Fanfic Surprise. Quadragésimo Terceiro Capítulo: You?

I did not expect to find you

- Por que você quer saber? - Murmurei, incapaz de falar outra coisa. O fato de Logan estar ali, na minha frente, se preocupando comigo me deixava extremamente intrigada. Ele não estava nem aí pra mim já fazia muito tempo, sempre que conversava comigo era sobre aquele assunto sério... Mas uma conversa pessoal fazia tempo que não tínhamos. O moreno passou a mão pelo rosto, suspirando.
- Se você não quer me contar, eu não vou ficar insistindo. - Disse impaciente, fazendo menção de ir embora. Meu coração se apertou naquele momento e eu cedi.
- Não, espere. - Quase gritei, vergonhosamente desesperada e ele parou imediatamente de andar, se virando para mim. - É por causa do Luke. - Dei um longo suspiro, fechando meus olhos. Eu tinha plena consciência que não deveria estar contando aquilo à ele, mas fazer o que, eu já comecei, iria ter que terminar.
- O que ele fez? - Seu tom de voz se alterou, Logan se aproximou de mim imediatamente. Mordi os lábios com força antes de responder.
- Ele está... Diferente.
- Diferente como?
- Está fechado. Não conversa direito, não fica comigo mais... - Sério mesmo que eu estava contando aquilo para o Logan? Tentei respirar fundo para me acalmar um pouco.
- Desde quando? - Ele cruzou os braços, seu cenho estava franzido.
- Desde a festa do Kendall. - Respondi. Henderson ficou em silêncio por um longo tempo e depois riu baixo.
- Eu sabia que isso ia acontecer. - Murmurou, como se estivesse falando para si mesmo. Fiquei confusa.
- O que? Como você sabia?
- Eu conheço o Luke faz tempo, você sabe disso.
- Mas isso não justifica o fato de você saber que ele iria fazer isso comigo. - Aproximei-me dele. - Como assim, Logan?
- Miley, eu não falei no sentido literal. - Respondeu, respirando fundo. - Estou falando que eu já imaginava que isso ia acontecer. E não venha me falar merda, já vou adiantando, porque eu já te avisei inúmeras vezes sobre ele.
- Luke está só passando por problemas. - Afirmei, balançando a cabeça. Era só isso, era só uma fase. - Não é como se ele fosse... Essa pessoa que você fala.
- Ele realmente não é essa pessoa que eu falo. Ele é pior. - Logan concluiu, desviando o olhar. Eu fiquei encarando cada expressão de seu rosto.
- Para de falar isso, por favor. - Sussurrei, rolando os olhos. - Eu só espero que os problemas dele se resolvam logo.
- Eu também espero. - Henderson indagou, saindo da sala e batendo a porta com força. Encarei o chão, atônita. O que havia sido aquela conversa? Uma coisa completamente sem sentido, onde Logan se preocupou comigo, falou mal de Luke e me deixou sem entender nada, tudo ao mesmo tempo. Balancei minha cabeça negativamente, abrindo a porta, decidida a ir para casa. Eu precisava muito dormir.

ALGUNS DIAS DEPOIS.

