Fanfic Surprise. Trigésimo Nono Capítulo: Caio O'Brien.

What's the problem?

- Quem? - Murmurei, quando consegui me concentrar em dizer alguma coisa. Eu estava com medo. Medo de saber a resposta, principalmente pela cara do Henderson. Ele não expressava reação alguma! E aquilo era péssimo, perturbador, porque simplesmente não dava pra saber se a notícia era boa ou ruim. Era indecifrável, e eu odeio isso. Ana começou a andar de um lado para o outro. Ela com certeza era a mais nervosa de nós três.
- Uma das pessoas que a gente nunca imaginaria que poderia ser.
- Quem, Logan? Você tá me deixando nervosa! - Aumentei meu tom de voz, roendo as unhas.
- O que? É alguém que conhecemos? - Ana gritou, e eu tive que pedir para que ela fizesse silêncio. A escola já começava a esvaziar por ali, os alunos subiam para suas devidas salas. Se a coordenadora nos pegasse ali, levaríamos um belo e desnecessário xingo que ninguém quer ouvir logo de manhã.
- Não é nenhum amigo meu, nem de vocês. É o Caio, do 3º ano, sala B. - Logan respondeu e eu me lembrei de quem ele falava. Realmente, nunca havia conversado nem nada com ele, esse garoto nunca chamou a minha atenção, apesar de ser bonito. Ele não era de se jogar fora não. Mas aquilo não importava, porque eu simplesmente queria entender o que diabos ele estaria fazendo na mesma hora e no mesmo endereço que estava escrito no bilhete. Caio era um garoto tímido e calmo, não tinha tantos amigos. Era bastante inteligente também. Eu me lembro de uma vez que ele ganhou a Olimpíada de Matemática, os professores não paravam de elogia-lo.
- Explica essa história direito, Logan - Ana tremia, enquanto repousava uma de suas mãos em seu peito. - O que esse garoto iria querer comigo? Ele te viu? Disse alguma coisa?
- Ele não poderia estar lá só por coincidência? - Perguntei.
- Se acalmem. - Henderson revirou os olhos. - Eu fui de carro até o endereço, fiquei meio escondido claro, mas dava pra ver perfeitamente o local. É uma casa velha, me parecia abandonada, e havia um beco do lado. Nada demais. Nos primeiros dez minutos não havia ninguém nem nenhuma movimentação. Depois chegou esse menino, ele se encostou na parede da casa, acendeu um cigarro e ficou lá fumando por uns vinte minutos, depois foi embora.
- E não parecia que ele estava esperando por alguém?
- Ele olhava bastante para os lados e tudo mais, mas não parecia nervoso e desesperado procurando por alguém.
- Que garoto idiota! Me fala, o que ele poderia querer comigo? Só pode querer pedir pra ajuda-lo roubar algum gabarito! O problema é que ele é nerd, então... Talvez não seja isso...
- Para, Ana. Nós nem sabemos se ele realmente está por trás disso. - Bufei, cruzando os braços.
- Ele estava exatamente onde o endereço dizia, por que não seria ele?
- Pode ser uma coincidência, loira. Essas coisas acontecem. - Loggie deu de ombros.
- Pois eu acho que vocês não querem perceber uma coisa que está tão obvia.
- Ah ta, e você acha que esse garoto é suspeito? Ele não é uma ameaça, olha só para o Caio, ele é o filho que toda mãe gostaria de ter!
- Você não sabe, Miley. Já conversou com ele, por acaso? Os mais quietinhos são os mais suspeitos.
- Eu já disse para vocês pararem com essa mania de achar que estamos fazendo parte de um filme. - Logan bufou, começando a andar.
- Espera aí, Loggie! - Ana gritou novamente, seguindo-o. Eu fiz o mesmo, não tendo outras escolhas. - O que vamos fazer? Precisamos saber se ele está envolvido nisso.
- O que vocês querem que eu faça? - Logan fez cara de tédio, um tanto quanto irônico. - O garoto não tem nada a ver com isso.
- Como pode ter tanta certeza? Eu não quero um maluco que estuda aqui atrás de mim. Precisamos segui-lo, descobrir mais sobre a vida dele.
- Maslow, para de viajar! - Logan aumentou o tom de voz.
- Ana, o Logan tá certo, você já tá pensando alto demais. Relaxa, ele nem olha pra gente, com certeza foi uma infeliz coincidência.
- Ah, vocês estão falando isso porque não é com vocês.
- Nem fala isso de novo, você sabe que o que eu passei foi mil vezes pior do que isso. - Rolei os olhos, nervosa. - Quer saber, vou pra sala. Dona Freire vai me matar. - Comecei a caminhar, só então percebendo que Logan já estava longe. Respirei fundo, tentando me controlar emocionalmente. Era um saco ter que discutir com Ana.

