Fanfic Surprise. Trigésimo Oitavo Capítulo: Sunset Boulevard.

Might not work, but you will never know if not risk

Eu fiquei encarando aquele envelope branco por um tempo, sem conseguir demonstrar qualquer tipo de reação. Podia ser uma besteira, uma cartinha de um admirador secreto da Ana ou apenas um pedido de alguma loja para ir visita-la porque estava em promoção. Eu queria sinceramente, acreditar em algumas dessas suposições, mas a minha intuição dizia que não era nada daquilo, muito pelo contrário.
- Eu estou com medo de abrir isso, My. Estou te esperando chegar com suor nas mãos, porque eu não quero ver o que está escrito. Danny disse que é apenas uma besteira e...
- Danny sabe? - Interrompi-a, fitando seus olhos castanhos esverdeados. Me lembrava muito os de Jay.
- Sim. Ele estava do meu lado quando eu recebi...
- Recebeu de quem?
- O Diretor Will. Disse que, hoje quando ele chegou, viu uma caixa entre as grades da escola, e dentro tinha essa carta, pedindo que não fosse aberta e que era para ser entregue imediatamente para mim.
- E ele não viu mais nada?
- Não me disse mais nada.
 Bufei. Passei a mão pelos cabelos, olhando ao redor. Até na escola, esse idiota que eu não fazia ideia de quem era, iria fazer essas ameaças estúpidas? Eu já estava me cansando disso tudo. Estava me deixando esgotada.
- Vem cá, vamos para um lugar mais reservado para abri-la. - Puxei Ana para um lugar mais afastado, entre várias árvores que havia naquela escola. Ainda me pergunto como aqui não teve problemas com drogas e essas coisas. Porque lugar para pessoas se esconderem para fumar, é o que não falta.
 Ana estava muito gelada e tremia. Eu não estava assim tão assustada como ela, primeiramente porque já passei por situações piores, porque tinha esperança que fosse algo tosco e irrelevante e também porque talvez eu estivesse preparada para o que poderia vim.

Quando você já foi sequestrada, ameaçada e perseguida, as coisas não ficam mais tão assustadoras como antes.

Encarei a loira e respirei fundo, pegando a carta de sua mão.
- Você está mesmo preparada? Pode ser alguma coisa atoa...
- Eu tenho a impressão que não, My. Na verdade, estou com muito medo.
- Dá pra perceber de longe. Relaxa Ana, não pode ser algo tão ruim assim.
- Como você sabe? Qualquer coisa pode estar escrita em uma carta anônima. - Ela bufou, revirando os olhos. - Pode abrir. Leia e me conta o que está escrito. - Colocou as mãos na boca, se preparando para aquilo. Eu fiquei encarando-a por um tempo, respirei fundo e decidi acabar logo com esse mistério. A carta era bem clichê de filmes de suspense, as letras eram recortes diferentes de revistas formando as frases.

"Ana Maslow,

Sunset Boulevard, 430. Vá para esse lugar às 21h00m, hoje."

