Fanfic Surprise. Quinquagésimo Quarto Capítulo: Planos.

Almost laughed myself to tears 

conjuring her deepest fears

A primeira coisa que vi ao abrir os olhos foi o teto branco iluminado por uma fraca luz branca. Demorei um pouco para assimilar as coisas, minha cabeça doía. Assim que peguei impulso com os braços para sentar no que parecia uma cama, percebi aonde estava e com quem estava. No quarto de Ana, deitada na cama dela. Carlos e Kendall estavam sentados na ponta, pensativos e em silêncio. James mantinha a cabeça escondida entre os joelhos, sentado no chão em um canto e Logan andava de um lado para o outro, aflito. Só então eu me lembrei de toda situação que estávamos passando. Senti uma pontada forte na minha barriga. Preferia continuar desmaiada.
- O que... Aconteceu? - Murmurei, atraindo a atenção dos três. Carlos foi correndo até o meu lado, me abraçando com força.
- Eu fiquei preocupado, My. Como está se sentindo?
- A minha cabeça dói, mas não é nada demais. Quero saber o que houve.
- Erick nos trancou nessa casa. - Logan respondeu, se aproximando. Realmente, estava nervoso. Passava a mão pelo rosto toda hora. - Trouxe mais alguns caras para ajuda-lo. Eu não sei o que esse merda pretende fazer...
- O que... Cadê Ana? James... Como ele está? - Franzi o cenho ao perceber que ela não estava com nós e que James mal se movia. Me deixava angustiada só em imaginar o porquê. - Por quanto tempo eu dormi?
- Três horas. - Kendall respondeu.
- Ana se trancou no banheiro já faz quase uma hora, não quer falar com ninguém. - Loggie suspirou. - E James não falou com ninguém depois daquilo. Está completamente sem reação.
- Oh não. - Senti meus olhos marejarem ao receber todas essas notícias. Era coisa ruim atrás de coisa ruim... Nunca vou saber lidar com isso. - Que merda, o que Erick tá fazendo com a gente? Por que esse cara simplesmente não nos deixa em paz? - Desesperei, sentindo meu rosto começar a molhar em lágrimas mais uma vez. Carlos se levantou e Logan sentou no lugar dele. Pegou meu rosto com suas mãos e beijou minha testa com delicadeza.
- Se acalme, My. Ele quer ferrar com a gente mas vamos agir juntos. Eu estou aqui por você, sabe disso.
- Eu só quero que todo mundo fique bem, Loggie.
- Eu sei. Eu também quero. Mas primeiramente devemos nos acalmar, tudo bem?
- Vou tentar. - Funguei, assentindo. Ele sorriu levemente e me deu um beijo lento e rápido, mas que já serviu para me acalmar bastante. Não adianta ficar chorando ali. Agir dessa forma nunca vai resolver nada.
- Toma esse leite, My. - Carlos entregou-me um copo de leite gelado. - Você está aflita. - Eu tomei tudo em um gole e suspirei, agradecendo. Os meninos começaram a conversar sobre o que podia ser feito e eu até que tentei prestar atenção, mas meu corpo foi amolecendo e minhas pálpebras pesando tanto que eu acabei deitando na cama novamente.