[...]

Ouvi o sinal bater, era a hora do intervalo. Senti alguém mexer no meu cabelo, e me levantei rapidamente.
- Desculpa, não queria te assustar. - Ana sorriu torto, com cara de culpada. - Queria pedir desculpa por hoje mais cedo. Eu fiquei desesperada sabe, nunca passei por isso.
- Tudo bem, loira. Eu te entendo, você sabe. - Sorri fraco, me levantando. Começamos a descer as escadas, conversando sobre coisas aleatórias. Vi Daniel conversando animadamente com uma garota - que eu com certeza ia ter que pergunta-lo depois sobre aquilo -, assim como Kendall que falava sobre sua festa com várias pessoas, para variar. Passamos pelo refeitório, e meu olhar se direcionou com atenção para uma pessoa, pela primeira vez. Caio comia sua merenda distraidamente enquanto lia um livro qualquer. Ele usava óculos, tinha os cabelos escuros e um leve topete. Era realmente bonito.
- Caio O'Brien. Um dos garotos mais inteligentes da escola, mas digamos que não é muito popular por aqui. Só alguns amigos do clube de xadrez, ou seja, nerds do mesmo nível que ele. - Logan apareceu do meu lado, com os braços cruzados, sussurrando aquilo perto demais, quase que perigosamente. Eu ainda conseguia me arrepiar com aquilo, que idiotice. - Vocês acham mesmo que isso seria uma ameaça?
- Você não acha que poderíamos pelo menos, descobrir mais sobre ele? - Ana murmurou, mexendo nos cabelos loiros para tentar disfarçar que olhava freneticamente para o garoto, que nem percebia nada.
- Eu acredito que a única maneira disso acontecer é você tentar se aproximar dele.
- Eu? Por que eu?
- Ué, se fosse eu, seria estranho demais, então é claro que isso não vai acontecer da minha parte. A Miley... Bom, ela está namorando, provavelmente o seu namorado não ia gostar disso, não é mesmo Jones? - Ele debochou, completamente implicante. Eu olhei-o com caras de poucos amigos.
- Exatamente, Henderson. Ele tem muito ciúmes de mim, sabe?
- Sei. Só cuidado para esse ciúmes não passar dos limites.
- Hey, dá pra focar em outras coisas? - Ana chamou nossa atenção e eu respirei fundo, assentindo.
- Continuando, só resta você, loira. E não é você mesmo que quer saber disso? O assunto não é contigo? Então, vai em frente.
- E o que eu faço?
- Eu sei lá, começa a puxar assunto sobre coisas que ele gosta, esbarra no garoto, provoca um acidente e fala que foi sem querer... Isso você que tem que saber. - Logan deu de ombros, saindo de perto de nós e se juntando a alguns garotos do time de futebol que passava por ali. Eu fiquei sem saber o que dizer.
- Você acha que essa ideia de acidente é boa?
- Ana, ele tava brincando.
- Desculpe, eu tô nervosa. - Ela respirou fundo, passando a mão pela testa. - Eu vou conversar com ele.
- O que?
- É, agora. - Sem esperar por resposta minha, Ana começou a caminhar em passos determinados até Caio. Ela se sentou ao lado dele, que deu um pulo de susto e olhou-a confuso. A loira abriu um sorriso grande e simpático e eu me segurei para não rir, decidindo que teria que ir lá para ouvir aquela conversa.
- Oi amiga, posso me sentar aqui com vocês? Juro que não vou incomodar, vou conversar com o Luke pelo meu celular. - Falei, pegando meu celular e fingindo que estava digitando. Sentei-me na frente deles depois que ela assentiu.
- Ana Maslow? Miley Jones? Eu conheço vocês, m-mas... O que fazem... aqui? - Ele realmente era bastante tímido e parecia nervoso.
- Desculpe pela maneira, mas... Eu te achei tão sozinho... Qual seu nome mesmo?
- Caio O'Brien.
- Ah sim. Um belo nome, assim como você. - Ana conseguia flertar muito bem quando queria.

