava andar e fazia várias expressões de dor enquanto andava. Ele me olhou, todo manchando de sangue, enquanto chegava cada vez mais perto de mim. Eu soltei um grito de horror, colocando as mãos na boca e chegando mais perto dele. Só queria saber o que foi que aconteceu, que não parecia coisa boa. Ou melhor, não era.

Continua.

* Tradução da frase no início do capítulo: "Raiva e agonia". Da música Pain, do Three Days Grace (lindaa música, recomendo ♥)







Ooooi amores, quanto tempo! Desculpem pela demora, esses dias estão sendo muito corridos... Mas não sumi não! Enfim, gostaram do capítulo? Espero que sim. Espero também, ter criado um clima de suspense. Gente, por favor, comentem o que estão achando e me falem suas teorias, quero saber o que estão achando disso tudo.
Quero pedir também, que deem sugestões para o próximo capítulo, tô aceitando hahaha. Espero ver vocês em breve.

(Ah, e tenho uma pergunta que não tem nada a ver com a fic, mas tô curiosa. Alguém aqui curte anime?)

Um beijo,

Gih.

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Comentários

  1. Noooosa , que capítulo emocionante, jurava que o Logan ia beijar a Miley kkkk, continua logo, não demora pliis ♥

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    1. hahaha você não é a única que pensou isso. Já continuei lindaa, espero que goste e comente! xD
      Beijos ♥

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  2. Comecei a ler hoje de manhã e já me apaixonei. Continuaa o mais rápido possível bjs 😘

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    1. Muito obrigada anjo, fico muitooo feliz xD Já continuei, espero que goste e não deixe de comentar xD
      Xx ♥

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  3. Porraaaa essa ficou é perfeita!!!
    Acompanho ela des de 2014 mas nunca tive a oportunidade de comentar!
    Você tem muito talento e sinceramente; SURPRISE É MINHA FANFIC PREFERIDA DO LOGAN!
    Eu amo muito elas serio. O único problema é que você demora muito para postar!
    E eu to com saldades de Logan e Miley em relação de amor e Ódio porra!
    To precentindo que nessa festa do Kends vai rola treta! AMOOO!
    Enfim continua logo senão eu morro aqui!💕💕

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    1. Obrigaaada, por tudo, e principalmente por ter gasto um tempo comentando aqui. Fico MUITO feliz xD Eu tenho mesmo que parar de demorar tanto... Vou melhor isso, ok? Masss, já postei o próximo capítulo, e espero MUITO que você goste e deixe um comentário pra mim. (Tretas é vida heuehueh)
      Xx ♥

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  4. Meu Deus MENINA DO CÉU!!!!
    Isso é incrívelmente fodasticooooooooooooooooooooo.O cara que machucou o Luke só pode ser o Eric, ou, alguém a mando dele.
    Tô me perguntando se o Logan vai continuar agindo com a Miley assim.ENFIM MULHER CONTINUAAAAAAAAAAA LOGO LOGO! TÁ INCRÍVEL PQP!
    BEIJOS ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

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    1. Obrigaaaaada anjo xD Fico MUITO feliz de saber que você tá gostando. Quem sabe, né...
      Coooontinuei, espero que goste!!
      Xx ♥♥

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