Fanfic Surprise. Quinquagésimo Terceiro Capítulo: A Verdade.



Tantas decepções eu já vivi, aquela foi de longe a mais cruel


Eu me sentia... perdida. Será que isso está mesmo acontecendo ou eu estava tão confusa que comecei a criar alucinações na minha cabeça?

A primeira opção era a mais certa. E a mais dolorosa.

Erick Turner realmente estava na nossa frente, olhando para cada um ali com aquele sorriso sádico que eu sempre tive tanto medo. Comecei a sentir um frio na barriga estranho. Ainda estava surpresa, e não era a única.
- O que... Que porra é essa? - Logan foi o primeiro a se manifestar, tão confuso como nós. Eu olhei para Ana. Seus olhos estavam tão arregalados que eu fiquei mais assustada ainda. Fui até seu lado e abracei-a de lado. Ninguém ali sabia o que estava acontecendo, o que só piorava a situação.
- Eu entendo completamente a confusão de vocês. - Erick riu, se aproximando lentamente. - Eu sei, ninguém esperava pela minha presença. Mas... Estou aqui. Surpresa!
- O que você quer? - James perguntou firmemente.
- Oh, James! - O loiro exclamou. Seu jeito meio irônico era o que mais me causava medo. - Quanto tempo eu não te vejo... Acho que posso responder sua pergunta. Mas não aqui. Vamos entrando na casa...
- Ninguém entra nessa casa. - Logan virou-se para nós, sério. Engoli em seco. Todos nós sabíamos que precisávamos seguir os comandos de Logan naquele momento. Ele já foi amigo de Erick, conhecia-o, sabia o que ele podia fazer. Por isso, ninguém moveu um dedo.
- Ah, Logan... Sempre atrapalhando os meus planos. Sinto muito mas, isso não vai acontecer novamente. - E dizendo isso, ele tirou uma arma do bolso da calça. Ana apertou o meu braço com força. - Entrem na casa, galera. Eu acho que todo mundo aqui sabe que eu não tenho receio de usar essa arma a qualquer momento. - E sorriu, esperando a nossa atitude. Eu estava perdida. Aquilo com toda a certeza do mundo ia dar merda, e Deus, por favor, não agora. Não depois de tudo que aconteceu, não depois deu ter superado muitos dos meus problemas. Ali estava acabando de aparecer mais um. Um grande problema.
Eu olhei para Loggie, procurando por respostas. Ele retribuiu o olhar, visivelmente contrariado, e assentiu. Tínhamos mesmo que entrar na casa ou seria pior. Todos começaram a entrar na casa de Ana e James, extremamente assustados com tudo que estava ocorrendo. Assim que sentamos na sala, eu pude perceber como cada um ali estava. Tremiam, suspiravam, tinha olhos perdidos e expressões de temor. Não podia ser diferente.
Erick começou a fechar todas as portas e janelas da casa. Aquilo começou a me lembrar a vez que ele prendeu eu e Ana em sua casa, antes de muita coisa acontecer. Foi um desespero, algo que eu não queria lembrar mais, mas estava sendo quase impossível não recordar diante dessa situação. Ana começou a chorar baixinho, Loggie sentou-se ao meu lado no sofá e segurou minha mão com força. Pude escutar Carlos sussurrar para si mesmo que estava feliz por não ter trazido Kelly para cá.
- Eu queria muito poder tirar uma foto de vocês agora. - O idiota disse, assim que terminou de trancar a casa inteira e desligar os telefones, além de pegar o celular de todo mundo. - Não fazem ideia de como a cara de vocês estão divertidas!