Flertar. Minha vó mandou lembranças.

- O-obrigado. - Ele sorriu de lado, não conseguindo olhar fixamente nos olhos dela. Eu observava tudo disfarçadamente, me segurando para não começar a rir. Eu sempre fazia isso nas horas que não deveria.
- Me fala, por que está tão sozinho?
- Alguns amigos faltaram, outros estão ocupados estudando.
- Eu gostaria de, sei lá, ser sua amiga. Você parece ser uma ótima pessoa.
- E por que escolheu ser minha amiga logo agora? - Eu tive que arregalar os olhos assim que escutei ele perguntar aquilo. O garoto não era idiota. Ana pigarreou, demorando um pouco para responder.
- Tá bom, vou te falar a verdade. - Fez uma pausa e eu prendi o ar, um pouco nervosa. - Eu acabei de me inscrever em uma Olimpíada de Matemática, mas sou péssima com algumas coisas, precisava de alguém que me ajudasse... E como você já ganhou, pensei que poderia me ajudar. - Eu respirei aliviada. Ana conseguiu arranjar uma bela desculpa.
- An... Eu me sinto... Lisonjeado. - Ele riu sem graça e ela sorriu de orelha a orelha.
- Sério? Muito obrigada, muito mesmo! - Maslow deu beijos no rosto dele, que ficou vermelho de vergonha. E eu percebi que ali seria a minha deixa.
- Bom gente, não vou atrapalhar o estudo de vocês, estou indo. Até mais. - Sorri e sai de lá, suspirando. Minha amiga realmente estava determinada em fazer aquilo. Vi Logan conversando com Kendall, e fui até eles.
- Miley, quanto tempo eu não te vejo, queridinha.
- Queridinha? Melhora, Schmidt. - Rolei os olhos e ele riu despreocupadamente.
- O que ela está fazendo? - Logan apontou com a cabeça para a direção da Ana, que conversava animadamente com Caio.
- Aquilo que você disse. Está se aproximando dele.
- Eu não estava falando aquilo tão sério.
- Mas ela levou a sério.
- O que? A Ana tá afim daquele nerd? - Kendall intrometeu na conversa.
- Ela quer que ele ajude-a em uma Olimpíada de Matemática. - Menti e pude perceber que Logan sorriu, entendendo aquilo. Imagina se Schmidt soubesse do que realmente estava acontecendo? Começaria gritar desesperado, faria escândalo, subiria nas mesas. Sério mesmo.
- Foi inteligente da parte dela se aproximar então. - O moreno "entrou" na minha mentira e disse, sorrindo fraco.
- Estou achando que não vou conseguir passar de ano, cara. Já está terminando e eu aqui.
- Nossa Kendall, você tem que se esforçar.
- Quem é você para dizer alguma coisa, Miley? - O loiro disse, brincando. Eu tive que rir, aquilo era verdade. Nessa questão, eu não era ninguém.
- O Diretor Will vai me ajudar.
- Vai suborna-lo?
- Sim, é muito fácil.
- Eu vou dar em cima das professoras. - Logan disse distraidamente e eu fiquei encarando-o, com a testa franzida. Ele rolou os olhos quando me encarou de volta. - Eu tô brincando, Jones. Eu tenho namorada.
- Vai estudar, Henderson. - Falei, saindo de perto deles. Tocou naquele assunto, eu não fico a fim de continuar por lá para ficar escutando.
 Conversei um pouco com algumas colegas minhas, até avistar Ana que veio correndo até a minha direção.
- Caramba! - Ela tinha um sorriso gigante, e eu tive que rir de sua empolgação.
- O que aconteceu?
- Conversei bastante com ele, é um garoto simpático. Mas pra mim ainda é um suspeito, estou feliz porque consegui o que queria.
- O que você conseguiu, Ana?
- Eu fui falando com jeitinho e conseguir convence-lo de me ajudar estudar matemática para a suposta Olimpíada, que claro, não se passa de uma farsa. Mas ele acreditou e me chamou para ir até a casa dele hoje de tarde para estudarmos. - Ela finalizou e eu fiquei atônita, sem falar nada ou reagir de alguma forma por um tempo. Estava absorvendo aquelas palavras no meu cérebro, sério.
- Espera aí, deixa eu ver se entendi. Você vai sozinha para a casa do garoto que acha que é suspeito por ter te mandando um bilhete anônimo e que parece, para você, uma ameaça?
- Eu decidi me arriscar um pouco. - Suspirou. - Não é como o bilhete, estava pedindo para mim ir em um lugar desconhecido de noite. Eu só vou na casa dele que fica aqui perto, de dia, meu celular carregado e tudo mais... Não tem perigo.
- Pra mim não tem perigo mesmo, ele parece inofensivo.
- Então o que ele estaria fazendo exatamente no mesmo local e na mesma hora que estava escrito no bilhete?
- Eu não sei, talvez sair para fumar um cigarro... Se bem que para um garoto inteligente, não consigo imaginar porque tem esse vício.
- Pois é Miley, mas ele tem. Estava com um pouco do cheiro, eu pude perceber. As aparências enganam, minha amiga. - Ela riu sem humor, se encostando no meu ombro. Eu suspirei, olhando-o disfarçadamente. Não era possível que um garoto como Caio O'Brien estava por trás disso tudo.

