(+18)
Take my hand, knot your fingers through mine
Duas Semanas Depois
Férias. Tudo bem, eu já estava de férias fazia um bom tempo, mas agora era férias oficialmente pra todo mundo. Daniel estava louco com isso. Não aguentava mais ouvi-lo falar e falar de como as provas de recuperação estavam complicadas. Digamos que ele esqueceu um pouco dos estudos depois que voltou com aquela banda. Banda que eu torço muito para que dê certo, diga-se de passagem.
Acho que posso dizer que estou relativamente bem. Daqui a pouco já fazia um mês desde que minha mãe morreu e eu estava conformada. Havia conversado um pouco com a psicologa de Tom e as coisas que ela havia me falado havia feito eu perceber que a vida continua. Um dia todo mundo irá partir e nós temos que estar preparados para isso. Esse é o ciclo da vida, a gente querendo ou não.
Desci as escadas, chegando até a sala. Meu pai e Carlos assistiam um filme de faroeste. Sentei em uma poltrona perto deles e fiquei encarando a televisão.
- Onde está Tom? - Quebrei o silêncio e os dois suspiraram juntos.
- Você sabe. Está no quarto. - Meu irmão mais velho murmurou.
- Ele trancou a porta e não me responde. Ou está dormindo ou está ignorando todo mundo. - Gabriel completou.
- Ele já devia ter parado com isso. Já faz três semanas. - Abaixei a cabeça, brincando com a barra da minha camisa. O estado do meu irmão mais novo me deixava frustrada. Ele com certeza era o que estava mais ruim. Não tinha ânimo para absolutamente nada.
- A psicologa disse que ele precisa de um espaço de tempo para aceitar tudo isso. Então vamos dar esse espaço para ele, My. - Meu pai disse, me fitando. - Não é fácil aceitar, ainda mais para um menino de 14 anos.
- Eu sei, eu sei... Vou deixa-lo absorver isso. - Levantei minhas mãos em sinal de rendição.
- Pode ter certeza que eu irei fazer de tudo para ser o melhor pai de todos.
- Ah pai, você já é. - Carlos disse e eu assenti.
- Não fale essas coisas se não for verdade.
- É verdade! - Eu e Los exclamamos juntos e meu pai riu, assentindo.
- Pois fiquem sabendo que eu tenho os melhores filhos do mundo.
- Nem precisava falar, eu já sabia disso. - Carlos disse e eu concordei.
- Nós já sabíamos.
- Meu Deus, vocês realmente puxaram sua mãe. - Gabriel disse e nós dois rimos. Giselle era bem convencida mesmo quando queria.
- Enfim, vão ficar mesmo assistindo esse filme sem graça?
- Vamos, Miley. - Esperei pelo momento em que eles falariam que era brincadeira e animariam ir comigo pra cozinha fazer uma torta de chocolate. Mas isso não aconteceu, então eu simplesmente rolei os olhos e subi as escadas. Parei no meio do caminho até meu quarto. Se Tom não havia abrido a porta para meu pai e meu irmão, talvez ele abriria para mim.
Fui até a porta de seu quarto e suspirei. Bati nela duas vezes.
- Tom, sou eu. Abri a porta aqui pra mim, por favor. - Murmurei. Esperei alguns segundos e não obtive resposta. - Por favor... Eu sei que você está mal, mas ignorar todo mundo desse jeito não vai adiantar em nada! Não estou te pedindo para conversar ou para sair daí, só quero que abra a porta. - Respirei fundo e descansei minha cabeça no batente da porta. Passou alguns segundos até eu ouvir um barulho. A porta foi destrancada e eu agradeci pros quatros cantos do mundo por aquilo. Enchi meu pulmão de ar e adentrei no quarto dele.
Estava bem escuro. Havia muitas embalagens de comida jogadas no chão, assim como algumas peças de roupas. Havia uma música bem baixinha e lenta, a qual eu não consegui identificar. Ver aquela cena, de certa forma, me deixava deprimida.
Então finalmente vi Tom. Ele estava sentado no chão abraçando os joelhos e encarando o nada. Estava apoiado na cama. Tinha olheiras profundas e escuras, sem contar seus cabelos desgrenhados e suas roupas velhas. Me abaixei para ficar na mesma altura que ele.