Só isso? Um endereço? Mas nada, nenhum comunicado ou algo a mais...
- Isso é patético. - Murmurei.
- O que tem aí, Miley? Pelo amor de Deus.
- Um endereço. E a pessoa está mandando você ir para lá hoje a noite.
- O que? - A loira praticamente gritou, com os olhos arregalados. - Eu? Por que eu?
- Eu não faço ideia, Ana. Isso aqui está escrito com recortes de revistas, é impossível saber quem mandou essa merda.
- Deixe eu ver. - Ela pegou da minha mão e começou a tremer enquanto lia. - Está escrito o meu nome...
- Precisamos avisar Logan.
- Logan? Você tá maluca, Miley? Por que avisaríamos isso para ele? - Se desesperou, e eu segurei seus braços mandando-a se acalmar. Ana estava muito nervosa.
- Ele sabe de tudo que tá acontecendo Ana, e pode ajudar. Fomos perseguidos esses dias pra trás...
- PERSEGUIDOS?  O que tá acontecendo?
- Ana, pelo amor de Deus, fala baixo. - Bufei, rolando os olhos. - Ninguém pode saber disso.
- Não há ninguém aqui perto.
- Mas você sabe muito bem que parece que as paredes dessa escola tem ouvidos. - Rebati, diminuindo o tom de voz, vendo-a assentir. - Continuando, ele tá nisso também e precisa saber. Vamos avisá-lo.
- Você poderia chamá-lo, então? Eu não tô muito disposta de ficar andando por aí depois disso. Vai que esse psicopata é daqui da escola e resolve me sequestrar...
- Loira, não começa a viajar. - Eu tive que rir, me levantando. - Já volto. - Ela concordou e eu sai andando, tentando procurar Logan. Ainda era cedo, não havia muitas pessoas ali, e era bom porque poderíamos conversar bastante antes. Só esperava que ele já tivesse chegado.
 Fui até perto da quadra e encontrei-o com Kendall e dois meninos do time de futebol. Respirei fundo e fui até lá, em passos decididos.
- Bom dia, coisinha. Tá tudo bem? - Kendall sorriu amigavelmente, com sua pose de esperteza de sempre.
- Sim, tô ótima,
- Vai mesmo na minha festa, certo?
- Se Luke quiser ir, sim. - Nessa hora, Logan se virou e me encarou, sem expressão. Depois voltou a conversar com Maycon, um dos outros caras, como se eu não tivesse ali. Ok Miley, respira.
- Mas é claro que ele vai, nem que eu tenha que carregá-lo a força.
- Essa cena não foi muito legal de imaginar. - Franzi a testa e Kendall e Maycon riram. - An... Logan, será que eu poderia falar com você? - Ele demorou um pouco para virar-se para trás e me olhar com desdém.
- Comigo?
- Sim, é um assunto... importante.
- Miley, não se esqueça que você tem namorado. - Maycon riu, e eu mostrei a língua.
- Não é nada disso.
- Sobre o que é? - Henderson cruzou os braços.
- Sobre... Uma pergunta que... Eu preciso te fazer. - Obviamente não podia dizer a verdade ali na frente, mas percebi que com o fato de eu estar gaguejando, ele entendeu sobre que assunto era. E seu semblante mudou totalmente, de um cara que não tava nem aí para uma preocupada. Engoliu em seco e assentiu.
- Gente, eu já volto. - Disse. Eu despedi dos garotos e fui até onde Ana estava, percebendo que estava sendo seguida por ele. Quando finalmente chegamos, a loira olhou preocupada para nós, e eu podia dizer que até mesmo suava de nervoso.
- O que está acontecendo? - Logan arqueou as sobrancelhas e eu respirei fundo. Entreguei-lhe a carta, que na verdade seria mais como um bilhete.
- Ana recebeu isso hoje, mandaram entrega-la. Não sabemos de mais nada. - Falei e esperei que ele respondesse. Henderson fez cara de confusão enquanto lia e relia a carta. Dobrou-a novamente e ficou pensativo, encarando o nada.
- Loggie, pelo amor de Deus, fala alguma coisa. - Ana disse, aflita.
- Bom... É bem estranho. Eu na verdade não sei o que dizer.
- É a mesma pessoa que nos perseguiu, e mandou ameaças para mim...
- Não, Miley. - Interrompeu-me. - Temos que considerar todas as possibilidades, já te falei isso. Pode ser que seja a mesma pessoa, mas pode ser que seja outra.
- O que? Mais de uma pessoa? - Aumentei meu tom de voz. - Por qual motivo terias tantas pessoas fazendo essas coisas com a gente?
- Eu não faço ideia. Só sei que agora Ana também está envolvida nessa porra toda que tá acontecendo. Pode ser que seja outra pessoa, mas acredito que o motivo seja o mesmo, ou quase o mesmo. Ou pelo menos as coisas estejam ligadas...
- Ah não, isso é demais pra minha cabeça. - A Maslow bufou, escondendo a cabeça entre os braços. - Eu não sirvo pra desvendar mistérios nem essas coisas todas, eu mal sei o que tenho a ver com isso tudo! Que droga cara, eu quero viver em paz. Agora nem saí na rua não poderei mais!
- Que exagero.
- Você obviamente pode sair mas não chegue muito tarde em casa, muito menos sozinha.
- Fazer o que...
- E enquanto ao bilhete, Logan? - Perguntei. - Ela vai nesse endereço como pedido?
- Mas é obvio que eu não vou, né My.
- Vai sim. - Logan assentiu, e nós duas arregalamos os olhos. - Precisamos saber quem é e o que quer.
- Ah claro, daí vamos sacrificar a minha vida só pra saber quem é?
- Ana, pensa um pouco. - Ele bufou, rolando os olhos. - É claro que você não vai sozinha, eu vou com você, mas estarei escondido. E eu não acredito que a pessoa só te chamou pra te matar. Se quiserem fazer isso, teriam te sequestrado, é muito mais fácil.
- Provavelmente querem falar alguma coisa pra ela... - Deduzi.
- Sim. E pode ser de grande ajuda. Talvez conseguiremos descobrir tudo que está acontecendo.
- Eu não vou. Morro de medo disso, e tô muito nova pra morrer. Sem chances.
- Ana, por favor...
- Não, My. Vocês estão falando muito "talvez, talvez"... Eu quero certezas. E se ninguém tem certeza que eu realmente não vou morrer, não quero arriscar minha vida.
- Você não vai morrer.
- Como pode ter tanta certeza? E também tem a chance de isso tudo ser apenas uma pegadinha, uma brincadeirinha de muito mal gosto. - Ela cruzou os braços, com cara de poucos amigos. - Eu não vou e vocês não vão conseguir me fazer mudar de ideia. Agora, com licença, ainda tenho que estudar pra prova de hoje. - E saiu andando, com os ombros rígidos e o semblante nervoso. Eu fiquei encarando o caminho que Ana tinha feito, sem conseguir expressar qualquer tipo de reação.
- Talvez seja pior se ela não for. - Logan murmurou, pensativo. Sentou-se em um dos troncos de uma das árvores. Encarei-o.
- Eu também acho arriscado ela ir. Não sabemos com quem estamos lidando.
- Vocês também devem achar que nós estamos naqueles filmes de suspense, né? - Ele passou a mão pelo rosto, com cara de tédio. - Também não é como se alguém fosse chegar lá, dar um tiro nela, e sair correndo. - Eu parei pra pensar e concluir que aquilo realmente era verdade. Acho que se fosse comigo, eu iria. Pelo fato de ser curiosa e querer descobrir logo quem era e o que queria comigo.
- Mas ela não vai, tenho certeza. Se disse aquilo, vai continuar firme na sua escolha.
- Eu sei. - Se levantou, suspirando. - Não sou a favor dessa escolha, mas fazer o que, o bilhete foi destinado a ela. Se fosse você, você iria?
- Sim.
- Eu imaginei. - Ele riu, sem humor. Suspirou, me encarou por um tempo e deu meia-volta. - Já resolvi o que vim fazer aqui. Tchau, Jones.
- Tchau, Henderson.