[...]

 Ana andava ao meu lado, para mim estava nitidamente tensa. Respirava fundo em seguida, pigarreava, ria sem humor atoa. Estava nervosa porque já era o final da aula, e podíamos ver que Caio esperava-a do lado de fora, lendo um gibi.
- Você acha que ele pode tentar me matar?
- Ana, eu já falei para você parar com isso.
- Eu tô nervosa, My! - Sussurrou, bufando. Eu fitei seus olhos esverdeados.
- Então deixa isso pra lá ué, não vai na casa dele.
- Não posso. Ele pode fazer coisa pior da próxima vez.
- Maslow, pela milésima vez, não sabemos se é ele!
- Tá, tá, Miley, tá. Mas eu acho, e pronto. Agora me deseja boa sorte, qualquer coisa te ligo.
- Tá bom, vai lá, boa sorte. Relaxa cara, o menino é normal. - Pisquei um dos olhos e ela tentou dar um sorriso, respirando fundo. Me deu um abraço e caminhou até o garoto, que sorriu timidamente assim que a viu. Eles se cumprimentaram e Caio foi até sua bicicleta, chamando-a para sentar-se na garupa. Ana foi, e eles foram embora.

[...]

 Quando cheguei em casa, só pensava em uma coisa: dormir. Iria almoçar - porque a fome também estava gigante -, ligaria para Luke para saber se estava tudo bem e cairia direto para a minha cama, para passar a tarde toda em um sono profundo e gostoso.

Era isso que eu tinha em mente, até abrir a porta da sala.