LOGAN POV ON

- Ela dormiu. - Murmurei assim que olhei para Miley. Não havia percebido.
- Sim. Eu coloquei calmante no leite que mandei ela beber. - Carlos disse, cruzando os braços. Fitei-o esperando por uma explicação. - Não quero que ela participe disso tudo, já está esgotada demais. Foi uma das mais atingidas por Erick. Eu só quero que ela durma e acorde com tudo resolvido. Não quero vê-la sofrendo ainda mais.
- Vamos resolver isso. - Kendall disse firmemente e eu concordei. Sim, nós realmente vamos resolver isso.
- Tudo bem. - Levantei-me. - Não vai adiantar nada ficarmos nesse quarto parados esperando um milagre.
- Eu sei, mas... - Schmidt foi interrompido. Antes dele poder continuar, a porta foi aberta e Erick entrou no quarto com um sorriso. Eu juro que nesse momento as minhas veias ressaltaram e eu senti uma vontade incontrolável de matar aquele cara. Eu não culpava James de ter matado John. Eu sabia muito bem como era essa sensação.
- Vocês estão com cara de quem está com fome. Me desculpe pelos modos. - Ele riu, sarcástico. - Acho que vou ter que deixar a janta para mais tarde. Porque agora preciso resolver algumas coisas.
- O que pretende fazer? - Cruzei os braços, me aproximando dele. Turner apenas sorriu para mim, balançando a cabeça. Eu ainda esperava pela sua resposta.
- Acho que não somos mais amigos, Logan. Eu não te conto mais isso. Mas... Vou abrir uma exceção dessa vez. Sabe aquele seu amigo ali? - Apontou para James. - Precisamos resolver algumas coisas em particular.
- Deixa ele em paz, cara. Já dá pra perceber que ele não está nada bem. - Carlos murmurou com um pouco de receio. Ele se sentia intimidado por Erick. Eu não conseguia me sentir assim. Ainda tinha uma visão antiga dele e nunca consegui me sentir diminuído.
- Que pena, Carlos. Acontece que ainda não terminamos. - Erick se aproximou do Maslow e fez ele encara-lo. Meu amigo tinha o rosto vermelho e contorcido de dor emocional. - Levante. - Ordenou e assim ele fez, meio lento.
- O que foi? - Jay sussurrou, sem voz. Eu não consegui assimilar muito bem as coisas, só me dei conta do que estava acontecendo quando Turner começou a dar murros na cara do outro, fazendo-o cair no chão. Seu rosto já começava a sangrar e ele gemia de dor, mas não revidava as agressões. Fechei minhas mãos em punho e tentei me aproximar, mas fui impedido ao sentir uma 38 na minha nuca.
- Não faça isso, Henderson. - Era um dos capangas de Erick. Ele tinha o rosto coberto por uma máscara preta, mas eu reconhecia aquela voz, só não me recordava.
- Você não sabe o que eu pretendo fazer.
- Boa coisa não é. - Disse, pegando no meu braço e me levando até perto da cama. Ele se aproximou de Miley para ver se ela estava dormindo mesmo.
- Não toca nela, cara. Eu respeito as suas ordens caso você não mexa com ela. Ao contrário, eu não vou me comportar. - Disse, firme. Ele me encarou e depois riu.
- O que você pode fazer? Está no time que está perdendo, Henderson.
- Mas eu sei que você me conhece. - Sorri de lado. Não era preciso dizer mais nada. Ele ficou me encarando mas tratou de logo se distanciar dela. Espero que ela não acorde agora.
Enquanto isso, James era brutalmente espancado na nossa frente. O ruim e mais agoniante era que não podíamos fazer nada a respeito. Ele tinha sangue escorrendo pela sua boca e sua testa, e recebia calado os murros e chutes de Erick. Eu respirei profundamente e fui até a porta do quarto na tentativa de me acalmar. Havia dois homens barrando a entrada, não tinha muita coisa a ser feita. Mas eu pude reparar quando a porta do banheiro no final do corredor foi destrancada e Ana saiu correndo. Ela passou pelas capangas, me empurrou com certo desespero e ficou mais apavorada ainda quando viu seu irmão.
- Erick! Não! - Ela caiu no chão, começando a chorar mais ainda. Turner parou o que estava fazendo e a observou, ofegante. - Por favor, pare com isso.