- Acho que já está na hora de você sair desse quarto. - Murmurei com cautela. Passou algum tempo e ele não disse nada, nem sequer olhou para mim. - Tom... Fale comigo. Eu estou tentando te ajudar. - Dei uma pausa. - Você não acha que precisa de ajuda? - Sua sobrancelha arqueou, mas ele continuou encarando algo atrás de mim. Alguns minutos de silêncio se passaram.
- Eu já estou recebendo ajuda. - Sua voz estava rouca e extremamente baixa, tanto é que eu tive certa dificuldade de ouvi-la. Estava bem diferente do que eu estava acostumada. Suspirei.
- De uma psicologa que faz pouco tempo que te conhece. Já eu te conheço desde que você nasceu. Sempre estive do seu lado. Você não acha que é melhor se abrir comigo do que com ela?
- Eu não quero me abrir com ninguém, Miley. - Tom finalmente me encarou. Eu senti certa dor ao olhá-lo nos olhos. Olhos deprimidos, cansados, tristes. Senti uma fincada dentro de mim.
- Tem certeza? - Foi tudo que eu consegui sussurrar. Ele fechou os olhos fortemente e permaneceu assim por um tempo. Depois, abriu-o e me encarou.
- Eu me aproximei muito de Giselle. Mais do que eu imaginava. - Sussurrou. - Eu não sei se vou aguentar.
- Não sabe se vai aguentar? Por favor Tom, não diga isso. - Aumentei meu tom de voz. - É lógico que você vai aguentar. Não está sendo fácil pra ninguém aqui, mas...
- Miley, me deixe sozinho. - Interrompeu-me, e eu senti certa raiva.
- Tom, você só sabe ficar aqui sozinho trancado nesse quarto! Por favor, deixe-me te ajudar!
- Eu preciso desse tempo pra mim! - Sua voz também aumentou. - Por favor, respeite a minha decisão e confie em mim!
- Como eu posso confiar em você se você acabar de me falar que não sabe se vai aguentar? Isso me deixa com medo. - Respirei fundo, rolando os olhos de frustração.
- Pode confiar em mim, eu não vou fazer nada. Só preciso desse tempo sozinho. Está bem? - Sua voz agora estava dócil. Eu entendia que ele precisava disso, eu só tinha medo por não saber quanto tempo isso duraria.
- Está bem. - Dei-me por vencida. - Mas quero que saiba que eu estou aqui pra você. Sempre. Sabe muito bem disso, não é?
- Sei. - Ele assentiu, dando um sorriso quase imperceptível. Aquilo me fez sorrir, e sem pensar direito, eu abracei-o. Sentia falta do meu irmão, de vê-lo toda hora pela casa, nem que fosse jogando videogame. Mas eu entendia sua dor, porque querendo ou não, eu sentia a mesma coisa. Só estava superando melhor do que ele.
Desfiz o abraço e sai de seu quarto depois de falar pra ele ir tomar um banho e arrumar aquele lugar. Tom apenas riu e continuou da mesma forma que estava. Eu sabia que ele não faria isso tão cedo, mas o fato dele ter rido já era o suficiente para mim.
[...]
- My, seus amigos estão aqui. - Ouvi a voz de Carlos do outro lado da porta e me levantei da cama. Abri-a e encarei Ana e Daniel sorridentes na minha frente.
- Boa tarde, preguiçosa. - Danny disse, entrando no meu quarto, assim como a minha amiga.
- Preguiçosa? Não venha com essa, eu estava lavando a louça hoje mais cedo!
- O que? - Ana encarou-me surpresa. - Isso só pode ser um milagre.
- As pessoas mudam. - Eu ri baixo. Nós três sentamos na minha cama, os dois de frente para mim.
- E ai, como está?
- Bem, estou melhor... - Sorri fraco. - A ficha já caiu, eu meio que já estou me adaptando a essa nova vida.
- Isso é bom. Superar é o primeiro passo para uma vida feliz. - Daniel murmurou distraído e eu encarei com a testa franzida.