Carlos ria descontroladamente com uma francesa em seu colo. Ela lhe contava algo no ouvido que provocava risos e mais risos do meu irmão. Eu encarei-a sem nenhuma expressão. As coisas ficaram diferentes em meu ponto de vista depois que vi uma foto dela com o meu namorado em um porta retrato na casa dele. Ela provavelmente já tinha visto ele, e nunca tinha me contado que o conhecia. Também não era como se eu odiasse Kelly ou tinha um pé atrás, mas eu queria conversar sim com ela sobre aquilo. Afinal, ela estava na época que Logan e Luke brigaram e aconteceu todas aquelas coisas.
- Miley, bom dia! - Carlos disse, alegre. Eu sorri, colocando minha mochila em cima da mesa de vidro.
- Bom dia, Los.
- Oh Miley, beau! Como foi seu dia hoje na escola?
- Foi ótimo Kelly, obrigada. - Sorri. - Carlos, onde minha mãe está?
- Ela foi dar uma volta com o pai, eles saíram. Acho que foram no shopping. - Ele se levantou, respirando fundo. - Caralho, eu preciso beber água.
- Eu te fiz rir muito, amor? Excuse.
- Kelly, eu não falo francês. - Cruzou os braços, os dois riram.
- Me desculpe.
- Tudo bem, linda. Só preciso beber água.
- Ok. - Ela gargalhou, deitando-se no sofá. Eu esperei Carlos ir até a cozinha, vendo que aquela era a oportunidade perfeita para puxar uma conversa com a francesa. Sentei-me no outra sofá, e quando ela percebeu minha presença, sentou-se com um sorriso.
- Tá tudo bem, My?
- Está sim. Eu só queria te fazer uma pergunta.
- Pode perguntar.
 - Você conhece o meu namorado? Luke Hemmings? - Perguntei e ela desfez o sorriso, ficando um pouco surpresa. Kelly continuou me encarando e demorou bons segundos para finalmente me responder.
- Ele é seu namorado? Eu o conheço, éramos amigos a bastante tempo atrás.
- Eu vi uma foto de vocês.
- Miley, eu.. Estou feliz que esteja namorando com Luke, éramos muito amigos, mas hoje não conversamos mais.
- Por que? - Eu estava me sentindo naqueles interrogatórios, só que agora era eu que fazia as perguntas.
- Porque... Você ficou sabendo da briga dele com o Loggie, certo?
- Sim. Mas, acho que não fiquei sabendo de tudo.
- Era nós três. Eu, Luke e Loggie, vivíamos juntos para todos os lados, éramos melhores amigos. Mas daí veio aquela ex namoradinha do Henderson, eu nunca tinha ido com a cara dela. Era uma chienne, traiu ele com o Lukey, e depois... Tudo acabou. Nós nos separamos, Logan começou odiar profundamente o loiro. Eu fiquei do lado do Loggie, ajudando-o a curar a mágoa, por isso ainda somos amigos até hoje e eu não tenho nenhum tipo de contato com o Hemmings.
- O fato deles odiarem um ao outro, é só por causa dessa traição? - Perguntei, super curiosa por aquele assunto. Ela suspirou, demorando um pouco para responder.
- Sim, foi isso que acabou com toda a amizade que eles tinham.
- Se você e Luke não tem mais nenhum contato, por que ele tem uma foto de vocês na mesa da sala dele?
- Eu não sei te responder, My. Talvez ele ainda me considere como amiga... Você não está com ciúmes, está? Olha, você sabe que eu amo seu irmão, e...
- Não, Kelly, não é nada disso. - Sorri torto. - Eu sei disso. Só queria saber mesmo, obrigada. - Me levantei do sofá e saí da sala sem esperar ela responder, fui direto para o meu quarto. Kelly não havia me dito muita coisa a mais do que eu já sabia, e eu odiava essa falta de informação. Mas não seria legal ficar pressionando-a, então eu resolvi deixar aquilo para outra hora. Subi para o meu quarto, minha cabeça doía um pouco, só agora que percebi esse fato. Deitei-me - ou melhor, me joguei - em minha cama e resolvi ligar para o meu namorado, tentando esquecer aquela conversa que havia tido alguns minutos atrás. Eu não ia contar que conversei com Kelly sobre ele, claro que não, seria burrice. Ele pensaria que eu estava super curiosa para saber mais sobre aquilo, e por mais que eu realmente estivesse, ele não podia saber.
- Olá, minha linda. Como foi na escola hoje?
- Mesma coisa de sempre, Lukey. Não sei porque insiste tanto em fazer essa pergunta todos os dias. - Ri levemente.
- Vai que aconteceu alguma coisa de diferente... Teve matéria nova?
- Que eu vi teve de história. Nas outras aulas eu estava dormindo.
- Você tem que parar com isso.
- Aham, eu sei. - Dei de ombros. - Me diga, como você está?
- Eu só estou parado em casa por recomendação médica mesmo, porque me sinto ótimo.
- Sério? Não precisou tomar remédio para dores?
- Não, eu não senti nenhuma dor, nem para tomar banho nem nada! - Hemmings disse, parecendo animado. - Estou melhor do que pensei que estaria.
- Ah lindo, isso é realmente ótimo! Estou sentindo sua falta lá na escola.
- Estou sentindo sua falta todos os dias. - Suspirei, ficamos um tempo em silêncio.
- Que gracinha. - Brinquei e ele riu, enquanto eu fazia o mesmo.
- Eu sou mesmo uma gracinha.
- Você?
- Uhum. Espera só dar uma hora da tarde.
- Ué, como assim?
- Espera só. - Sua voz era aquela típica voz de quando ele estava aprontando. Olhei as horas, faltavam menos de cinco minutos para a hora mencionada. - Não é nada demais, eu só achei que seria legal... Gosto disso.
- Você está me deixando assustada. - Comentei e ele riu. Ouvi alguém batendo na porta, e sem esperar que eu pudesse dizer que podia entrar, Carlos já foi entrando.