- Você não tem noção do que seu irmão me causou, Ana.
- Eu sei, eu sei... Mas não bata nele Erick, por favor, eu estou te implorando! - Levantou-se, suplicando. Erick respirou fundo e permaneceu pensativo por um tempo, mas logo se acalmou e saiu andando pelo quarto. Ótimo, havia um pouco de humanidade nele naquele momento.
- James, você está... bem? - A loira perguntou, permanecendo em seu lugar. Senti que ela estava meio receosa. Não queria ir até o irmão, talvez estivesse ainda muito chocada com o que ele fez.
- Eu... - Maslow não conseguiu responder. Se antes ele estava segurando, acho que agora já não aguentava mais. Começou a chorar alto, dando gritos e fungos que podiam ser ouvidos em todos os cômodos do andar de cima. Sinceramente, eu não sabia o que fazer naquele momento. Ana foi se sentar ao lado de Miley, tentando se manter passiva.
- Turner, Luke está tentando abrir a janela da cozinha lá embaixo. - Um dos capangas disse.
- Filho da puta. - Erick murmurou e saiu do quarto com raiva. Sobre Luke, não sei o que pensar. É obvio que eu quero muito dar um murro na cara dele até ele perder o rumo, e confesso que fiquei surpreso por ele dizer que ama a My. É até um pouco cômico ao meu ver. Aquele cara definitivamente não sabe o que é o amor. Se apaixonar por ela, tudo bem, eu entendo, eu também me apaixonei. Mas a diferença entre nós é que a minha paixão se transformou em amor, e a dele continuou por isso mesmo.
- Você não faz ideia de como eu sinto nojo em ser seu irmão. - Luke disse assim que chegou no quarto, sendo puxado e empurrado pelo Turner. Esse, por sua vez, apenas riu alto.
- Não era isso que você sentia quando estava enganado Miley fingindo ser bom moço. - Rebateu. O outro bufou de raiva e não pensou duas vezes antes de dar um tapa na cara do irmão.
- Oh, que lindo. Ver briga entre irmãos é meu passatempo favorito. - Mas é claro que eu não podia perder a oportunidade de reformular a frase que Erick tinha dito mais cedo. Este apenas me encarou nervoso e voltou a atenção para Luke. Ele se controlou, eu pude perceber... Mas apenas saiu do quarto junto com mais alguns caras. Luke limpou algumas lágrimas e me encarou. Eu fiquei sério e inexpressivo retribuindo o olhar. Talvez essa seja uma boa hora para dar-lhe um murro.
- Logan, eu... - Ele começou em um murmuro. Se aproximou de mim. - Eu sinceramente não sei o que dizer. Tenho vergonha de mim mesmo e das minhas atitudes.
- Eu não quero saber, Hemmings.
- Só me escute, ok? - Pediu, quase implorando. Eu cruzei os braços e esperei pela continuação. - Eu te devo muitas, muitas desculpas. Logan, me desculpe por ter acabado com a nossa amizade. Desculpe por ter feito aquilo com sua... ex namorada, desculpe por ser um babaca. E principalmente, desculpe pelo o que eu fiz com a Miley. Ela é uma garota incrível e não merecia nada disso...
- Você tem que pedir desculpas é para ela. - Tentei me manter sem emoções mas estava sendo difícil. Tudo aquilo que ele dizia estava me lembrando de quando éramos melhores amigos. Estava me lembrando de quando ele traiu a minha confiança, a forma como eu me senti... Fiquei completamente arrasado.
- Eu ainda vou pedir desculpas para ela. Miley merece ser feliz. E eu sei que... a fonte da felicidade dela está em você. - Tudo bem, eu não esperava por isso. Ele parecia estar sendo sincero. - Por favor, me desculpe.
- Tudo bem. - Foi tudo que eu consegui sussurrar, sentindo que se aquele momento não acabasse, logo seria eu que começaria a chorar ali. Eu odeio chorar na frente das pessoas. É um pensamento idiota, mas é inevitável.
- Obrigado. - Luke sussurrou com um meio sorriso e suspirou, sentando-se em uma cadeira afastada de todos. Eu passei a mão pelo rosto, me sentindo extremamente cansado emocionalmente. Era muita merda para a minha cabeça.