- Miley, venha, os meninos já chegaram! - Minha mãe gritou do outro lado da porta. Eu suspirei, me levantando da minha cama e deixando o livro que lia repousado sobre a minha mesa. Calcei meus chinelos e abri a porta, descendo as escadas, passando pela sala e chegando até a cozinha, onde minha mãe, meu pai, Tom, Logan, James, Kendall, Ana e Kelly estavam sentados na mesa. Sentei-me em uma cadeira desocupada ao lado de James, cumprimentando todos.
- Kelly, tem certeza que Carlos não desconfiou de nada, né? - Minha mãe perguntou, parecendo preocupada.
- Claro, Giselle. Eu o deixei jogando videogame com um primo meu. Eles se dão muito bem. - A francesa sorriu, seu sotaque francês bem evidente. - Falei que ia fazer compras com uma amiga.
- Ótimo. - Giselle sorriu e se virou para mim, em seguida. - Miley, eu preciso saber. O Carlos é do tipo... popular?
- Sim. - Respondi rapidamente. - Por que?
- Oh, então a lista de convidados será grande...
- Você acha mesmo que essa festa de aniversário surpresa vai dar certo? - Meu pai perguntou, entediado. Por ele, era só comprar um bolo na padaria mais perto e cantar "parabéns".
- Se o Kendall não colocar essa língua para funcionar e sair contando para a escola inteira...
- Relaxa Miley, eu vou usar a minha língua para fazer outras coisas. - O loiro respondeu e os meninos riram. Meus pais não parecem entender a malícia daquela frase, então apenas deram de ombro.
- Quando é o aniversário dele mesmo? - Ana perguntou, apoiando seu queixo em uma das mãos.
- Daqui uma semana. Ou seja, estamos um pouco atrasados.
- Precisamos dividir as tarefas de cada um. - Conclui. - Eu posso ficar com a parte das músicas, Kendall com a parte das bebidas, James...
- Bebidas? - Minha mãe interrompeu-me, incrédula. - Não terá bebida alcoólica nessa festa!
- O QUE? - Eu e os meninos praticamente gritamos em coro, chocados.
- Vocês sabem que eu não gosto disso, além do mais, vou chamar parentes também! Como vocês acham que poderia dar certo um bando de adolescentes bêbados junto com idosos reservados?
- Mãe, me escute. - Pedi, tentando respirar pacientemente. - Podemos fazer um almoço ou um jantar apenas para os familiares e amigos mais próximos, sem bebidas, e depois mais tarde, é liberado, quando os parentes já tiverem ido embora.
- Boa ideia. - Tom murmurou.
- Isso tia, pelo amor que a senhora tem em Deus, faz isso. - Kendall implorou. Ele estava tão desesperado que chegava a ser engraçado. Minha mãe ficou encarando-o, pensativa.
- Vocês vão destruir a minha casa. - Ela disse, passando a mão pelo rosto.
- Não, claro que não, eu... Não deixarei! Pode deixar, eu vou vigiar todo mundo, ninguém vai destruir nada!
- Então tá Kendall, se alguém quebrar uma coisinha daqui você vai se ver é comigo. - Meu pai brincou, fingindo que ia dar um murro no loiro e eles riram.
- Gusttavo, você apoia essa ideia? - Giselle perguntou, encarando-o enquanto mantinha os braços na cintura.