Claro né, estamos falando do Carlos.

- Tem encomenda pra você lá embaixo. - Ele disse parecendo um pouco nervoso e saiu sem esperar por respostas. Me levantei.
- Ah, Lukey, chegou uma encomenda para mim, tenho que desligar.
- Talvez eu esteja envolvido nisso sabe, só talvez...
- Foi você que mandou, né? - Eu ri.
- Não sei, vai lá conferir. Depois te ligo, linda. Se cuida.
- Se cuida, amor. - Desliguei o celular e saí do meu quarto rapidamente, descendo as escadas. Havia um lindo buquê de rosas vermelhas no sofá. Eu tinha certeza que era a minha encomenda, por isso fui com um sorriso de orelha a orelha pegar. O cheiro era estupidamente maravilhoso, assim como as rosas. Havia um cartão, o qual eu abri em seguida.

My,

Duvida da luz dos astros, 
De que o sol tenha calor, 
Duvida até da verdade, 
Mas confia em meu amor. 
- William Shakespeare

Luke.

Eu tive que aumentar mais o meu sorriso ao ler aquilo. Ele estava falando de amor... Aquilo era lindo.
- Luke, né? - Meu irmão apareceu do meu lado, olhando o buquê com desdém. - Fez alguma coisa errada para estar te mandando isso?
- Ele não precisa ter feito alguma coisa errada, Los. - Respondi, surpreendentemente de bom humor. Subi as escadas novamente, indo até meu quarto. Tinha que arranjar um lugar para colocar aquelas flores, ligar para Luke depois e agradecer por aquilo. Mas eu apenas me deitei na cama, coloquei o buquê ao meu lado, li e reli aquele poema curto e tão bonito, até finalmente o sono vim e eu me apagar completamente.

[...]

 Acordei com o barulho de alguma música do Bob Dylan que no momento não me lembrava o nome, só sabia que era o toque do meu celular, ou seja, ele estava tocando. Levantei correndo e fui até ele, que se encontrava em cima da minha penteadeira. Quem me ligava era Ana, a minha foto com ela estava muito bem estampada na tela do meu celular. Eu amava aquela fotografia.
- Oi, Ana? O que aconteceu de tão legal que você teve que atrapalhar o meu son...
- Miley, pelo amor de Deus, me ajuda! - Ela me interrompeu, e só então eu abri os olhos. Um frio passou pela minha barriga.
- O que? Na onde você está?
- Na casa do Caio, Miley! Por favor, me ajuda.



Continua.

* Tradução da frase no início do capítulo: Qual o problema?

Oooooi, pessoas lindas! Tudo bom com vocês? Espero que sim.

Mais uma capítulo. Caio agora é um novo personagem da fic, mas ele não aparecerá com muita frequência, por enquanto. Não sei mais pra frente, vamos ver... Ah, e eu acho que vocês já sabem mas, o personagem Caio, na minha imaginação é o Dylan O'Brien, esse mesmo do gif no começo do capítulo.

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