[...]

Passei o resto da aula inteira dividindo meu tempo entre dormir e pensar naquele bilhete. Eu realmente não nasci para ser detetive, mas queria muito descobrir quem era o desocupado por trás disso. É horrível o que ele está fazendo, e eu não consigo pensar em nenhum motivo convincente para todas essas ameaças. Eu provavelmente ficaria maluca se continuasse pensando nisso.
Ouvindo o barulho chato porém tão esperado do sinal batendo anunciando o fim da aula, eu levantei com preguiça, observando a ansiedade dos outros alunos, que corriam malucos para irem embora. Victória esperava por Logan na porta, que deu um sorriso torto e um selinho nela. Eu quis vomitar, saindo da sala com cara de merda e desejando mais do que nunca que Luke estivesse ali, só pra mim também dar um selinho nele.
- Você vai na festa do Kendall? - Daniel apareceu do meu lado, super empolgado.
- O assunto agora é só essa festa? - Encarei-o, franzindo a testa.
- Exatamente. Só você que não está nem aí pra isso, ultimamente está muito no mundo da lua.
- Eu tenho coisas mais importantes para me preocupar. - Sorri, e ele rolou os olhos.
- Tudo bem, mas você vai?
- Se o Luke ir, sim.
- Eu tô louco pra beber. Até não conseguir mais. - Daniel gargalhou, suspirando. - Faz um tempão que não faço isso.
- Você e bebida são duas coisas que não dão muito certo quando juntas. - Respondi, sem muita atenção. Estava procurando por Ana, que havia saído às pressas da sala, nem tinha me esperado.
- Igual você, então.
- O que? - Encarei-o, com o cenho franzido. - O que quer dizer com isso?
- Que você fica maluca quando está bêbada.
- Não é verdade. - Continuei caminhando por todos os lados da escola, com ele me seguindo despreocupadamente.
- Ah, deixa eu refrescar sua memória... Nas festas do Kendall, por exemplo, quem sobe das mesas e começa a dançar igual louca pra quem quiser ver?
- Mas isso... Não acontecia com frequência.
- Acontecia mais vezes que você imagina.- Danny riu e eu mostrei a língua.
- Mas nunca mais irá acontecer. - Sorri. - Sou uma menina direita agora, você sabe disso.
- Uhum sei. - Ele suspirou e nós ficamos um tempo em silêncio. - O que exatamente você está fazendo?
- Procurando por Ana.
- Ana? Ela já foi embora, eu acho.
- Já foi? Mas... Ela me espera para irmos juntas...
- Eu não tenho certeza My, mas se ela não está em nenhum lugar aqui, é porque obviamente já foi. - Daniel respondeu e eu concordei, claro, era obvio. Respirei fundo e sentei-me em um dos bancos que havia em uma pequena praça perto da escola. Meu amigo sentou-se comigo. Peguei meu celular, e liguei para a loira.
- Por que você não me esperou? - pude ouvir um suspiro do outro lado da linha.
- Desculpe, eu queria chegar logo em casa.
- Sem motivos?
- Sem motivos.
- Mentira. Eu sei que tem motivo, e também posso deduzir qual é.
- Tá, tudo bem, tem sim, mas... Não vamos falar sobre isso.
- Vamos sim, Ana. Vou pra sua casa de tarde.
- Não vou te contrariar.
- Eu sei. Tchau, loira.
- Tchau My. - Desliguei o celular.
- Danny, quer uma carona?
- Não precisa nem perguntar duas vezes. - Ele se levantou, então caminhamos até meu carro.