- Bom, o que tem de mais? Me parece uma boa ideia. - Ele deu de ombros e eu vibrei por dentro. Logan deu um tapa nas costas do meu pai, enquanto Kendall gritava que ele era o melhor.
- Diante essas circunstâncias, eu não posso fazer nada. - Minha mãe suspirou, dando-se por vencida. - Tudo bem. - Rendeu-se e nós gritamos um pouco. Pensei que seria impossível ela autorizar bebida alcoólica dentro da nossa casa.
 Ficamos um tempo decidindo com o que cada um iria colaborar na festa surpresa para o meu irmão mais velho. Aquilo era extremamente legal, porque seria o primeiro ano que nossos pais comemorariam junto com ele. Antes, a única coisa que acontecia era eles mandarem um presente caro qualquer e um cartão de aniversário sem nada demais. Esse ano seria diferente, e eu mal podia esperar que o meu chegasse ano que vem.
- Ok, então está decidido. - Kelly disse, olhando para o seu pequeno caderno onde ela anotava os nossos planejamentos. - Miley fica com a responsabilidade de cuidar das músicas, Logan e Kendall com a bebida, Ana com a decoração com a ajuda de Tom, James com os convidados. Eu fico com o Los e me encarrego de não deixa-lo desconfiar de nada e trazê-lo pra casa na hora certa.
- Isso. - Giselle sorriu, assentindo. - Eu e Gusttavo vamos contratar pessoas para cuidarem da comida e garçons. Vamos chamar os parentes e vigiar toda a organização da festa.
- E enquanto aos horários? - Logan perguntou, parecendo distraído. - Que horas será o jantar e quando começará a festa?
- Bem lembrado, Logan. - Meu pai disse. - O jantar pode se tornar um café da tarde... Pode começar 6:00pm. E a festa, 9:00pm. O que acham? - Perguntou e todos nós concordamos.
- Ótimo. - Minha mãe bateu palmas. - Está tudo resolvido. Não se esqueçam de se encarregar do que estão sendo responsáveis de fazer galera, será sábado que vem.
- Pode deixar, tia. - James disse, se levantando. - Se vocês não se importam, preciso ir. Combinei de... Ir ao cinema... Com uma pessoa.
- O que? - Olhei-o, surpresa. - Me fala quem é pra ver se eu aprovo.
- Miley, não é ninguém especial... É só uma amiga. - Ele respondeu, envergonhado. Eu ri e fui até ele, abraçando-o de lado e dando-lhe um beijo na sua bochecha, sendo retribuída.
- Como assim amiga, Jay? - Ana fuzilou-o com o olhar, cruzando os braços. - Você não me contou nada disso, sabia que eu sou sua irmã?
- Mas Ana, é só uma amiga!
- Deixa o cara, loira. - Logan riu de James que estava vermelho feito um pimentão. Era fofo.
- Depois conversamos sobre isso. - Minha amiga também riu da situação. Todos eles se despediram dos meus pais e de mim, e depois foram embora. Olhei o relógio, marcava exatamente 10:00pm. Conversei por um tempo com meu irmão e resolvi subir e acabar de ler meu livro até que o sono chegasse, o que não demorou muito. Deveria acordar cedo no outro dia.