- Daniel dizendo coisas que fazem sentido? Meu Deus, alguém me belisca que eu não estou acreditando. - Disse e eles riram.
- Até parece! - Meu amigo rolou os olhos. - Não comece com isso My, acabei de chegar! Inclusive, trouxemos pizza. De quatro queijos, a sua preferida. - Piscou pra mim e eu sorri. - O que acha que assistirmos um filme enquanto comemos?
- Sério? Qual filme?
- Um de comédia, por favor! - Ana exclamou, se levantando. - Vou procurar aqui na Netflix. Precisamos rir até a barriga doer.
- Eu concordo plenamente. - Danny disse e abriu a caixa da pizza, pegando um pedaço. Eu fiz o mesmo.
Eles estavam tentando me animar, eu percebia isso. Desde que minha mãe morreu, eles tem se mostrado os melhores amigos da face da Terra. Se antes os dois já eram super presentes na minha vida, agora isso havia quadruplicado. Me ligavam todos os dias e ficávamos batendo papo por horas. Me faziam rir, traziam comidas que eu gostava, me contavam várias novidades. Estavam me distraindo e ocupando o meu tempo apenas com coisas boas. Aquilo era incrível. As vezes eu queria chorar só pelo fato de saber que eu tinha os dois na minha vida. Eram pessoas maravilhosas que estavam me ajudando muito e me fazendo esquecer dos problemas.
Resolvemos assistir Deadpool. Eu já havia assistido aquele filme, mas não reclamei de assistir novamente, era bom. Passamos a tarde toda rindo e comendo pizza. Daniel era o tipo de pessoa que ria até com o barulho que uma abelha fazia quando voava, por isso ele havia dado altas crises de risos que o fez cair na cama e trincar a tela de seu celular. Tivemos que ouvi-lo reclamar por alguns minutos do fato de que agora teria que gastar dinheiro com isso, mas assim que começamos a assistir outro filme, ele se calou.
Depois de cansarmos de ficar ali, descemos até a sala. Meu pai e Carlos estavam na cozinha, fazendo algo para comer. Adoro ver as habilidades culinárias que os dois tem.
- My, seu celular está tocando. - Carlos gritou e só então eu percebi aquilo. Fui até a estante da cozinha e peguei-o.
- Oi, Kendall. - Atendi, sentando em uma poltrona.
- Olá, My. Como está?
- Estou bem e você?
- Ótimo. - respondeu com a voz suave, o que vindo de Kendall, era estranho. Esperei que ele prosseguisse, mas o telefone ficou mudo.
- Que bom... Por que ligou?
- Você acha mesmo que eu ligaria pra falar alguma coisa específica, e não por que simplesmente quero ouvir sua linda voz? - Ele fez voz de ofendido e eu ri.
- Lógico que acho. - Rebati. - Você ligou ou para falar com meu irmão, ou para nos chamar para alguma festa.
- Tá legal... Você venceu. - Suspirou. - Vim chamar vocês para assistir filme na minha casa amanhã. Sei que vocês não tem saído muito... Mas acho que seria legal. É algo bem mais calmo do que as minhas festas, garanto, é só uma reunião com os mais íntimos.
- Bom, Kends... - Encarei meu irmão que estava do meu lado agora.
- O que foi, My? - Ele perguntou, notando minha cara de receio. Eu tirei o celular da orelha para poder falar com ele.
- Kendall está nos chamando para irmos assistir filme na casa dele amanhã. O que acha?
- Fala para ele que vamos pensar sobre isso. - Carlos respondeu e eu concordei. Voltei ao celular.
- Kends, vamos pensar se vamos. Depois te ligo para dar a resposta.
- Tudo bem... Pensem com carinho. E chamem Tom para vim também, acho que será bom para ele.
- Também acho.
- Ótimo. Pode passar para o seu irmão?
- Claro.
- Até mais, My. Beijos.
- Beijos, loira. - Passei o celular para Carlos e ele começaram uma conversa. Meu irmão foi para a cozinha e eu voltei para perto de Ana e Daniel. - O que vamos fazer agora?