- O que você quer, Erick? - Kendall perguntou com a voz meio trêmula. - Não respondeu ainda.
- Não seja impaciente, Schmidt. É uma longa história. - E dizendo isso, Erick pegou uma cadeira e se sentou na frente de todo mundo. Agora estava com duas armas, uma em cada mão. Nós nos encolhemos, sentando todos perto para agirmos juntos. Sempre foi assim. - Bom, vamos começar. Primeiramente: eu não matei John.
- Ah, claro. - Loggie gargalhou alto. - Aquela velha história de sempre. Eu não matei John, me acusaram injustamente e blablablá... Você não cansa, Turner? Tinha que ser. Não estou acreditando que você está fazendo esse teatro todo para tentar nos convencer dessa idiotice. - Eu apertei a mão do moreno, apavorada. Ele não podia enfrentar Erick. Ele estava armado!
- Cala a boca, Logan. - Turner ficou subitamente sério e eu senti mais medo ainda. Abracei Logan de lado, tremendo. - Sabe de uma coisa? Você foi o que mais me decepcionou. Éramos amigos e você traiu totalmente a nossa amizade.
- Éramos amigos até você mexer com as pessoas que eu amo. - Rebateu, deixando todos calados por um bom tempo. Em seguida, Erick suspirou, parecendo tentar se concentrar no que tinha para dizer.
- Isso não vem ao caso agora. O que eu estava falando era: eu não matei aquele desgraçado. Mas o problema é que ninguém, ninguém mesmo, acreditou em mim. E olha, eu tentei. Tentei inúmeras vezes convencê-los de que eu estava falando a verdade, mas claro, sempre foi muito mais fácil colocar a culpa em mim. Ah, o Erick já mexe com coisas erradas, por que não mataria um cara, não é mesmo? - Ele gargalhou, mas para mim, seus olhos demonstravam tristeza. - Sabe de uma coisa, meus amigos? Eu nunca matei ninguém. Sou mesmo um traficante, não é novidade. Mas o que eu faço é vender drogas. Vendo drogas e uso drogas. Eu não meto bala na cabeça das pessoas, esse não é o meu serviço. Já trabalhei sim para muitos assassinos, já vi pessoas sendo mortas na minha frente, mas nunca partiu de mim. - Deu uma pausa, se levantando. Todos olhavam para ele, menos James. Este mantinha a cabeça abaixada. - Mas todos continuaram achando que eu realmente matei o ex namorado da Ana, o cara que me devia grana. No começo, eu não queria ligar muito para isso, mas não consegui. Estava sendo acusado injustamente e isso não é nem um pouco legal... Então, eu planejei uma vingança. É um pouco clichê, né? Parece que estamos fazendo parte daqueles filmes americanos. - Riu novamente, balançando a cabeça. - Acreditem, a vingança é a melhor parte de todas. Pensei muito bem e cheguei nas minhas conclusões. Fiz um plano. Comecei tudo pela Miley. - Ele apontou o dedo para mim e todos me olharam. Erick se aproximou e me disse, com um sorriso: - Me diz, Jones. A frase "A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos" lhe parece familiar? - Oh não. Não, não, não, não... Aquela maldita frase. De repente tudo começou a fazer sentido, tudo começou a se juntar... Era ele! Era Erick que estava me perseguindo com aquela frase. Foi ele que fez eu pirar a cabeça tentando descobrir onde aquilo havia surgido, foi ele que tirou minhas noites de sono de tanta preocupação, foi ele que me fez chorar, foi ele que começou aquele maldito enigma... Por que? Mas por que? Comecei a sentir as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e em seguida, Henderson se levantou bruscamente.