[...]

 Quando cheguei em casa, pude perceber que Luke ainda estava por lá. Conversava animadamente com minha mãe na cozinha. Fui até eles, encontrando Giselle cozinhando alguma coisa e meu namorado sentado no balcão, rindo e tomando algo.
- Olá, filha! - Ela sorriu alegremente, quando percebeu minha presença. - Como foi a escola?
- Mesma coisa de sempre. - Dei de ombro, sorrindo de lado. - Nada de muito novo.
- Foi bem na prova?
- An... Na medida do possível. - Como disse, não estava acostumada com aquelas perguntas. Ainda mais vindo dela.
- Tudo bem. Quero ver sua nota primeiro, depois conversamos.
- Oi minha linda.
- Oi, Lukey. - Abracei-o pela cintura e uni nossos lábios em um selinho singelo e demorado. - Como você está?
- Estou bem melhor do que imaginei que estaria. Minhas costas não doem mais, assim como as costelas e os supercílios dói apenas se tocar, mas nada que me incomode muito. Seu colchão é bem macio, eu adorei. - Ele piscou, e eu ri.
- Eu queria que ele descansasse mais, dormisse mais, mas Luke não estava com vontade. Ele estava bem agitado, sem sono, por incrível que pareça. - Minha mãe comentou, pegando algumas latas no armário. Sentei-me ao lado dele.
- Eu não sou de sentir muito sono.
- Totalmente diferente de mim. - Entortei a boca e ele riu.
- Eu sei muito bem disso. - Hemmings sorriu torto, um sorriso que eu adorava. - Queria poder sentir esse sono todo, dormir pouco pode prejudicar a saúde.
- E por falar em saúde, recomendo que você vá se deitar e descansar. Você está em seu primeiro dia de repouso. - Minha mãe disse, colocando as mãos na cintura. Eu tive que concordar.
- Exatamente, vá se deitar, Lukey. Vou com você. - Nós despedimos de minha mãe, que cozinhava o almoço e fomos até meu quarto, deitando-se na cama. Assistimos um pouco de American Horror Story e dormimos.

[...]