- Que tal videogame? - Danny sugeriu. Eu ia abrir a boca para falar mas fui interrompida.
- Ah não, isso não. - Ana cruzou os braços. - Cansei de coisas eletrônicas, até meu celular está me enjoando!
- O que? - Franzi a testa, rindo.
- Sério, Miley. Vamos brincar de algo que a gente fazia quando era criança... Que tal "Eu sou"?
- Quem é você e o que fez com Ana Maslow? - Danny estava tão confuso quanto eu. - Da onde você tirou essa ideia?
- Ué gente, eu não posso mais querer brincar disso?
- Pode sim, vamos jogar isso. - Falei para dar fim aquela discussão. Era estranho Ana falar algo como aquilo do nada, mas até que aquele jogo era legal. Mesmo um pouco confuso, Daniel concordou e nós nos sentamos no chão da sala, em forma de círculo. Cada um escreveu algo em um pedaço de papel e colamos na testa do outro para iniciar o jogo. Começou com Ana, que fez uma pergunta para tentar descobrir quem era ela, mas passou bem longe. Passamos praticamente a tarde toda daquela forma, rindo do quão lerdo Daniel pode ser.
[...]
- Miley, o seu celular está tocando. - Qual o meu problema que eu nunca escuto ele tocar e as pessoas tem sempre que me avisar? Rolei os olhos e me levantei do chão. Ana e Danny estava deitados encarando o teto enquanto eu fui na direção do aparelho que continuava tocando. Quando olhei o nome que estava no visor, senti um certo frio na barriga. Fiquei na dúvida por um longo período de tempo se atendia ou não, mas atendi por impulso assim que Ana gritou comigo irritada com o barulho.
- O que? - Fui curta e grossa. Eu não queria papo com ele, e sim, ainda estava magoada com tudo.
- Boa noite, My. Como está? - A voz de Luke estava mais baixa que o normal.
- Estava ótima até você ter me ligado. - Respondi. Ana e Danny me olharam confusos.
- Por favor, não fale assim. - Suspirou e demorou um pouco para prosseguir. - Mas de qualquer forma fico feliz em saber que você está bem.
- Que bom. Tchau. - Estava preparada para desligar o telefone, mas ele praticamente gritou.
- Não! Por favor, espera! - Eu não devia esperar... - Eu acho que terminamos de uma forma muito estranha, Miley... Você não devia ter feito aquilo.
- O que? E você esperava que eu continuasse da forma que estava? - Esbravejei. Meus amigos levantaram, assustados. - Até você mesmo achava que não estávamos juntos mais.
- Estávamos distantes...
- Por sua culpa. Você resolveu me ignorar completamente sem ao menos me dizer o motivo. Idiota.
- Olha, esquece tudo, está bem? Eu quero voltar.
- Ah, sério? - Eu gargalhei alto. Não estava acreditando no que estava ouvindo. - Você tem que ser muito imbecil para me ligar e pedir isso.
- Eu tô falando sério, My. - Sua voz estava neutra, como se ele não tivesse percebido que eu estava com vontade de matá-lo. - Eu quero voltar com você. Acho que... - E simplesmente desliguei, deixando-o falando sozinho. É muita falta de bom senso para uma pessoa só.
- O que aconteceu, amiga?
- Você acredita que aquele filho da mãe teve coragem de me ligar para pedir para voltar?
- Luke? - Ana perguntou e eu concordei. Ela riu com gosto. - Eu não acredito que ele esperava que você dissesse que sim.
- Pois é. Desliguei na cara dele.
- Eu queria ter visto a cara dele quando viu que você tinha desligado. - Daniel começou uma crise de risos, provavelmente imaginando a cena.
- Cara idiota. - Rolei os olhos, sentando no sofá. - Enfim, vamos esquecer isso.
- Eu já preciso ir embora. - Ana disse. - Já vai dar 10 horas da noite! Acho que extrapolamos um pouco.
- Jamais. Se vocês quiserem, pode dormir aqui.
- Deixa pra outro dia, gatinha. - Daniel respondeu, ajeitando-se. - Amanhã cedo tenho ensaio da minha banda. Nem nas férias não poderei dormir até tarde... Mas é por uma boa causa.