- Seu filho da puta! Foi você! Foi você esse tempo todo! - Ele avançou para cima de Erick mas parou imediatamente quando o loiro apontou a arma para ele. Eu dei um grito de agonia e segurei o braço de Loggie, sussurrando para ele se acalmar e voltar a sentar novamente. Mas ele estava parado no mesmo lugar, encarando friamente o homem a sua frente.
- Acho melhor você não fazer nada, Henderson.
- Não faça nada, Logan. - Concordei com Erick, engolindo em seco. - Por favor. Amor. - Falei segurando seu rosto e ele finalmente me olhou. - Sente-se. - E assim ele fez, mas ainda estava nervoso. Eu respirei fundo e voltei a encarar o loiro.
- Por que eu, Erick?
- Oras, quem mais poderia ser? A melhor amiga de Ana, namoradinha do Henderson, irmã do Carlos. O centro desse grupo, todos te amam por aqui. Você era perfeita para isso.
- Você é muito nojento, cara. - Carlos sussurrou e eu agradeci mentalmente por só eu ter escutado aquilo.
- O que significa isso, Erick? O que significa essa maldita frase? - Perguntei e ele suspirou, sentando-se novamente.
- Simples. A injustiça que fizeram comigo é algo que todos vocês vão pagar. - Fez uma pausa. - Eu quase fui preso por algo que não fiz. Tem noção do que é isso? Ridículo. - Rolou os olhos. - Sem contar que ainda está na minha ficha que eu cometi um assassinato. - Disse entredentes, se segurando para não matar todo mundo ali. Era nítido. Então, Erick encarou Logan. - Até mesmo Logan... Um dos meus melhores amigos... Estava me acusando. Quanta covardia.
- Eu não entendo você, Erick. - Pela primeira vez, Ana pronunciou algo. Sua voz era meio trêmula devido ao choro mas ela parecia determinada a falar. Olhou-o com desprezo. - Se diz tanto que não foi você quem matou John, nos conte então quem realmente foi.
- É por isso que estamos aqui reunidos, linda. - Turner sorriu, se levantando. Ele rodeou a sala, fazendo bastante suspense. Eu sentia um frio na barriga de tanta curiosidade em saber o que ele tinha para falar. Finalmente íamos saber a sua história, mesmo que talvez pudesse não ser verdadeira. Pela primeira vez tínhamos a oportunidade de escutar o seu lado da história. - James. - Disse do nada, parando na frente de todos e encarando o irmão de Ana. Franzi o cenho. Jay fechou os olhos com força. - James Maslow. Foi ele que matou John. - Em seguida, um longo silêncio se instalou naquela sala. Ninguém conseguia dizer absolutamente nada, até Kendall começar a rir com vontade.
- James? Você só pode estar brincando! - Schmidt gargalhou. Jay permanecia inexpressivo. - Ele não mata nem uma mosca!
- É aí que você se engana.
- Para de acusar o meu irmão! - Ana gritou, voltando a chorar. - Você é tão baixo, tão sem caráter que tem coragem de acusá-lo só porque ele viu John sendo morto! Eu tenho nojo de você Erick, NOJO!
- Eu acho que essa sua história não vai colar, cara. - Loggie acrescentou. - Invente outra melhor.
- É um absurdo o que está dizendo - Comecei. Respirei fundo para continuar falar, mas fui interrompida.
- Ele está certo. - James pronunciou, abrindo os olhos e nos encarando, sério. - Fui eu quem o matei.