- Eu nunca senti tanto medo na minha vida. - Ana murmurou e eu olhei-a, um pouco surpresa. Havia acabado de chegar em sua casa, era cerca de 4 horas da tarde, estávamos deitadas em sua cama. Ela parecia bem diferente, com uma aparência um pouco amedrontada. Aparência que poucas vezes eu havia visto estampada em seu rosto.
- E a vez que fomos sequestradas?
- O sequestro? - Ela riu, sem nenhum humor. - Obviamente eu senti muito medo, mas... Por incrível que pareça, não me senti completada ameaçada. Quem havia nos sequestrado era o Erick, ele era meu namorado, eu... Gostava dele. De verdade, por mais que ele fosse um idiota, um traficante perigoso, eu sentia alguma coisa por ele, e isso me fez ficar um pouco... Tranquila. Por menor que tenha sido essa tranquilidade. Eu senti muito medo, mas agora estou sentindo muito mais.
- Mesmo você tendo toda aquela relação com o Erick, eu não duvidei que ele te mataria, Ana. Ele é um psicopata, maluco, e se teve a coragem de matar John, eu não duvidei que teria feito a mesma coisa com algum de nós. - Respondi, e ficamos em silêncio por um tempo.
- Sim, tudo bem mas, agora é diferente. Eu estou na mira de um desconhecido, e se é realmente o mesmo que fez aquelas ameaças para você, bom... Então estou em um grande perigo. - Ela suspirou profundamente. - Agora estou entendendo pelo o que você passou. Ou pelo menos um pouco, né. Com você foi pior.
- Eu realmente fiquei muito assustada com aquela ameaça.
- Qual era a frase mesmo? Que se repetiu no telefone e no escrito no espelho?
- Hm... Era algo como "a injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos".
- Isso é bizarro.
- Completamente. - Mostrei a língua. - Eu queria poder esquecer isso tudo sabe, poder... Sei lá, acreditar que tudo não se passa de uma brincadeira de mal gosto... Mas não é bem assim. É estranho demais, e intenso demais para ser uma brincadeira.
- Eu concordo. Por isso não quis ir até esse endereço, eu sei que é coisa séria. E não tô afim de morrer.
- Você não sabe se iria morrer.
- Eu prefiro não arriscar.
 Fiquei em silêncio, respirando fundo. Ana e eu somos melhores amigas desde muito tempo, e somos tão diferentes... Eu iria me arriscar, se tivesse no seu lugar. E não era só isso, tínhamos ideias diferentes, estilo de roupa diferente... Mas mesmo assim, nos dávamos tão certo.
- Sabe, eu pensei em contar para o James.
- O que? - Olhei-a, sentando-se na cama. - Você está maluca? James não pode saber disso de jeito nenhum. Você conhece o seu irmão. Precisava de ver como ele ficou desesperado quando você foi sequestrada, ele estava completamente maluco para te achar. James iria surtar se soubesse que você recebeu esse tipo de bilhete.
- Foi exatamente por esse motivo que eu decidi ficar de boca fechada. Jay é muito protetor, tenho certeza que ele ficaria paranoico com essa notícia.
- Você é a coisa mais importante da vida dele, Ana. - Falei, abaixando a cabeça. - Dá pra ver isso facilmente. - A loira sorriu assentindo. Aquela conversa não era algo que nós conversávamos, mas, muita coisa que vem acontecendo era coisas que não fazíamos antes. Está tudo tão estranho... Eu nem me lembrava direito de como minha vida era antes de todas essas coisas acontecerem... Era tudo tão tranquilo e pacato, onde a minha única preocupação era xingar o Logan e não deixar ninguém descobrir que eu na verdade gostava dele. Mas isso tudo foi em vão, e só agora percebi que estava mais do que claro para os outros o que eu sentia por aquele idiota.
- Miley?
- Oi.
- Quando foi que tudo isso começou? E por que? - Ela me olhou, nitidamente esperando por uma resposta.
- Eu também não sei, Ana. Eu também não sei... - Me deitei na cama de novo, engolindo em seco. Aquela sensação era horrível. - Mas, você realmente tem certeza absoluta que, pelo menos, nem tentará ir nesse endereço, ver quem é e o que quer?
- Você sabe que eu não vou mudar de ideia. - Deu uma pausa. - Eu não vou, não quero ver quem é, nem o que quer... Também não quero saber se isso é brincadeira, se é perigoso ou não... Eu só quero que, quem quer que seja,  nos deixe logo em paz.

[...]