- Você podia nos chamar para ir assistir algum dia. - Falei e minha amiga concordou.
- Sério que vocês querem ver? - Os olhos dele brilharam. - Lógico! Eu só vou falar com o pessoal lá e levo vocês.
- Ótimo. - Sorri.
- Bom, então vamos. - Ana disse. Os dois foram se despedir de Carlos e de meu pai. Despediram de mim com abraços sufocantes e foram embora em seguida. Suspirei. Ainda não havia caído a ficha que Luke tinha me ligado. Muito menos que era para pedir aquilo. Acho que ele não faz nem um pouco de ideia do quanto me machucou com suas atitudes.
Eu estava exausta. Depois de um dia cheio que passei com os meus dois melhores amigos, tudo que eu queria era dormir, mesmo que fosse dez horas ainda. Fui direto para o meu quarto e me deitei. Não passou muito tempo para que eu adormecesse.
[...]
Acordei com alguns barulhos estranhos. Abri meu olho e tudo estava escuro, ainda era de madrugada. Olhei as horas no meu celular, 3:00 da manhã em ponto. Ainda estava morrendo de sono, mas simplesmente não dava para dormir com aquele barulho irritante que vinha da minha varanda.
Levantei-me. Caminhei até a varanda a abri a cortina. Alguém estava tacando pedra na porta de vidro. Aquilo me arrepiou. Era de madrugada e com certeza alguém estava tentando chamar a minha atenção. Lembrei-me na hora das coisas estranhas que estava acontecendo algum tempo atrás. Será que tudo aquilo voltou? Gelei só de pensar nessa possibilidade.
Mas de qualquer forma, eu devia acabar com isso. Peguei a primeira coisa que vi na minha frente caso eu precisasse me defender. No caso, era a guitarra que eu havia comprado a pouco tempo. Qualquer coisa eu tacava na pessoa que ainda estava jogando pedras na minha varanda. Preferia perder o instrumento do que ser atacada. Peguei a chave e destranquei a porta. Contei até três e sai rapidamente para o local, olhando para a baixo, segurando a guitarra fortemente. Quase deixei-a cair no chão quando vi quem era.
- Você vai mesmo me tacar isso? Eu acho que não sobreviveria. - Ele riu de mim e eu fiquei de boca aberta, provavelmente meus olhos estavam arregalados.
- O que... O que está acontecendo, Logan? - Eu praticamente gritei, muito confusa. E ele só olhava pra mim com aquela expressão divertida.
Pelo amor de Deus, ele queria me matar do coração?
- Calma, My. Eu só vim aqui te chamar para um passeio.
- Olha, eu não sei qual é o seu problema mental, mas caso você não tenha percebido, são três da manhã! - Exclamei. Estava tentando não surtar muito porque alguém podia escutar, e acho que seria um pouco difícil de explicar o que Logan estava fazendo aqui, até porque até mesmo eu não sei.
- E qual o problema? Você nunca ouviu falar em como as praias são legais de madrugada?
- Praia, Logan? - Franzi o cenho e ele assentiu, naturalmente.
- Isso. Não tem aquele sol infernal e nem pessoa para todo canto. Teremos sombra, uma lua maravilhosa como vista, o mar e apenas nós dois. O que acha?
- Eu acho que você é maluco. - Conclui e ele riu da minha cara. Eu não estava achando graça. - É de madrugada... Como vou sair? E se alguém ver que estou indo para...
- Para de ficar pensando tanto. Você está comigo. E eu não aceito um não como resposta. - Henderson cruzou os braços, sério. Eu fiquei encarando-o por um tempo, apoiada na grade. Talvez não fosse uma má ideia... Era um pouco loucura sim, mas ele não viria aqui se não tivesse certeza que eu iria. E ele sabe que eu vou, de qualquer forma.
- Eu vou abrir a porta da sala para você. Dá a volta em silêncio...
- Não. Eu vou escalar essas árvores e vou até ai. - Ele me interrompeu, indo em direção a uma árvore que ficava do lado da minha sacada. Eu arregalei os olhos.