JAMES POV ON


É impressionante como cada pequena atitude que tomamos pode mudar todo o nosso destino. E não apenas o nosso, como também de pessoas ligadas a nossa vida.

Eu me lembrava daquele dia como se fosse ontem…

A decisão de matar John era algo que eu havia demorado para decidir, mas era totalmente necessário. Sempre fui um cara que preza muito pela família, principalmente pela minha única irmã, Ana. Eu sempre tive uma necessidade absurda de protegê-la e ser uma espécie de anjo da guarda que estaria com ela em todos os momentos que ela precisasse de mim.
Meus pais viajavam muito e era eu quem ficava cuidando dela. Virávamos as noites conversando sobre a vida. Ana me contava tudo, desde uma matéria nova que havia aprendido na escola, até suas relações amorosas com alguns garotos. Mas as coisas começaram a ficar diferentes depois de um certo tempo.
Ela havia começado a namorar com John. No princípio, era uma maravilha. Eu nunca havia visto a minha irmã tão feliz como naquela época. Segundo o que ela me contava, o cara era amoroso e extremamente atencioso. Perdi a conta de quantas vezes ela chegou em casa com um buquê de flores ou caixas de bombons. Eu estava extremamente feliz por ela. Minha felicidade se baseava, e sempre se baseou na dela. Aquele namoro era algo que sempre sonhei para Ana, até que tudo mudou drasticamente.
Tudo virou de cabeça para baixo depois de mais ou menos oito meses de namoro dos dois. Ana começou a ficar diferente. Muito diferente. Não tinha muito apetite, só vivia trancada em seu quarto, não sorria e nem achava graça de nada. Havia perdido a sua essência, havia se tornando uma garota que eu não conhecia. Aquilo me machucava. Corroía o meu coração vê-la daquela forma e não saber o motivo. Eu perguntava-a o que estava acontecendo, tentava de todas as formas ter um diálogo e fazer ela se abrir comigo, mas nunca dava certo. Ana mudava de assunto, ou simplesmente permanecia em silêncio.
Foi uma das piores sensações que eu já senti. Ver a minha irmã entrar em uma espécie de estado de depressão não era nem um pouco animador. Eu estava sofrendo por ela, sofrendo por não poder ajudá-la.
As coisas andavam assim, até que um dia Miley apareceu na minha casa. Pedi-a que conversasse com Ana e perguntasse o que estava acontecendo. Eu sabia, de alguma forma, que ela se abriria com Miley. As duas eram amigas a tanto tempo, não tinha como isso não acontecer. My se trancou no quarto com ela. Eu juro, juro por Deus que tentei ficar quieto na sala esperando, mas era simplesmente impossível. E se Ana pedisse segredo e My resolvesse não me contar? E se o problema fosse comigo e eu não sabia? Oh, não. Eu não podia ficar parado diante daquela situação.
Comecei a escutar toda a conversa atrás da porta, e cada palavra que Ana dizia, me deixava mais devastado, assustado, surpreso e apavorado.
A situação era algo que eu nunca imaginei. John havia virado traficante e começado a usar drogas pesadas. Estava viciado. Aos efeitos dessas merdas todas, ele começou a maltratar minha irmã e achar que podia fazer dela o que bem entendesse. Havia mudado. Não havia mais amor. Além de xingar ela de todos os nomes possíveis, batia nela e achava que era seu dono.
Não consigo descrever o tamanho da raiva que eu senti naquele momento. Era algo inexplicável. Ana comentou também que estava com alguns hematomas, e eu só conseguia imaginar a cena dela sendo maltratada por aquele filho da puta. Não havia perdão para tamanha crueldade que ele estava cometendo. As coisas não podiam e nem iam ficar assim.
Eu comecei a pensar no que poderia fazer. Era claro que eu tinha que tomar alguma atitude. Não queria entregá-lo para a polícia, porque isso é a mesma coisa de nada. Ele permaneceria apenas alguns meses na cadeia que não valeriam de nada, ou até mesmo pagaria fiança e tudo continuaria do mesmo jeito. Era preciso de algo maior. Eu precisava matá-lo.
Não sei exatamente como isso surgiu na minha cabeça. Eu só pensei nisso e comecei a querer botar em prática. Era a maior certeza que eu tive na minha vida. Eu mesmo iria matá-lo, o sofrimento de Ana ia acabar e o desgraçado ia pagar por tudo que ele fez lá no inferno.
Pensei muito antes de fazer isso. Era necessário sigilo. Então, tudo foi planejado para a noite que ia ter uma festa na casa de Logan. Era perfeito. Todos estariam lá, nem notariam minha ausência. Eu havia conseguido a cópia da chave da casa de John com alguns contatos que eu tinha. Era só entrar lá, dar um belo tiro em sua cabeça e sair como se nada tivesse acontecido. Ninguém ia sentir sua falta mesmo.