Eu bufei quando escutei uma música tocando, havia me acordado. Revirei os olhos assim que me levantei da cama, pegando meu celular. Para minha surpresa, não era o despertador que tocava, e sim uma ligação de Luke.
- Oi. - Murmurei, me espreguiçando. Ele demorou um pouco para responder, rindo.
- Olá, amor.
- Aconteceu alguma coisa para você estar me acordando uma hora dessas? - Fui para o banheiro, colocando o celular no viva-voz e indo escovar os dentes e fazer minha higiene matinal.
- Na verdade, sim. Eu sabia que você estava dormindo. Imagina se eu não tivesse ligado?
- Eu acordaria atrasada, grande novidade.
- Você já acordou atrasada. Só que menos do que o normal. Dormiu tarde ontem, My? - Sim, eu havia dormido. Estava pensando sobre tudo, minha cabeça estava a mil... Queria tentar encontrar uma mísera solução, algo que pudesse ajudar pelo menos um pouco, mas... Pra variar, não havia achado nada de útil.
- Não. É porque eu sinto muito sono mesmo, você sabe. - Odiava mentir para ele, mas era necessário. Luke riu.
- Queria tanto ir para a escola... Preste atenção na aula hoje, provavelmente terá explicação de matéria nova.
- Até você falando isso pra mim? - Fui até meu closet e vesti o uniforme rapidamente.
- Sua mãe tá em cima de você por causa de escola, né?
- Em cima? Ela já tá me sufocando.
- Ela só quer um bom futuro pra você.
- Eu sei, mas as coisas não são assim tão fáceis, Lukey. - Bufei.
- Não vamos brigar. Vou deixar você se arrumar. Até mais, depois te ligo, linda.
- Tá bom, Luke. Beijo.
- Beijão.
 Desci até a cozinha para tomar café, encontrando apenas Tom que jogava algum jogo em seu celular, distraidamente. Peguei apenas uma maça para comer durante o caminho e fui correndo até meu carro, estava realmente atrasada. Não demorou para que eu chegasse, fui no embalo de alguns CD's que eu tinha ali. Chegando na escola, eu encontrei Ana vindo correndo até a minha direção, parecendo apreensiva, assim como ontem. Sai do carro com a testa franzida, tentando entender o porquê.
- Ana? Aconteceu alguma coisa?
- Eu não sei, na verdade... Logan quer falar com nós, agora, e ele me parece sério demais...
- O Logan sempre foi assim. - Cruzei os braços.
- Não, Miley. - Ela respirou fundo. - Ele tá diferente, eu sei disso. E por que precisaria conversar com nós duas?
- Eu sei lá. Vamos descobrir agora. Ele está naquele mesmo lugar?
- Sim. - Por incrível que pareça, eu não estava tensa, nem nada. Só curiosa para saber logo o que o Henderson queria, pois ele com certeza não era de ficar chamando para bater papinho e conversar sobre a vida.

Não mesmo.

Achamos Logan no mesmo lugar de ontem, observando o céu. Ele ficava simplesmente lindo daquele jeito, mas eu não devia pensar nisso agora. O moreno notou nossa presença e se levantou.
- O que foi, Logan? - Perguntei, encarando-o. Ele respirou fundo, mordeu o lábio inferior e demorou para responder.
- Eu... Bem, talvez eu não deveria ter feito isso, mas eu fiz.
- O que? - Ana perguntou.
- Eu fui até o endereço, ontem. - Eu não pude deixar de arregalar os olhos assim que ouvi aquelas palavras. Ele tinha ido no encontro que a pessoa havia pedido para a Ana ir? Eu não sabia o que pensar, só tinhas perguntas e mais perguntas. O sinal havia batido, mas nenhum de nós três estávamos ligando para isso.
- E... Você viu alguém lá? - Murmurei, nervosa.
- Sim.

Continua.

* A tradução da frase do início do capítulo, é mais ou menos como: "Talvez não dê certo, mas você nunca vai saber se não se arriscar".

Olá, geeeente! *voltei*

Tudo bom com vocês? Espero que sim. Vim com mais um capítulo, e espero que vocês tenham gostado, claro né. Desculpem pela demora, eu tô tão viciada em uma série que esqueci que tinha fic para escrever HEUHEUEHE Me desculpem mesmo, isso não vai acontecer novamente. 

Esse capítulo... É bom, eu gostei. Me escrevam comentários, me digam o que estão achando! Eu simplesmente AMEI  os comentários do capítulo anterior, sério, li todos e vou responder todos assim que postar esse cap... Estou muito feliz que vocês realmente estão comentando xD É extremamente importante pra mim, desde um surto até uma crítica.

Vejo vocês no próximo capítulo gatas (e gatos), até lá.

Beijão, Gih.

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