[...]

Sexta-feira. Estava mais uma vez dentro daquele sala, o frio estava quase insuportável. Eu vestia o meu moletom grosso do Pepé Le Pew e apertava-o fortemente em meu corpo, na tentativa de esquentar um pouco mais. O que estava acontecendo com aquela cidade? O clima de lá era completamente bipolar, assim como o Logan.

Espera, por que eu tô pensando nele mesmo?

Deve ser porque ele decide se preocupar comigo e horas depois nem olha na minha cara. Porque era exatamente isso que tinha acontecido ontem. Na escola, veio me perguntando porque eu estava mal, depois de noite na minha casa, não me dirigiu uma palavra. Que merda era aquela, afinal? Eu só conseguia pensar em um motivo para isso. Logan provavelmente não gostou deu ter ficado mal por causa de Luke e resolveu fazer o que sempre fazia quando o assunto se virava para o loiro: me ignorava.
Enquanto ao Hemmings, eu já estava um pouco mais aliviada porque agora eu sabia o que iria fazer. Tentar uma conversa com ele nos intervalos da aula não havia dado certo? Tudo bem, eu iria na casa dele. Lá ele não podia dar a desculpar escrota de que não podia perder a merda da explicação da matéria nova de matemática.
Eu havia chorado muito por causa do loiro, mais sabe qual conclusão eu havia chegado depois de tantas lágrimas caídas? Eu não era assim. Não podia ficar me sentindo culpada por este namoro ter virado essa merda quando eu sei que na verdade não sou. Ele se distanciou, ele está com problemas, ele está me ignorando completamente. Eu não fiz nada de errado. E agora precisava fazer a coisa certa. Ir ter uma conversa séria.
Ele podia me contar o que estava acontecendo, pedir desculpas, voltar como era antes e nós seríamos extremamente felizes juntos. Mas o loiro podia também mandar eu pra lugares nada educados, me ignorar cada vez mais e não me contar nada. Se ele agisse dessa forma, eu iria ficar muito triste, sabia disso. Então apenas esperava muito que isso não acontecesse. Pensamento positivo, Miley. Pelo menos uma vez na sua vida.
- My, adivinha quem vai voltar a tocar em uma banda? - Daniel me despertou, praticamente gritando ao meu lado, empolgado. Percebi que a sala estava vazia e mais uma vez eu não tinha percebido que o sinal havia tocado e o intervalo já havia começado.
- O Kurt Cobain?
- Não cara, ele está morto.
- Nossa, sério? - Ironizei, me levantando. Seguimos até o refeitório.
- É sério My, eu vou voltar a tocar! - Jogou as mãos para cima. - Está feliz por mim?
- Você toca o que? Baixo?
- Guitarra. - Respondeu, com a expressão irritada. - Não acredito que você não sabe disso.
- Eu até sabia, mas me esqueci. - Sorri provocativa e abracei-o de lado, encontrando Ana conversando distraidamente com Kendall em uma das mesas do refeitório. Resolvi ir até lá, mas antes que pudesse chegar até os dois, senti uma mão encostando em meu ombro e virei-me para trás rapidamente.
- Desculpe, não queria te assustar. - Luke murmurou, coçando a nuca. Fiz de tudo para não mostrar que estava surpresa por vê-lo ali, na minha frente. E eu nem tinha ido atrás dele.
- Tudo bem. - Sorri de lado, suspirando. - Está tudo bem?
- Está sim. Eu só... Queria saber se você está bem. Me parecia bem triste dentro da sala. - Ok, espera. Eu escutei mesmo isso? Luke estava sendo gentil? Aquilo definitivamente era gentileza e não só educação, como ele estava me tratando nos últimos dias. Apenas com educação.
- Estou sim. Luke...
- Sim?
- Você... A gente ainda está namorando? - Disparei, sem pensar muito. Olá, meu nome é Miley e eu sou a pessoa mais impulsiva do universo.
- Bom, eu não me lembro de ter terminado com você. - Disse, confuso. Fiquei em silêncio por um tempo, não sabia o que responder ao certo.
- Mas é como se já tivesse feito isso. - Cruzei os braços, decidindo que iria mesmo começar uma discussão. Foda-se que estávamos atraindo alguns olhares curioso para nós.
- Isso não...
- Luke, a Sra. Martinez está pedindo a sua ajuda lá na sala dos professores. - Karine, uma das líderes de torcida da escola sorriu para o meu namorado. Seu decote era tão cavado que estava óbvio que ela só tinha colocado aquela blusinha pra mostrar os peitos. Fuzilei-a com os olhos.
- Ah, obrigado Karina, já estou indo. - Luke sorriu e ela aumentou mais ainda seu sorriso, me olhando de relance e saindo dali lentamente. Segurei-me com todas as forças para não puxar o cabelo daquela ruiva plastificada. Ela não tinha nada contra mim, eu até então não tinha nada contra ela, mas o sorriso que essa garota deu pra cima do meu namorado já serviu para que eu não me simpatizasse. Meu ciúmes era extremo e eu tinha plena consciência disso. - Miley, eu preciso ir... Te vejo depois. - O loiro sorriu sem jeito e me deu um abraço, saindo logo em seguida. Aquilo só serviu para que eu sentisse mais força de vontade de ir até a casa dele conversar.

[...]

Sai do banheiro do meu quarto enrolada em uma toalha branca. Fiquei parada, encostada na parede ao lado da porta por um tempo, até criar coragem para ir até meu closet. Demorei alguns meros minutos para decidir uma roupa legal e quente, porque aquela noite estava extremamente fria. Optei por meu moletom.

Fiz uma maquiagem não muito forte e borrifei o meu perfume favorito em áreas estratégicas do meu corpo. Fiquei olhando meu reflexo no espelho por bastante tempo, sendo interrompida só quando alguém bateu na minha porta e em seguida entrou em meu quarto.

- Você não pode entrar no meu quarto assim, Tom. - Murmurei, suspirando cansada. Meu irmão me olhou estranho, ajeitando seu óculos de grau.

- O que há com você? Está... esquisita.

- Esquisita como?