Tudo estava dando certo. A festa já havia terminado. Estava apenas eu, Ana, Miley e Logan na casa dele. Conversavam, meio bêbados, sobre coisas aleatórias que eu não estava prestando atenção. Estava quase clareando, eu precisava ir.
- Jay. - Ana chamou-me. Eu encarei-a. - Vamos dormir aqui? Eu estou cansada.
- Mas não trouxemos roupas. - Murmurei, tentando esconder o meu sorriso. Ótimo, Ana. Essa era a minha deixa perfeita.
- Ah, por favor…
- Tudo bem. Vou lá em casa pegar as nossas coisas e volto.
- Ótimo. - Ela sorriu fraco. Continuava daquele jeito. Mas tudo bem, minha irmã. Seu sofrimento acaba hoje.
Sai da casa com essa desculpa. Entrei no meu carro, nervoso e chequei se estava tudo bem com a arma. Estava tudo perfeito. Liguei o carro e fui em direção a casa de John. Cheguei lá, estava tudo escuro. Abri a porta com cautela, mas me surpreendi completamente. Não havia ninguém lá. Revirei aquele lugar todo e nenhum sinal daquele vagabundo. Oh, meu plano tinha uma falha… Eu tinha calculado algo errado… Oh, não. Onde ele podia estar?
Foi então que eu percebi. Ele só podia ter ido atrás de Ana. Era isso. Corri até meu carro e fui mais rápido ainda até a casa de Logan. Como eu havia imaginado, o desgraçado estava lá, do lado de fora, mas infelizmente não estava sozinho. Parei o carro com certa distância, me escondendo nos arbustos que tinha ali perto. Ana, Miley, Logan, John e mais uns três caras estavam parados em frente a casa do Henderson, discutindo. Eu pude ver quando Logan levou as duas meninas para dentro da casa. Ana tinha medo estampado em seu rosto, pânico moldando os seus olhos. Aquilo só me fez ter mais vontade de continuar com o que estava fazendo. Mas ainda não podia sair. Um cara ainda discutia com John. Eles falavam sobre algo de que ele estava devendo para o outro. Nada que me deixasse surpreso. Esperei pacientemente quando o homem foi embora junto com os outros dois, deixando apenas o meu alvo ali. Era a hora deu agir. Não tinha mais como recuar. Sai do lugar onde estava e parei na frente do homem. Ele me encarou, confuso.
- Oh, você não me é estranho. - Ele sorriu intimidador para mim. Permaneci sério.
- Sabe quem eu sou, John?
- Eu acho que não. Mas pelo visto você me conhece. - Ele riu e eu assenti.
- É, infelizmente eu te conheço.
- Quem é você, cara?
- James. - Dei um passo a frente. - Sou irmão da Ana. Ana Maslow.
- Oh. - Ele me encarou profundamente e riu, maléfico. Estava meio drogado. - Meu cunhado…
- Vai se foder. Não me chame de cunhado.
- É isso que você é meu, James. - John frisou bem o meu nome. - Não tem como evitar!
- Não vou continuar sendo por muito tempo.
- E por que não? Acha que ela vai se separar de mim, rapaz? - Gargalhou. - Ela me ama. Eu tenho a vadia bem aqui. - Levantou a mão. - Bem na palma da minha mão. - Na hora que ele piscou para mim, irônico, o meu sangue ferveu. E eu tive certeza que aquela era a decisão certa a se fazer.
- Vai pro inferno. - E dizendo isso, eu atirei. Foi bem no seu coração, como eu havia planejado. John encarou-me assustado antes de cair no chão agoniando de dor. Eu respirei profundamente, guardando minha arma na lateral da calça. Mas só então percebi que aquele cara que John discutia minutos atrás, estava parado ali, observando toda a cena. Eu não conseguia enxergar seu rosto muito bem devido a falta de iluminação mas pude perceber que ele me encarava sem nenhuma expressão aparente.
- John! - Ouvi Ana gritar, indo até o homem no chão, que agora estava sem vida. Logan e Miley saíram da casa também, provavelmente porque ouviram o barulho do tiro. Nesse exato momento, aquele cara que me olhava começou a correr.
- Erick está fugindo! - Miley gritou e Logan apareceu ao meu lado.
- Cara! Você… Você viu?
- Vi o que? - Murmurei, ainda meio em choque. Era… Era estranho para mim aquela sensação. Mas agora eu estava aliviado.
- Erick está fugindo! Ele atirou em John na frente da minha casa, que porra! Você viu ele atirando?
- Eu não vi. - Menti secamente. - Cheguei agora.
E depois disso, aconteceu todas as coisas clichês que vemos em filme. Erick foi sendo o culpado pelo assassinato, e sinceramente, para mim não podia ser mais perfeito. Ele nunca foi um cara inocente. E eu me sentia aliviado. A dor e sofrimento de Ana havia acabado por ali, assim como a minha. A consciência pesada e a culpa era algo que eu podia lidar. E não se comparava com o tamanho do amor que eu sentia pela minha irmã.