Algumas horas depois.

- Logan! Logan! - Carlos murmurava com certo desespero chamando-me. Levantei correndo da cama onde estava sentado observando Miley. Ela ainda não havia acordado devido o calmante.
- O que? - Perguntei assim que cheguei perto dele, que estava encostado na porta.
- Os caras que estavam aqui na porta descerem! Foram comer algo, pelo o que eu ouvi. A porta não está trancada! - Vibrou, sorridente. Eu senti uma pontada de esperança no meu peito, mas nada demais. Erick não era idiota.
- Provavelmente vamos conseguir explorar um pouco do segundo andar pra ver se encontramos algo, mas nada demais.
- Já é alguma coisa. - Disse e eu concordei. - Vamos.
- Kendall, dá cobertura. - Pedi e ele assentiu. Ana foi sentar-se ao lado de Miley enquanto James permanecia no seu canto de sempre. Eu e Carlos abrimos a porta com cautela. Não havia ninguém no corredor, pelo menos não no nosso campo de visão. Lá embaixo era possível ser ouvido passos e conversas paralelas dos três caras que estavam vigiando a nossa porta. Fiz sinal para que fôssemos para o final do corredor. Para a minha total infelicidade, todas as portas estavam trancadas. Merda. Tentamos achar uma saída, até que fomos obrigados a parar imediatamente. Em um dos quartos, a porta estava semi aberta. Erick estava lá dentro, e na frente dele estava Luke de cabeça baixa sentado em uma cadeira. Era arriscado mas eu resolvi ficar ali para escutar a conversa. Carlos me acompanhou, aflito.
- Você definitivamente é um babaca. - Erick dizia com uma voz ameaçadora, rodeando Hemmings. - Traidor.
- Eu não tenho culpa de ter sentimentos, Erick.
- Sentimentos? Você acha que ama a Miley! - Riu.
- Não, eu tenho certeza.
- Isso é apenas uma paixãozinha que vai passar. Você conheceu essa garota não tem nem um ano, agora comigo você está desde que nasceu. Imbecil.
- Eu não...
- Você é fraco. - Turner disse, firmemente. Pelo pouco que eu conseguia ver, juro que pareceu que Luke se incomodou bastante com aquela frase. - Se deixa levar pelas emoções.
- Cala a boca. - Agora ele tinha começado a chorar. Tinha desgosto estampado no rosto. - Eu tenho coração, diferente de você.
- Não foi isso que pareceu no início, irmão. - Riu alto. - Você lembra de como foi frio ao se aproximar da Jones e como fez ela de fantoche?
- Eu estava cego, cara. Ainda bem que eu percebi o quão filho da puta você é. - Ele rebateu e logo em seguida levou um belo murro no rosto. Eu pude ver o sangue escorrer da sua boca. Luke grunhiu de dor.
- Já chega de conversar sobre isso. - Erick começou, tranquilamente, como se não tivesse acabado de agredir feio o seu irmão. Não me surpreendia sua frieza. - Vamos para a parte divertida da história. Tem noção do que eu pretendo fazer?
- Não. - Hemmings respondeu em um sopro, com a cabeça abaixada.
- Bom, na verdade, nem eu. - Ele riu divertidamente. - Tudo bem, não é bem assim. Tenho algumas coisas em mente, só não sei por onde começar. Não é novidade, quero me vingar de todos eles, inclusive de você. São todos traidores que me fizeram pagar por algo que eu não fiz. - As mãos de Erick fecharam-se em punhos enquanto ele rodeava aquela cadeira. - Já teve um bom tempo da minha vida que eu pensei que nunca teria coragem de matar alguém, mas acho que estou querendo fazer isso com James.
- O que? - Luke grunhiu.
- Enquanto aos outros... O que acha de torturas? Parece um pouco psicopata, eu sei, mas é divertido. - Sorriu, animado. - Ana vai voltar a ser minha... Talvez eu possa pegar Miley pra você, o que acha?
- Deixa ela em paz, Turner. - O outro esbravejou querendo se levantar mas foi impedido pelo irmão.
- Ué... Não estou te entendendo! Você não ama essa garota?
- Amo. E é por isso mesmo que eu quero que você deixe-a livre.
- Oh, você realmente não me puxou em nada. - Riu, balançando a cabeça negativamente. - Bom, ainda estou formulando os meus planos, mas já posso te garantir uma coisa, Lukey. Ninguém vai sair dessa casa da mesma forma que entrou. - Erick disse, firme e sério. Eu suspirei, conhecia aquela cara. Era a cara de determinação que ele fazia quando queria muito algo. Em seguida, Turner ia saindo do quarto. Eu e Carlos fomos correndo em silêncio até o local onde estávamos preso, por um milagre os capangas ainda não haviam subido. Fechei a porta e respirei fundo.
- Que merda é aquela, Logan? - Carlos murmurou, assustado. Eu podia jurar que ele estava até mesmo tremendo.
- Ele definitivamente não está brincando.
- Esse cara usa algum tipo de droga?
- Muitas. Isso é perigoso. Ele é perigoso. - Rolei os olhos ao admitir. Ainda bem que Erick não estava ali para ouvir isso, coisas do tipo sempre inflavam seu ego.
- O que vamos fazer?
- Não podemos deixar esses planos acontecerem. - Fitei-o, sério. - Temos que fazer algo.
- Nós temos que fazer o nosso plano, Logan. - Carlos respondeu e eu concordei. Aquilo era verdade. Não podíamos ficar de braços cruzados esperando aquele babaca fazer o que viesse na sua cabeça psicótica. Nós dois nos sentamos em um canto e começamos a pensar em algo que pudesse dar certo.


Continua.

* A frase no início do capítulo é da música A Little Piece Of Heaven, do Avenged Sevenfold (♥). Tradução: "Quase ri até chorar/Chamando seus medos mais profundos".

Olá, galera. Tudo bem com vocês?

Bom, esse capítulo já estava pronto fazia um tempo, mas eu não postei porque estava esperando por mais comentários... O capítulo anterior, que revela toda a verdade, era o cap que eu mais precisava saber a opinião de vocês, mas quase ninguém se manifestou... E olha que teve bastante visualização. Acho que vocês não gostaram muito hahahaha é isso? Queria saber. Comentem aqui para mim o que estão achando por favor, esse é a antepenúltimo capítulo da fic.

Ah, aliás, feliz 217 a todos! Que esse ano seja o melhor de todos nas nossas vidas. ♥

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