- Me parece triste. - Observou. - Aconteceu alguma coisa?
- Nada que você deva se preocupar, Tom. - Forcei um sorriso que pareceu não convencer meu irmão mais novo. - São... Coisas atoas.
- Eu não vou ficar insistindo se você não quiser me contar. - Deu de ombros. - Eu só vim aqui para avisar que a mãe chamou-nos para jantar em um restaurante agora.
- Eu não vou poder ir, tenho que ir em um lugar agora. - respondi, pegando minha bolsa e saindo do meu quarto com Tom ao meu alcance. Descemos as escadas e encontramos meus pais e Carlos sentados no sofá, conversando animadamente sobre algo. Estavam todos bem vestidos.
- Oh Miley, estávamos esperando por você! - Minha mãe sorriu, se levantando. - Arrumou bem rápido, por sinal.
- Eu já estava me arrumando antes, mãe. Desculpe, mas não vou poder ir com vocês.
- Por que? - Meu pai perguntou.
- Tenho que ir em um lugar, é urgente. Talvez eu possa... Encontrar com vocês lá, mas agora eu tenho que ir.
- Você vai aonde? - Giselle questionou com as sobrancelhas arqueadas. Respirei profundamente, lançando-lhe um olhar que eu tinha certeza que ela entenderia o significado. - Bom, depois conversamos. Vamos estar naquele restaurante francês que o Carlos adora.
- É o melhor restaurante do mundo. - Carlos disse, sorrindo. Assenti.
- Tudo bem. Encontro com vocês lá mais tarde. - Despedi brevemente de todos e sai da minha casa. Eu não iria de carro, estava a fim de andar. O caminho seria mais demorado se eu fosse a pé e precisava de um bom tempo para pensar. Sem contar que o restaurante que a minha família iria depois não era muito longe da casa dele. Da casa de Luke.
Eu realmente estava decidida desde cedo que ia em sua casa para conversar. Aquilo era mais do que necessário se eu quisesse entender as coisas. Porque até agora, eu não estava entendendo nada. Desde criança, sempre odiei ser a última a saber das coisas. E era justamente essa sensação que eu estava tendo agora.
Quais eram esses problemas do Hemmings que o fez se distanciar de mim dessa forma e não querer me contar? A gente nunca guardou segredos um dos outros. Tudo bem, não era como se eu fosse completamente transparente para Luke e vice-versa, mas quando tínhamos problemas, nós compartilhávamos um com o outro, na tentativa de receber ajuda. Por que não estava sendo assim dessa vez?
Eu pensei inúmeras vezes na possibilidade dele não gostar de mim mais. O que fez o que ele senti por mim acabar, eu já não sei. Mas queria descobrir, e precisava.
Caminhei por cerca de meia-hora pelas ruas escuras da cidade, lentamente. Havia um bom número de pessoas andando pelas ruas, já que hoje era sexta-feira e todos saiam de suas casas para comemorar o fim de semana. Eu era bem desse tipo. Não ficava uma sexta à noite em casa, sempre estava em um bar, uma festa ou algum lugar com os meus amigos. Mas ultimamente, substitui isso por estar assistindo filme e comendo brigadeiro na casa do Lukey.
Sua casa já se encontrava em meu campo de visão. Suspirei pesadamente, parando um pouco para não surtar. E se ele me expulsasse dali? Não, Hemmings não faria isso. Decidi caminhar, então, em passos determinados até sua residência. Toquei o interfone e esperei pacientemente.
- Miley? - Sua voz saiu naquele aparelho, como um sussurro. Ele sabia que era eu porque havia câmeras na entrada de sua casa. Suspirei.
- Luke, posso entrar? Nós... Precisamos conversar.
- An.... - Demorou para responder, me parecendo indeciso e sem opções. - Tudo bem. - Abriu o portão para mim e eu entrei, fechando-o. Caminhei até a sala, onde a porta estava aberta. Fitei o loiro, que me encarava sem expressão aparente, sentado em uma poltrona. Sua televisão estava ligada no canal National Geographic. Típico. - Eu... Não esperava que você viesse aqui.
- Nem eu esperava criar coragem para vim - Sentei-me no sofá, de frente para o meu namorado. - Mas eu precisava, não tinha escolhas.
- Aconteceu alguma coisa para você ter tomando essa decisão?
- Luke, não se faça de desentendido. - Rebati, bufando. - É obvio que aconteceu alguma coisa. Eu só não sei o que.
- Eu já disse, estou só passando por problemas. - Luke se levantou, respirando fundo.
- E por que não me conta o que é?