JAMES POV OFF.

Assim que James terminou de contar toda a história, eu fiquei encarando o teto da sala, sem conseguir fazer qualquer outra coisa. Nunca fiquei tão sem palavras em toda a minha vida. A ficha certamente não havia caído e eu acho que nunca cairia... Era insano! James sempre foi um dos caras mais incríveis que eu já conheci. No começo, ele foi o primeiro amigo do meu irmão que fez amizade comigo sem ficar me sacaneando. Ele me ajudava, me dava conselhos... Caralho, é o irmão mais velho da minha melhor amiga! Ele não fazia mal a ninguém, sempre foi um doce...
Imediatamente olhei para Ana. Se eu estava mal, ela estava trezentas vezes pior. Eu podia ver nitidamente que estava tremendo, mantinha seus olhos arregalados perdidos em um canto da sala, como se estivesse tentando absorver todas aquelas informações. Era demais para ela, eu sabia. Nunca foi essa a visão que ninguém teve de James. Nunca.
- Caralho. - Carlos murmurou, tão perdido como cada um ali. Erick nos observava sério, esperando com paciência que alguém se manifestasse. James chorava em um canto da sala. Aquela cena cortava o meu coração. Sim, ele era um assassino mas não matou por matar, ele matou por amor a Ana... Eu não sabia se aquilo justificava, provavelmente não, mas a minha cabeça estava confusa demais naquele momento...
- Por que... - Erick foi interrompido por batidas desesperadas na porta principal. Só então eu percebi uma coisa.
- E os seguranças? Cadê eles? Deve ser eles! - Eu sorri, animada com essa possibilidade. Provavelmente perceberam que a casa toda fechada estava estranha e trataram de vim ver o que estava acontecendo.
- Eu já dei um jeito neles, Miley. Sinto muito. - Erick cortou a minha felicidade momentânea e eu rolei os olhos, começando a sentir todo aquele desespero novamente. Mas os barulhos na porta continaram. - Ninguém fala uma palavra. - Erick sussurrou, apontando a arma para nós e obedecemos. A pessoa continuou até que se cansou e começou a gritar. Meu coração acelerou descompassadamente quando eu reconheci aquela voz.
- Abra essa porta, Erick! Eu não vou desistir enquanto você não abrir essa merda! - Era Luke. Meu ex namorado estava ali, chutando a porta e gritando feito louco para que Erick abrisse a porta. Eu não sabia o que pensar sobre aquilo. Olhei para Logan que tinha a expressão de surpresa assim como eu.
- O que você está fazendo aqui, caralho? - Turner se exaltou, bagunçando os cabelos.
- Abre a merda da porta ou eu acordo aqueles seguranças amarrados na casinha dos fundos!
- Eles estão dopados, Luke. Nunca vão acordar agora.
- ABRE! - Ele deu um murro que me fez encolher nos braços de Logan. Erick respirou profundamente e foi abrir a porta. Engoli em seco quando vi Lukey correndo até nós, nos olhando com dor. Ele me fitou, então, e eu pude jurar que seus olhos ficaram marejados. Eu não expressei nenhuma reação.
- Se você se aproximar deles para tentar dar uma de super herói, eu te mato. - O outro disse, apontando a arma para Hemmings ameaçadamente.
- Você não seria capaz de fazer isso. Eu sou seu irmão. - Luke disse. Espera... O que? Que merda é essa? Será que hoje é o dia oficial de fazer todas as revelações?
- Que merda é essa? - Eu praticamente gritei, olhando horrorizada para Lukey, esperando que ele explicasse aquilo direito. Era algum tipo de brincadeira idiota da parte deles?
- Então Erick não chegou na parte que eu entro na história? - Ele disse, suspirando. Parecia triste. - Deixa que eu conto então. - Eu, Carlos, Kendall, Logan e Ana encarávamos ele como se nossa vida dependesse disso, esperando por respostas. Minha melhor amiga ainda chorava, provavelmente não conseguindo acreditar ainda em tanta coisa que foi descoberta naquela noite. Já James ainda estava perdido em seu canto, provavelmente não prestando atenção em mais nada depois de ter revelado tudo. - Eu sou irmão do Erick. Infelizmente. - Fechou os olhos e eu coloquei a mão na boca. - E... Eu não me orgulho nem um pouco dessa história, de verdade. Mas eu preciso conta-la, é o mínimo que eu posso fazer.