- Logan! Você vai cair! É sério, dá a volta que eu abro a porta, por favor... - Não adiantava eu falar nada, ele já estava na metade do caminho. Então eu apenas esperei, rezando para que ele não caísse daquela altura, senão machucaria feio. Mas isso não aconteceu. Ele pulou para dentro da minha varanda e agarrou minha cintura, me abraçando com força. Eu respirei fundo, estava com saudades dele. Funguei seu pescoço para sentir o cheiro do seu perfume amadeirado.
- Vamos, então. Coloca uma roupa qualquer, não está frio.
- Não vamos entrar na água, né? - perguntei enquanto adentrávamos meu quarto. Logan sentou-se na minha cama enquanto eu ia até meu closet. Estava tudo em silêncio, ninguém havia acordado.
- Bom, talvez. Se você quiser vamos. - Deu de ombros. Eu escolhi uma roupa qualquer e vesti-a rapidamente.
- Você é maluco. - Ri, chegando perto dele. O moreno apenas sorriu de lado e se levantou.
- E você gosta. - Ele me beijou, puxando os meus cabelos da nuca. Eu abracei-o com força e comecei a distribuir selinhos rápidos pelo seu rosto. Logan apertou minha bochecha levemente e eu sorri. - Vamos logo antes que seu irmão me mate.
- Vamos. - Ele entrelaçou nossas mãos e nós saímos do quarto fazendo o mínimo de barulho possível. Descemos as escadas e eu destranquei a porta da sala com bastante calma. Saímos de fininho da casa e fomos em direção ao portão principal. O carro de Logan estava na frente. Havia seguranças noturnos ali, mas eles definitivamente não podem fazer nada.
- Não avisem ninguém que eu sai, por favor. Só se meu pai ou meu irmão perguntar. Diga que estou com o Logan. - Informei um dos seguranças. Ele conhecia Logan, estava acostumado com ele por aqui, então não tinha problemas.
- Sim, Miley. - Ele respondeu. Os seguranças tinham total liberdade para me chamar pelo primeiro nome mesmo. Formalidade era algo que eu não gostava muito.Eu e Loggie entramos em seu carro. Ele pediu para eu escolhesse alguma música enquanto ele ligava o carro e nós saíamos dali. Coloquei para tocar a música 18 and Life, do Skid Row.
- Então vamos para uma praia? - Puxei assunto, olhando-o com um sorriso. Ele apenas sorriu de lado.
- Isso.
- Espero que não esteja frio por lá.
- Você nunca foi em uma praia de madrugada? - Henderson me encarou e eu neguei,
- Eu não sou o tipo de pessoa que vai na casa dos outros sem avisar às três da manhã pra ir pra praia. - Brinquei e ele riu.
- Pois devia. Vou fazer isso mais vezes. Mas daí iremos para outros lugares.
- Tenho até curiosidade de saber o que você vai inventar da próxima.
- Aguarde ansiosamente.
Conversamos sobre coisas aleatórias até finalmente chegarmos na praia. Demorou um pouco para isso. Saímos do carro e Logan entrelaçou nossas mãos novamente. Caminhamos pela praia e definitivamente, eu havia gostado. Não havia ninguém. O mar estava calmo e aquele barulho era hipnotizante. Sentamos de frente para aquela vista maravilhosa. Eu me agarrei ao braço do moreno e deitei minha cabeça em seu ombro, enquanto nossas pernas ficaram entrelaçadas. Não estava tão frio assim. Apenas o vento da madrugada.
- Eu realmente quero voltar aqui mais vezes. - Murmurei e ele riu baixo.
- Eu sabia disso. Sempre venho aqui. - Suspirou. - É bom pra pensar.
- Sim. É bem melhor do que de dia. - Ficamos em silêncio novamente. Não era aquele momento constrangedor que você tentava iniciar um assunto, não. Estávamos apenas aproveitando a presença um do outro olhando aquela vista linda. O céu estava estrelado, o que só completava tudo.
Parecia até mesmo aquelas cenas de filme romântico.