- Eu também já falei sobre isso, Miley.
- Lukey, por favor! - Aumentei meu tom de voz, me levantando. - O que aconteceu com o Luke que eu conheci? Você nunca foi assim. Está me tratando feito lixo, só me trata com educação e nada mais. E aquilo que nós tínhamos? Eu sou sua namorada!
- Miley, se acalme... - Seu jeito paciente estava me deixando nervosa.
- Acalmar? - Interrompi-o, gritando. - Eu só vou me acalmar quando saber o que diabos aconteceu para você estar me tratando assim!
- Você veio na minha casa para ficar gritando comigo?
- Não. - Engoli em seco, tentando diminuir o tom de voz. - Eu vim para obter respostas. Estou cansada de não saber de nada.
- Você já sabe o suficiente. - O loiro passou a mão pelo rosto, suspirando. - As coisas vão mudar, eu prometo... Só estou um pouco...
- Não me faça promessas que não possam ser cumpridas. - Senti meus olhos encherem de água. - Eu estou cansada das pessoas fazerem isso comigo. Você é o meu namorado Luke, ou pelo menos era antes de se tornar uma pessoa totalmente irreconhecível. Não me venha com promessas e desculpas tentando amenizar a situação, porque você não vai conseguir. Eu só quero que me fale a verdade e...
- Eu ia continuar falando, se não tivesse sido interrompida. Luke veio correndo até mim e por um segundo eu pensei que ele iria me bater. Mas não foi isso que aconteceu. Ele me beijou.
Fazia um bom tempo que eu não sentia aqueles lábios nos meus. Agarrei com força seus cabelos loiros e intensifiquei o beijo, enquanto sentia suas mãos percorrendo sem pudor pelas minhas costas, por baixo da minha blusa. Fomos andando lentamente pela sala até ele se sentar no sofá e me puxar para se sentar no seu colo. Paramos o beijo por falta de ar. Luke começou a beijar a área por volta da minha clavícula e eu fechei os olhos, suspirando. Ficamos um bom tempo nesse ritmo.
- Miley. - Lukey sussurrou, parando as carícias. Eu abri os olhos e fitei-o. - Posso te pedir uma coisa?
- O que?
- Pode me deixar sozinho? Eu preciso de um tempo. Para pensar. - Pediu, calmo. Eu fiquei encarando-o por um tempo e depois suspirei, assentindo lentamente com a cabeça. Sai de seu colo e ajeitei minha roupa que havia se atrapalhado.
- Tudo bem. - Forcei um sorriso. Hemmings se levantou e me deu um selinho demorado. Peguei minha bolsa e me despedi dele, saindo de sua casa.
Estava tentando entender o que havia sido aquilo. A gente se gostava, era nítido. Eu só esperava que ele pensasse um pouco sobre o que eu havia dito e decidisse mudar de atitude em relação a mim.
Caminhei distraidamente pelas ruas da cidade. Ainda estava movimentada. A rua onde se localizava o restaurante francês o qual eu estava indo era cheia de pubs. Coloquei minhas mãos dentro dos bolsos da minha calça jeans e caminhei em passos rápidos para chegar logo até lá. Passei por uma rua um pouco deserta onde havia alguns becos, mas não liguei muito para isso, quantas vezes eu já não havia passado por ruas como aquelas?
- Miley? - Escutei meu nome ser chamado por alguém, e surpreendentemente, eu podia jurar que conhecia aquela voz. Virei-me para trás e fiquei sem reação quando vi Erick Turner me encarando com um sorriso.


Continua.

* Tradução da frase do início do capítulo: "Eu não esperava encontrá-lo".

Olá galera, tudo bom?

Eitaaaa, Erick Turner ressurgiu das profundezas ♥ O que será que ele quer, hein? Faz MUITO tempo que ele não aparece na fic, o cara deu uma sumida, mas acho que vocês se lembram bem dele. Afinal, ele já faz muita merda. 

Bom, minhas aulas começaram hoje. Estou em uma nova escola e gente, é estranho HEUEHU Mas enfim, como as aulas começaram agora, acho que não terei muita tempo para escrever, ainda mais que essa minha nova escola é bem mais rígida que a minha anterior. Mas agora é o comecinho né, ainda nem tem provas, vou tentar escrever tudo de uma vez para ir postando aos poucos.

Quero saber, o que acharam? O que acham que vai acontecer no próximo capítulo? O que será que Erick vai fazer, falar? Quero muito saber o que vocês acham, sério mesmo, comentem aqui pra mim nem que seja uma ou duas palavras. Já faz meu dia mais feliz ♥

Até a próxima.

Xx

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