- Fala logo, Hemmings. - Turner sentou-se na cadeira. Luke suspirou e tremendo, começou a contar.
- Eu realmente me aproximei da Miley por causa de um plano do meu irmão. Ele... Pediu que eu me aproximasse dela para começar a espionar a vida de vocês... Não exatamente espionar mas, ter alguém que está trabalhando para ele ganhando a confiança de vocês.
- Eu sabia. - Logan sussurrou, fechando as mãos em punho. Eu precisava segura-lo para ele não cometer uma besteira.
- No começo, isso realmente aconteceu. Me aproximei dela com todo esse plano em mente. Precisava ganhar a confiança dela, me fazer de bom moço e tudo mais... Pedi-a em namoro para isso. - Ele contava tudo olhando para mim. Aquilo doeu. Doeu muito. Todo aquele papo de estar apaixonado e que eu era uma garota maravilhosa, não passava de fingimento. Comecei a sentir lágrimas novamente ardendo na minha bochecha.
- E no começo realmente foi assim, mas... - Deu uma pausa, me fitando intensamente. - Depois eu comecei a conhecer a verdadeira Miley Jones. Ela me contou sobre a sua vida, me fez rir de verdade, me mostrou coisas maravilhosas... Eu... Eu comecei a me sentir péssimo por estar enganando-a. - Se aproximou de mim. Uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto. - E Miley... - Agora ele dizia diretamente para mim, o que só fez o meu choro se intensificar. - Você começou a me deixar arrependido dos meus planos sem nem saber deles. Eu tive um relacionamento de verdade com você, nem um pouco abusivo como foram todos os outros que eu já tive. E então quando fui perceber, eu estava gostando de você de verdade. E não era pouco não My, era amor. Eu estava te amando, porque você me proporcionou momentos que eu nunca imaginei que viveria. - Fez uma pausa para enxugar suas lágrimas. Eu fiz o mesmo, sentindo minha cabeça começar a doer. - E então, eu não queria mais te enganar, fingir sentimentos sendo que eu realmente estava sentindo eles. Mas eu não podia. Eu me sentia um lixo porque eu só me aproximei de você para espionar a sua vida... Eu não queria que as coisas continuassem assim, My. Não era justo comigo, muito menos com você. Então, eu comecei a ser seco, comecei a me distanciar. Eu não ia continuar mais com o plano idiota de Erick, eu não podia. Doía demais em mim, de uma maneira que você não faz ideia, mas eu precisava acabar com tudo aquilo. Eu nunca mereci toda a felicidade que você me proporcionou. E isso é o que mais doí em mim. Porque, agora sem fingimentos, eu definitivamente te amo.
- Seria muito romântico, se não fosse trágico. - Erick disse ironicamente e depois riu, mas eu não prestei muita atenção nisso. Estava assustada, minha cabeça estava sobrecarregada demais. Como se já não bastasse descobrir que um dos meus melhores amigos matou o ex namorado da minha melhor amiga, agora eu descobri que o meu ex fingiu que gostava de mim só para se aproximar para depois acabar comigo. O que mais tenho que descobrir por aqui? Comecei a sentir como se a minha vida toda fosse uma mentira. Como se as pessoas tivessem sempre escondendo a verdade de mim. Eu nunca me senti tão cansada emocionalmente como naquele momento.
Olhei ao redor e todos me encaravam, chorando. Logan me abraçou e começou a perguntar se eu estava bem, mas eu não conseguia pronunciar nenhuma palavra. Desculpe mas, aquilo era demais para mim. Por estar extremamente impressionada, eu acabei sentindo minha visão ficar turva e meu corpo mole. Desmaiei ali mesmo, nos braços de Logan, sentindo a escuridão tomar conta da minha consciência.