Em que momento da minha vida, em sã consciência, eu iria imaginar isso? Logan e Miley abraçados de frente pro mar... Era até mesmo engraçado algo como aquilo. Mas eu estava absurdamente feliz. A minha vida tinha dado uma reviravolta um pouco conturbada pra mim. Em um dia, eu estava infeliz naquela escola chata, Logan mal olhava na minha cara e estava com Victória, eu estava com Luke e com toda a minha família. No outro, não estava mais com Luke, Logan havia terminado com a Vic e minha mãe havia morrido. E, inacreditavelmente, eu e o Henderson estávamos juntos.
Não sei o que somos, e céus, não quero nem pensar. Só quero aproveitar esse momento mágico que estou tendo nessa madrugada.
Encarei Logan e resolvi ficar na frente dele. Ele retribuiu o olhar, meio confuso, mas eu apenas sorri. Coloquei seu rosto entre minhas mãos e o beijei com bastante calma e lentidão. O carinho foi recíproco, pois ele enlaçou minha cintura com seus braços e me puxou para mais perto, fazendo com que eu sentasse em seu colo. Acariciei seus cabelos e senti que o momento ali estava esquentando. Suas mãos agora estavam por dentro do meu cropped, brincando com minha barriga, subindo até meu sutiã. Aquilo me fez rir.
- Do que está rindo? - Logan perguntou-me, descendo seus beijos até meu pescoço. Eu me arrepiei. Fechei os olhos para aproveitar aquilo melhor.
- Era pra ser um momento fofinho...
- E não está sendo fofo? - Ele riu de mim. Claro.
- Não, Logan. Você está bem safado...
- Se quiser eu posso parar. - E dizendo isso, ele simplesmente parou com tudo e cruzou os braços. Eu senti meu corpo se gelar e meus pensamentos pedirem por mais.
- Não! - Implorei, escondendo meu rosto na curvatura do seu pescoço. Comecei a subir sua blusa de frio. - Eu quero que você continue... Por favor.
- Eu vou continuar, Jones. - Logan tirou minha jaqueta e eu tirei sua blusa. Enquanto ele beijava meu pescoço novamente, dando alguns chupões, eu tratei de já retirar meu cropped, juntamente com o sutiã tomara que caia. Loggie nos deitou, ficando por cima de mim. Ouvi quando ele abriu o cinto e desabotoou a calça. Fiz o mesmo com a minha, sentindo suas mãos macias tirando-as, percorrendo com suavidade pelas minhas cochas. Todo aquele movimento me causou tamanho arrepio que eu não me contive e gemi baixo. Fechei os meus olhos em seguida, sentindo que ele agora retirava a minha calcinha. Eu sabia o que ele ia fazer. Agarrei em seus cabelos e apertei os olhos quando senti sua respiração se aproximar da minha intimidade. E não demorou muito para que sentisse sua língua quente também.
Eu gemi, claro. Não tinha como permanecer em silêncio naquelas circunstâncias. Henderson brincava com sua língua pela minha vagina, fazendo movimentos circulares pelo meu clítoris. Ele sabia exatamente os pontos certos para me deixar louca. Comecei a me contorcer, sentindo a areia na minha bochecha. Mas eu não poderia me importar menos com isso.
Não demorou muito tempo para que eu chegasse no clímax. E assim que isso aconteceu, não continuei deitada enquanto me recuperava daquela sensação maravilhosa. Eu me levantei e deitei Logan ali, ficando por cima dele. Tirei suas calças e cueca, completamente impaciente.
- Cadê a camisinha? - Sussurrei em seu ouvido, mordendo o lóbulo em seguida. Comecei a distribuir beijos em seu pescoço, e sorri ao ver que ele havia se arrepiado todo.
- Bolso da minha calça. - Fui depressa pegar o pacote. Logan pegou da minha mão e rasgou o plástico, colocando o preservativo nele com rapidez. Eu observava a cena, com um sorriso sedento. Sedento de tê-lo para mim, como eu teria agora.
- Somos malucos. Vamos transar em uma praia. - Murmurei e ele sorriu de um jeito cafajeste.
- Dane-se. - Logan pegou-me pela cintura e me posicionou em cima dele. Ele não precisava dizer ou fazer mais nada para que eu entendesse o que ele queria.