Continua.

* A frase no início do capítulo é da música "Me Adora", da Pitty.



Ooooi gente? Tudo bom?

Cara. CARA. Eu não sei nem o que falar desse capítulo. É o cap mais importante e esperado da fanfic inteira, porque aqui finalmente tivemos todas as revelações. Todo o mistério que rodava a fic foi revelado agora. 
Alguém esperava essa história do James? Alguém já imaginava que tudo isso aconteceu? Eu espero muito, mas MUITO MESMO, que eu tenha surpreendido pelo menos um pouco vocês. Espero mesmo que vocês tenham gostado da história, espero não ter decepcionado ninguém. Eu não sei bem se isso ficou legal mas, foi o que eu pensei desde o começo da fic.
Agora só falta mais três capítulos para a fic acabar. Vamos ver  que acontecerá daqui pra frente. Por favor gente, comentem aqui pra mim o que acharam! SÉRIO, acho que nunca foi tão importante eu saber a opinião de vocês. Vou começar a escrever o próximo cap ganhando força de vontade vinda de vocês. Vamos deixar de ser leitores fantasmas pelo menos hoje HAHAHA
Provavelmente essa é a última att do anoooo! Não acredito, gente! Mais um ano se passou. Quero desejar já feliz natal pra todo mundo e um próspero ano novo também, que 2017 seja 1452655622 vezes melhor que esse ano!!! Vou fazer textinho bonitinho nas datas específicas lá no grupo, então, entrem lá quem ainda não faz parte!

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Comentários

  1. Estou completamente CHOCADA você me surpreendeu e muito,juro que eu não esperava por isso,quantas revelações estou principalmente chocada com a revelação do james nunca esperava que ele fosse capaz de matar uma pessoa,nunca imaginei nem passou pela minha cabeça que fosse ele o assassino do jonh.E o que dizer dessa outra revelação que me deixou tão abismada quanto a outra o Luke irmão do Erick,bem que eu desconfiava sempre achei desde o inicio que ele tinha alguma coisa relacionada ao Erick mas nunca pensei que fosse isso.Super gostei amei esse capitulo bem acho que esse meu comentário diz muito do que eu achei né kk

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    1. hahaha é bom saber que ficou em choque!
      Acho que não passou pela cabeça de ninguém...
      E no final, Erick e Luke tinham uma ligação bem mais forte e ninguém sabia!
      haha muito obrigada ♥
      Continuei, espero que goste.

      Xx

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  2. Bom se eu pudesse mandar um áudio, eu simplismente ficaria em silêncio, pois estou sem saber o q falar.
    Mas vou tentar...
    Eu sempre descomfiei do Luck, inclusive nos outros capítulos eu falei isso (só n sabia q ele era irmão do Erick), eles dois merecem levar uma surra pelas idiotisse q fizeram, quero bater mt nos dois kkkk
    Agr o James, minha boca ficou um completo "o" quando ele revelou q tinha matado o ex da irmã. Eu nem sei como reagiria se fosse Anna, pois o meu irmão teria matado alguém, mesmo q fosse um idiota q só me fez mal.
    Mas espero mt q td se resolva e q todos desculpem o Jay e q ele n seja preso todinho, ou q n passe mt tempo na cadeia.
    Enfim, adorei o capítulo como sempre e pena q está acabando vou sentir mt falta.
    Feliz Natal pra vc e um ótimo Ano Novo
    Bjs

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    Respostas
    1. hahahaha eu entendo.
      Todos desconfiam do Luke, e na real ele tinha mesmo bastante culpa na história toda!
      Foi realmente um choque.
      Sim, vamos ver o que vai ocorrer...
      Também vou sentir falta :(
      Já continuei, espero que goste ♥

      Xx

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