Aquele momento foi definitivamente maravilhoso, assim como todas as outras vezes. Só consegui parar para pensar direito quando cai ao seu lado na areia, suada e ofegante. Eu sabia que estávamos completamente sozinhos mas ainda sim rezava para que ninguém tivesse escutado os meus gritos. Logan tem esse dom mesmo. O dom de me deixar louca.
Continua.
* A frase no início do capítulo é da música Open Your Eyes, do Snow Patrol. Tradução: "pegue minha mão, entrelace seus dedos entre os meus".
Oooooi gatinhas (e gatinhos). Como estão?
Booom, mais um capítulo para vocês. Demorei um pouco para postar, mas eu estava aproveitando as minhas férias... As aulas já começam semana que vem pra mim :(
Enfim, gostaram? espero muito que sim. Eu particularmente estou adorando essa fase de muito amor do Logan e da Miley. Acho que eles precisam disso mesmo... depois de tudo. Esperamos que isso dure muito ne ♥
Eu estava esperando por mais comentários. Queria MUITO que vocês aparecessem por aqui! Eu ficaria muito contente com isso, vocês não fazem ideia. sem contar que, quando tem muitos comentários, em me animo muito para continuar escrever e o capítulo novo sai rapidinho. Isso poderia acontecer dessa vez, hein HAHAH Por favor, comentem o que estão achando aqui pra mimmmmm, é muito importante!! MUITO MESMO! Falta agora menos de 10 CAPÍTULOS PARA A FIC ACABAR! Podem ter certeza que quero ver vcs mais por aqui.
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Chegar de falar! Já vou indo. Até a próxima!
Xx,
Gih
Capítulo maravilhoso como sempre, estou amando essa fase deles juntos e também espero que dure por bastante tempo ;) Continue logo estou bastante curiosa para o próximo capítulo ❤
ResponderExcluirFinalmente agora eles estão juntos né ♥ Esperamos!
ExcluirContinueeei, espero que goste!
Xx
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBom
ResponderExcluirSó queria dizer q vou poder dormim bem depois desse capítulo kkkk
Saber q Logan e My estão bem é mt bom
Mas ainda estou preocupada com aquelas ameaças q a My recebeu um tempo atrás
Vai aparecer novamente? Quem era q fazia isso?
E o q deu no Luke pra uma hora n olhar na cara da My e na outra querer voltar o relacionamento?
Continuaaaaa
Bjs
Linda
hahahaha que ótimo!
ExcluirÉ muito bom mesmo, finalmente.
Bom, não sei... Vamos ver mais pra frente.
Não posso dizer naaada hahaha :X
Já continuei, espero que goste ♥
Xx
AAAAAA SEUS SAFADOS,depois da pizzaria teve sexo na praia isso não ia dar certo comigo a areia ia entrar em certos lugares e Deus me livre!!!!(kkkkkkkkkkkkk sou retardada não liga)
ResponderExcluirEu to sentindo muita pena do Tom e difícil mais ficar num quarto do jeito que ele esta é horrível.
Só queria estar na rodinha ana,miley e danny brincando e rindo,amei a miley desligando na cara do luke,mo otário ele mais ainda acho que ele ta envolvido com as ameaças que a miley recebia e erick não pode ter ficado bonzinho não é possível, a não ser que john não esteja realmente morto né... Só uma teoria vamos ver
Miga a fic ta MARAVILHOSA sempre to aqui atualizando pra ver se tem ep novo,e,mais uma vez digo Logan é o crush eterno e rezo pra eu ter um
CONTINUAAAA que tá ótima e não se esqueça de fazer a próxima que eu vou estar aqui pra ler afinal já ta nos fav!!!
BEIJOOOCAS MIGA❤❤❤
hahahhahaha só li verdades! Cada lugar inusitado :X
ExcluirTom precisa se recuperar logo, né... :(
My, Anae Danny melhores pessoas quando estão juntas ♥ Já estava mais do que na hora! Vamos ver mais pra frente...
Obrigaaaada linda! Crush eterno MESMO, quero um na minha vida xD
hahahaha fico mto feliz com isso ♥ Já continuei, espero que goste!!
Xx